O Ministério da Saúde informou neste sábado que não há estudos comprovando a ligação entre o larvicida Pyriproxifen, usado no combate ao mosquito Aedes aegypti, e a microcefalia. Segundo a pasta, o produto obteve registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de ter passado por rigoroso processo de avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A nota do ministério é uma reação às notícias que circularam associando o larvicida à microcefalia. Mais cedo, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul suspendeu o uso do produto em água para consumo humano.
A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o normal, levando, em geral, ao retardo mental. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde apontam a ligação entre a epidemia da doença, que atinge principalmente o Nordeste, o vírus zika, transmitido justamente pelo Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da chicungunha.
“Ao contrário da relação entre o vírus zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de Pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico. É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o Pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados”, diz trecho da nota do Ministério da Saúde.
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou mais cedo que o larvicida era usado em pequena escala no estado. “A decisão (de suspender o produto) deve-se à hipótese de que a substância pode potencializar a má-formação cerebral causada pelo zika vírus, levantada pela organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns. A suspensão já foi comunicada às 19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às Vigilâncias Municipais”, diz trecho da nota da secretaria.