O presidente da República, Michel Temer, em discurso agora há pouco em Brasília, pediu a suspensão do inquérito – aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – que apurará crimes cometidos por ele. Temer chamou as delações da JBS de “mentiras” e incoerências” e se referiu ao empresário dono da empresa, Joesley Batista, de “falastrão”. Por fim, Temer disse que “não sairá do governo” e fez referência a ações econômicas.
De acordo com Temer, as acusações de corrupção passiva, obstrução de justiça e formação de organização criminosa não são consistentes. Em tom claramente irritado, os acusadores contra ele estão soltos, enquanto “o país vive um clima de incerteza”. Temer se referiu a Joesley como alguém que “cometeu o crime perfeito” e afirmou que grampos – aos quais ele se referiu novamente como clandestinos (ao contrário do que diz o STF) – são clandestinos.
Como parte da estratégia de defesa, Temer claramente pautou sua fala tentando desqualificar o peso, nas investigações, dos áudios e vídeos feitos durante os depoimentos prestados pelo empresário Joesley Batista, durante acordo de delação. Além disso, Temer também minimizou a declaração, dada por ele, em que ele sugere a manutenção de “mesadas” para o ex-deputado federal, Eduardo Cunha.
Peritos que já analisaram os áudios disseram que a qualidade das gravações é ruim. No entanto, descartaram qualquer tipo de edição feita durante a fala de Temer, quando cita o pagamento de “mesadas”. O discurso de hoje de Temer foi preparado durante toda a manhã de hoje e contou com a participação direta de colaboradores, dentre eles, do senador Romero Jucá (PMDB).
Nos últimos dias, Temer se dedicou a aglutinar os apoiadores que ainda restam e a sobreviver no cargo. Enquanto isso, a maioria da população entende que o governo perdeu toda a legitimidade e que, portanto, o melhor caminho seria a renúncia.
Esta última possibilidade, pelo menos, parece cada vez mais distante…
A esperar os próximos capítulos.
VEJA NA ÍNTEGRA O PRONUNCIAMENTO DE HOJE (20) DE TEMER
O governador Flávio Dino fez uma sugestão ao ex-senador José Sarney e o senador João Alberto atendeu. Dino pediu que Sarney e seu grupo fossem, ao menos uma vez, fiéis aos aliados. “Defendam o governo Temer. Sem traição. Vamos ver se vocês conseguem pelo menos uma vez”, afirmou.
Ontem (19), o senador João Alberto, um dos principais aliados de Sarney, concedeu entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, e declarou acreditar na inocência do presidente Michel Temer. “Quem conhece o Temer de perto, sabe que ele além de ser um jurista muito competente, é um cidadão muito delicado. O Temer procura sempre tratar bem as pessoas, o que eu vi ali é o Temer não querer tratar mal a ninguém. Pelo que eu vi pelos áudios, eu não vejo nada contra o Presidente da República, mas eu acredito que não pese nada contra ele“, afirmou João Alberto.
Logo após a defesa de Alberto a Temer, o governador Flávio Dino se manifestou. “A destacada liderança da oligarquia Sarney, o senador João Alberto, foi ao Jornal Nacional defender o governo Temer. Parabéns pela coragem“, disse.
João Alberto é aliado de José Sarney, que foi responsável por aconselhar Temer a continuar no cargo. Assim como Sarney, o senador até outro dia defendia o governo corrupto da presidente Dilma Rousseff. Agora, com Michel Temer, não está sendo diferente, tendo em vista os interesses pessoais e políticos do grupo Sarney.
E Dino, quando vai defender o Aécio?