Sá Marques desabafa contra direção do Aldenora Bello

O vereador Sá Marques (PHS) fez hoje (7), na Câmara Municipal, um desabafo contra a direção do Hospital Aldenora Bello – que está em crise com serviços suspensos desde a semana passada.

Em discurso, o parlamentar lembrou a mesma situação vivida pela unidade de saúde no ano passado e reclamou da postura da direção do hospital no caso.

“Ocorre que, no mesmo dia [em 2018], após visita de autoridades do Estado ao hospital, o diretor disse que não havia crise no Aldenora Bello. Resumindo: fiquei com ‘cara de tacho’, pois fui desmentido pelo próprio diretor do hospital, que tinha me falado pela manhã que o serviço ia parar”, afirmou Sá Marques, enfatizando que a situação é triste. “A população está morrendo, por que não tem leito, não tem UTI. A população precisa de saúde”, finalizou.

Outro lado

A seguir, nota do Aldenora Bello sobre o caso.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Fundação Antonio Dino, face declarações e notícias veiculadas na mídia nos últimos dias, referentes ao funcionamento do Hospital do Câncer Aldenora Bello, do qual é mantenedora, sente-se no dever de esclarecer o seguinte:

A finalidade precípua do Hospital é tratamento de pacientes portadores de câncer. Por se tratar de instituição filantrópica, seu atendimento é majoritariamente voltado para os pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS.
Ocorre, porém, que o pagamento dos serviços prestados aos pacientes do SUS, em razão dos procedimentos burocráticos legais ocorre, no mínimo, com 45 (quarenta e cinco) dias após o fechamento da fatura.
Registre-se que o Município de São Luís tem mantido os pagamentos dentre do menor tempo possível, apesar das limitações burocráticas.

Tal fato, porém, não exclui dois fatores importantes a serem considerados: o déficit dos valores pagos pelo SUS em relação ao custo real dos procedimentos, a tabela SUS não sofre reajustes significativos desde 2009, e o tempo decorrido para seu recebimento. Fatores esses que impactam diretamente na saúde financeira da Instituição e repercutem notadamente na falta de recursos para aquisição de medicamentos, que em sua maioria são de alto de custo.

Esclarece que a crise atual originou-se do fato de que, em 2008 esta Fundação firmou convênio com o Estado do Maranhão para incluir em seus serviços o de Pronto Atendimento. Tal convênio foi suspenso em 2011, mas a Fundação, ciente da importância desse serviço à comunidade, destinado exclusivamente aos pacientes oncológicos atendidos através do SUS, viu-se na contingência de mantê-lo, na esperança de que o Estado renovasse o convênio, não só por ter sido responsável por sua inclusão no atendimento do Hospital Aldenora Bello, mas também por ter ciência da extrema necessidade e relevância desses serviços para os pacientes portadores de câncer.

Mantendo, porém, às suas expensas, a maior parte das despesas desse serviço, somado a outros atendimentos deficitários, dada a enorme defasagem entre o valor pago pelo SUS e o custo real dos procedimentos, esta Fundação foi inevitavelmente trazida para a presente dificuldade financeira e, se não contar com recursos para suprir tal déficit, ver-se-á na contingência de suspender definitivamente aquele serviço, o que não significa dizer fechamento do Hospital, que continuará voltado para a finalidade estatutária da FAD.

Esclarece, ainda, que a recente interrupção desse serviço e suspensão das cirurgias agendadas deu-se em razão da necessidade de manutenção em motores, cuja falha colocaria em risco a vida de pacientes. As cirurgias serão remarcadas logo que seja finalizada a referida manutenção. Os pacientes serão informados.

Registre-se que o apoio dos doares e parceiros da iniciativa privada têm sido fundamental para a manutenção dos projetos da Fundação, especialmente as Casas de Apoio, essenciais para assistência aos pacientes carentes e seus acompanhantes, oriundos de outros municípios e estados.

São Luís, 05 de outubro de 2019

Antônio Dino Tavares
Vice-Presidente, no exercício da Presidência

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  1. O Hospital do Câncer Aldenora Bello (HCAB), situado no bairro Apeadouro, em São Luís/MA, retomará até o final dessa semana os serviços de cirurgias oncológicas à população. Os procedimentos cirúrgicos foram suspensos desde a semana passada, em razão dos riscos de desabastecimento de oxigênio por problemas nos motores de ar comprimido. A normalização dos serviços será possível graças a uma ajuda extra da direção do Título de Capitalização Maracap, no valor de R$ 60 mil reais.

    “Recebemos esse auxilio extra de R$ 60 mil reais do Maracap para pagarmos o conserto dos motores de ar-comprimido. Nessa semana o Hospital deverá voltar a remarcar as cirurgias. Chamaremos o pessoal que estava atrasado e continuaremos a atender à população”, disse o vice-presidente da Fundação Antonio Dino (FAD), Antonio Dino Tavares. As falhas apresentadas nos motores poderiam ocasionar problemas durante as cirurgias e colocar em risco a vida dos pacientes.

    Essa doação extra do Maracap, título emitido pela Invest Capitalização, não comprometerá os repasses semanais à Fundação. Os repasses semanais obedecem rigorosamente à quantidade das vendas semanais dos produtos. O percentual é definido em contrato entre a Fundação e a Invest. Atualmente, os repasses mensais do Maracap ao Hospital são de R$ 120 mil a R$ 150 mil reais. Essa ajuda emergencial de R$ 60 mil reais foi feita exclusivamente para o Hospital voltar a funcionar na realização de cirurgias oncológicas à população.