O deputado Max Barros (PMDB) analisou ontem (31) as concessões favoráveis recebidas para que a Alumar se instalasse no Estado e condenou que a empresa, no primeiro sinal da crise econômica, enfrente o problema demitindo em torno de 600 funcionários. Barros disse ser papel dos governantes, do Executivo ao Legislativo, defender os interesses dos maranhenses.
“É com muita preocupação que vejo a decisão da Alumar de diminuir a sua capacidade de produção em torno de 75.000 toneladas de alumina, gerando desemprego no Maranhão. Não só os 600 empregos diretos que deixarão de existir, mas existe para cada emprego direto um vínculo com emprego indireto de fornecedores que também gerarão desemprego, aumentando esse desemprego em quantidade bastante significativa”, analisou.
Max Barros lembrou que há pouco houve a decisão unilateral da Petrobras de deixar de construir a refinaria no Estado, o que iria dinamizar a economia do Maranhão; e agora vê que outro grande empreendimento para o qual o Maranhão tem vocação muito grande, o setor metalúrgico, também enfrenta problemas.
“Aqui nós temos a ferrovia que traz todo minério para cá e ele é exportado. Nós temos um porto com condições de calado diferenciado de todos os portos do Brasil, e próximo aos grandes mercados consumidores da Europa e dos Estados Unidos. Então, nós temos essa vocação para construir uma siderúrgica. Perdeu a refinaria o Estado do Maranhão, perdeu a refinaria do Estado do Ceará. Agora o Governo Federal está financiando a Vale do Rio Doce, para fazer uma parceria para construir uma siderúrgica no Ceará perto ao posto de Pecém, quando nós temos muito mais condições logísticas de sediar essa siderúrgica”, denunciou.
No caso da Alumar, segundo Max Barros, a empresa “teve todos os tipos de incentivos que podem ser dados a uma empresa para se sediar aqui”. Ficou com um quarto ou um quinto da Ilha de São Luís (Tibiri/Pedrinhas), que a União, através do DPU, entende que é de propriedade da União, mas a única área que ela considera encravada na Tibiri/Pedrinhas que tem propriedade é a da Alumar; consome duas vezes mais do que todo o Estado do Maranhão consome de energia; e pagava 1/4 do valor da energia que o consumidor comum pagava.
“Quer dizer: ela consome duas vezes e pagava apenas 1/4. A água que ela consome, e consome muita água, também. Até há bem pouco tempo era através de poços artesianos e ela não pagava nenhum tostão pela água que consome. Então, no momento em que chega uma crise no Brasil, que se espalha por todos os Estados, a Alumar não pode simplesmente dizer que vai demitir todo mundo e vai embora daqui”, condenou.
O deputado disse que a Alumar tem ainda compromisso pelos incentivos que foram dados a ela pela Lei Kandir, uma vez que todas as empresas que produzem para exportar não pagam o ICMS. “O Maranhão não recebe o ICMS. Existem todos esses incentivos e o que ela exporta? Exporta a bauxita, que é a matéria prima, e exporta a energia para transformar em alumina, basicamente é isso. Nos tempos bons ela ganha o recurso, que é justo. Ela é uma empresa e não está aqui para fazer graça para ninguém. Agora nos tempos difíceis, tem que ter um compromisso com o Estado do Maranhão”, criticou.
Max acrescentou, ainda, que “temos que sentar com a Alumar – acho que o Governo do Estado já fez isso – e cobrar a responsabilidade social que ela tem com o nosso Estado em função dos benefícios estaduais e federais que já foram concedidos a essa empresa nos bons tempos, dos tempos dos grandes lucros”.
Pregou também a utilização do gás natural para uso na Alumar e outros projetos do Estado. “Temos que trabalhar para que esse gás que existe no Maranhão não seja só para construir termoelétricas para exportar energia para o Sul do Brasil, onde não se ganha nenhum tostão, uma vez que o ICMS é cobrado no destino. Temos que reservar parte deste gás para trazer para o setor industrial para que as indústrias aqui tenham energia para poder produzir”, alertou.
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