Nos embates políticos, há uma estratégia já manjada, mas ainda hoje usada por gente que, vendo-se confrontada com argumentos incontestáveis, tenta reagir: trata-se da desqualificação do seu oponente direto.
Foi do que lançou mão o governador Flávio Dino (PCdoB), ontem (27), depois de a Pastoral Carcerária divulgar nota classificando-o de “prepotente e descontrolado”.
A entidade havia estado no Palácio dos Leões, na sexta-feira, discutindo a situação do sistema prisional do estado.
Para Flávio Dino, o cenário atual é o melhor dos mundos. Mas ele foi contestado, dentro do Palácio, pelo padre Roberto Perez Cordova. Descontrolou-se a passou a bater boca.
A atitude do comunista provocou a carta. E a manifestação pública gerou a reação de Dino, que acusa Cordova de ter recebido “mensalinho” para silenciar sobre problemas do sistema, no governo passado.
Mais do que a tentativa de desqualificar quem o criticou, a postura do governador no caso revela, ainda, pelo menos uma grande incoerência: se havia o pagamento de “mensalinho”, por que razão Flávio Dino só denunciou agora, depois de ser confrontado por quem ele agora acusa?
E mais: anunciam aliados do comunista que o padre Cordova tinha uma cargo numa terceirizada que prestava serviço à Sejap; mas ele só foi demitido no final do mês de março de 2015.
Quem pagou a ele o tal “mensalinho” de janeiro a março deste ano?
Conta outra, Flávio.
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