Não há, na história da política brasileira, alguém que tenha protagonizado papel tão surreal quanto o do presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP). Com apenas um único gesto – manipulado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) -, Maranhão tornou-se uma das figuras mais criticadas da República, atraindo para si, sua família e seus aliados uma atenção negativa que pode, inclusive, tirar-lhe o mandato.
Waldir Maranhão era a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e navegava tranquilo na onda que marcava Brasília. De uma hora para outra, porém, virou a casaca e passou a votar contra o impeachment, sob a orientação de Flávio Dino, o que gerou o primeiro revés: a perda do comando do PP no Maranhão.
Não satisfeito – e novamente sob a influência de Flávio Dino – o deputado maranhense saiu de casa em uma tarde de domingo, e com o próprio Dino na carona, para tentar, simplesmente, anular o impeachment votado na Câmara, quando este já estava em tramitação no Senado.
De lá para cá, a vida de Waldir Maranhão virou um inferno. Seu filho, um médico que estuda em São Paulo, foi descoberto em uma tunga como servidor do Tribunal de Contas do Estado e obrigado a devolver dinheiro que recebeu sem trabalhar. O próprio Waldir foi descoberto como professor fantasma da Uema, também obrigado a devolver recursos recebidos irregularmente.
Hoje, Flávio Dino passa ao largo da crise, já nem comenta sobre o tal “golpe” e até já se reuniu com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB).
Maranhão segue em inferno um astral, com processo de expulsão do PP já aberto, ameaça de ser defenestrado da presidência da Câmara e até com riscos de perder o mandato de deputado. E tudo por causa de um voto.
Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão
Esse Waldir não vale o que o gato enterra. Se conheço bem o eleitorado do meu querido Estado não é difícil esse judas ser eleito em 2018.