Morreu na madrugada deste sábado (28) o poeta maranhense Nauro Machado, aos 80 anos.
Ele estava internado no hospital UDI, em São Luís, com problemas no aparelho digestivo.
Durante a madrugada, o estado de saúde piorou e ele precisou fazer uma cirurgia, sendo logo depois encaminhado à UTI. Mas não resistiu e morreu.
O velório será realizado na Academia Maranhense de Letras. O sepultamento, no Ceniterio do Gavião.
Durante o tempo que estou no Maranhão, conheci um mone de gente, boas, ruins e péssimas. Dentre as boas, muito boas diga-se de passagem, estava Nauro ( o filho vai pelo mesmo caminho). Lembrou-me de repente uma frase de Théo Barros ( parceiro musical de Geraldo Vandré) que dizia que “quem não presta fica vivo, quem é bom mandam matar”. Eu sempre dizia a ele que era o único machado que colhia flores.
Desencarnou o cidadao Nauro Machado, pois o poeta Nauro Machado já não era deste mundo visto que a poesia é apenas uma lembrança para alguns que hoje se contentam em ler poesias antigas e são obrigados a escutarem rimas idiotas. Um grande homem e um grande poeta que partiram para um mundo onde a poesia é sinônimo de vida.
Nauro Machado foi um dos cinco maiores poetas do Brasil da segunda metade do século 20, ao lado de:
– João Cabral de Melo Neto
– Carlos Drummond de Andrade
– Manoel de Barros
– Ferreira Gullar
Entretanto, poucos no Brasil podiam compreendê-lo. No Maranhão, terra que contrariamente ao que dizem, não é um lugar que preze muito a poesia, Nauro vivia meio que deslocado. Por outro lado, ele deixou um imenso legado, equivalente ao de qualquer grande poeta; Sua herança é respeitadíssima no Brasil e no mundo.
Lamento que seu desejo, expresso em seus versos que parodiavam Gonçalves Dias, não tenha se concretizado:
“Não permita Deus que eu morra
Nessa terra em que nasci.”