Eduardo Braide e sua lógica própria da vitória

braideO deputado estadual Eduardo Braide, candidato do PMN a prefeito de São Luís, segue surpreendendo o eleitor e a classe política.

Depois da arrancada que o levou ao 2º turno, as atenções se voltaram ao desempenho do parlamentar na possível montagem de um arco de alianças – desnecessário no 1º turno diante de uma candidatura que, imaginava-se, iria apenas cumprir tabela.

Mas uma declaração do candidato deixou o meio político em polvorosa: disse Braide logo na primeira entrevista coletiva desta semana que não fará concessões numa futura administração em troca do apoio ao seu projeto eleitoral.

Trocando em miúdos, ele afirma que não loteará um possível governo para garantir a chegada de lideranças que o ajudem a vencer a eleição.

Houve reações. A maioria delas, vindas dos altos círculos de poder, em tom de crítica. Apontam arrogância, ou “já ganhou” do candidato. E prevêem quem esse pode ser o início do seu fim.

Nada disso…

Essa lógica da montagem de “governos de coalizão” é uma invenção do lulo-petismo, que precisou abrir espaços para a chegada de aliados de ocasião e, enfim, vencer uma eleição presidencial no Brasil.

É, para muitos, a gênese de alguns dos escândalos de corrupção que hoje vêm à tona no país.

Mas essa é a lógica padrão da política atual.

Com apenas 10 segundos na propaganda eletrônica no 1º turno, sem qualquer coligação e alicerçado apenas no seu bom desempenho pessoal nos debates, Braide conseguiu angariar votos que estavam por assim dizer “soltos”. À procura de um candidato.

Não foram forças políticas, na sua essencial eleitoral, que levaram Braide ao 2º turno.

A lógica da sua vitória até aqui é completamente diversa da que nos acostumamos a ver. Ela é quase uma negação da política.

Onde já se viu, um candidato que não coligou com ninguém, que não tem tempo de TV, que não tem estrutura e que quase não gastou chegar assim ao 2º turno? Passando como um rolo compressor sobre os adversários?

Pois é… Aconteceu.

Por isso a Braide restam dois caminhos: sucumbir a essa lógica institucionalizada da montagem de um “governo de coalizão” para ter apoio político – algo a que ele não parece nem um pouco inclinado -, ou manter-se fiel ao voto que conquistou justamente por ter-se apresentado como o oposto da política tradicional.

E, pelo menos em primeira análise, a fidelidade a esse “pacto” que foi firmado com o eleitor no 1º turno parece ser a única chance de vitória de Braide no 2º.

35 pensou em “Eduardo Braide e sua lógica própria da vitória

  1. Rapaz, isso é só “da boca pra fora”, tá “jogando pra platéia”. Nos bastidores, os conchavos rolam soltos. Ingenuidade não cabe na política.

  2. é exatamente o que se espera dele nesse segundo turno, quem votou no Braide teve a convicção de que os outros candidatos não representam nada de novo, e esse estigma de “exército de um homem só” pode ter sido muito decisivo para sua ida ao segundo turno. a única chance que ele tem é a de manter a mesma postura e usar bem o tempo de tv e os debates

  3. Ele é meio contraditório, pois refutou Welligton, dizendo que ninguém governava sozinho, quando o mesmo disse que não tinha lado, ai agora diz que não vai se aliar, meio arrogante esse rapaz.

  4. Braide nao tem opcoes. Perdeu em todas as zonas eleitorais para Edivaldo. O povo sabe que Edivaldo é melhor para Sao Luis. Braide foi um azarão porque os demais candidatos eram pior que ele.

  5. Braide falou só para ficar na posição de independente e diferente dos demais politicos. Mas onde já se viu alguém governar sem apoio ou aliados?. Isso é tudo conversa para boi dormir.

  6. Não sei se é ingenuidade ou desinformação tua dizer que a prática dos governos de coalizão são invenções do PT. Depois da ditadura de 64, todos os governos, inclusive nos estados e municípios, foram/são montados (para o bem ou para o mal), com partidos os mais diversos. De Sarney a Temer, todos seguem a mesma trilha.

    • Isso! Muito bem colocado. Mas na verdade a tentativa é de construir uma imagem de Braide que seja incompatível com o cargo de prefeito. Coloca ele, ou como quem não terá aliados, e não vai conseguir fazer nada; ou como quem esconde os aliados e portanto é incoerente e mentiroso. Ou seja, não é ingenuidade nem desinformação. Infelizmente parece tendencioso, mais uma desconstrução de Braide que os meios vinculados a Edivaldo vão tentar vender.

  7. Perfeita análise e concordo plenamente com a posição do Eduardo. Quem o levou ao 2 turno foi o voto SEM cabresto, e será o mesmo eleitor que o deixará caso enverede pela ta fadada “coalisão”, que nada mais é do que o retalho dos cargos públicos. Matenha-se assim Eduardo.

  8. Reflexão:
    Quem votou em Wellington no primeiro turno, Não vota em Edvaldo.
    Mesmo depois d toda pancadaria
    W11 conseguiu seu terceiro lugar.. são 103 mil votos..
    Vejo o segundo turno como uma nova eleição !!!!!!

  9. Ilusório pensar qualquer governabilidade sem aliança política “coalizão”. A dinâmica da sociedade plúrima pede e requer o multipartidarismo, com as inflexões das ideologias e bandeiras levantadas pelos próprios interesses da sociedade.
    Acredito que o discurso de “pensar a cidade” querendo-a melhor (discursos de todos os candidatos) não permite que aludidos candidatos sejam ilhas, apartados da realidade política existente no país, que nasceu/renasceu democrático pós CF/88.
    De qualquer forma, ao que parece, a população ou parte dela, notadamente a São Luís, é fiel ao seu interesse, vale dizer, eleger o gestor para dá cabo a mazelas da cidade. Assim, o candidato que melhor “vender” este conceito terá exito nas urnas na ilha de Upaon-Açu. (opinião)

  10. Sei nao. Quando levarem a Público o historico de administrador que é o Eduardo Braide, vide Caema. Será o divisor de águas.

  11. Gilberto, você será o o Secretario de Comunicação de Braide? Ta puxando saco direto!! E as investigações da PF? AE a Caema quebrada? E ele com apoio de Castelo, alias ele foi secretario de Castelo, e os inqueritos na PF? Quer te envie??

    • ainda não conversei com o deputado sobre essa possibilidade de ser secretário.. fez bem vc lembrar… vou logo me adiantando por aqui

  12. Acho que ninguém entendeu o que Braide quis dizer nem tampouco entenderam a sua publicação, Leda. Pessoal interpreta tudo errado, acredito que ele quis falar que: não vai aceitar receber apoio de ninguém se esse alguém estiver interessado numa secretária, em nenhum momento ele falou que não aceita ajuda ou que vai governar sozinho.

  13. Eu sei que você é muito jovem e que até pode ter faltado a algumas aulas de História do Brasil, mas os governos de coalizão existem desde que Cabral aportou por aqui. Aqui mesmo no Maranhão, durante a greve de 1951 (antes de eu nascer, portanto), as Oposições Coligadas já existiam como forma de combater o vitorinismo. Tancredo só assumiu graças ao seu governo de coalizão, quando botou todo o lixo da ditadura em seu balaio. Collor fez o mesmo e quando quis dar um basta, dançou. FHC, o mesmo que mandou detonar a candidatura de Roseana, junto com Serra – lembra da Lunus? – acolheu o lixo da Nova República, inclusive os futuros inimigos, Zequinha Sarney & Cia. Lula só continuou uma prática que está vigendo no Brasil desde o descobrimento. Dizer que a corrupção começou por causa disso é ignorar a História. Vários delatores desse escândalo da Petrobras já afirmaram que ele é anterior a Lula e já estuprava os cofres públicos desde o governo de Fenando Henrique Cardoso. (Tá me devendo 200 reais pela aula de História). rsrsrs

    • Eu dei aulas de História do Brasil, amigo Regis…
      Nenhum desses governos citados por vc entregou fatias do poder aos aliados como o PT o fez… Havia coligações, alianças, claro. Mas havia um poder central. Alguém que efetivamente mandava.
      O PT loteou o país.
      PMDB uma fatia
      PP outra
      PTB outra
      Criaram-se republiquetas dentro da república.
      O meu texto diz: “É, para muitos, a gênese de alguns dos escândalos de corrupção que hoje vêm à tona no país”..
      Alguns dos escândalos, caro Regis.
      Curiosamente, quando escrevi isso eu pensava exatamente nos “delatores desse escândalo da Petrobras” citando governos anteriores – até o de Sarney, que vc esqueceu de mencionar.

      • Não esqueci. O governo foi de Tancredo Neves. Foi ele quem, com Ulysses Guimarães, montou a engenharia de alianças de divisão de cargos que incluiu, além do PSDB, PPB, PFL, PTB, PMDB e outros partidos satélites. Sarney manteve o esquema de partilha do governo por covardia, por não ter tido coragem de enfrentar Ulysses, o mais arcaico político de seu tempo e, também, os bolsões remanescentes do período de ditadura que estavam instalados dentro do governo, como Marco Maciel e Aureliano Chaves.
        Fernando Henrique não governava de fato. Era refém de Temer, que chegou a exigir que o cabeça de chapa do sucessor de FHC fosse um pemedebista, Roberto Jefferson, talvez o maior dos calhordas da política nacional e do próprio Sarney, que usava seu cão de guarda de plantão, Edison Lobão para mandar recados o chefe da tucanalhada.

  14. Todos nós sabemos que Eduardo vai precisar de uma base de apoio para governar por que o sistema politico brasileiro assim exige, contudo, o que ele prega é que para isso não precisa lotear a prefeitura como fez Edvaldo que anulou os investimentos na cidade para atender interesses de aliados. Eduardo Braide compreendeu a voz das ruas de São Luis, e deve dar como resposta a postura independente e de ter como único aliado os interesses do povo . Eu acredito em Eduardo Braide , votarei em eduardo Braide que de longe é a melhor opção para São Luis. A PREFEITURA DE São Luis precisa voltar a funcionar , realizar obras e não ficar só dependente de verbas do governo federal e estadual. Para onde estão indo os bilhões que a Prefeitura recebe todo ano já que pára construir uma creche o prefeito disse que precisava dos recursos federais. Nós pessoas esclarecidas temos que dar uma oportunidade para São LUIS e o nome dela é Eduardo Braide.

  15. É DE DOMÍNIO POPULAR: BRAIDE JÁ GANHOU !

    É SÓ O QUE SE OUVI NAS RUAS. E FLÁVIO NÃO É NEM DOIDO DE SAIR ÀS RUAS PRA CAMPANHA DE EDIVALDO. O PORQUÊ ? “TODOS NÓS SABEMOS”.

    Marco Antonio Carvalho Diniz

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