O promotor de Defesa do Consumidor de Imperatriz, no Maranhão, Sandro Bíscaro, provocou polêmica em um grupo da categoria ao defender o abrandamento de medidas de isolamento social durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Num áudio encaminhado via WhatsApp na semana passada, o membro do Ministério Público – que é também integrante do Conselho Empresarial de Desenvolvimento Econômico (Cedei), entidade ligada à Prefeitura de Imperatriz que chegou a dar aval à autorização de abertura de alguns setores da indústria e comércio na cidade (saiba mais) – defendeu as medidas adotadas pelo Município e fez uma reflexão sobre as exigências de isolamento a categorias profissionais que precisam do trabalho diário para garantir o básico às suas vidas.
Segundo ele, para promotores de Justiça é fácil falar em isolamento total “com a centralzinha de ar ligada, o Netflix”.
“Eu não tenho dúvida nenhuma, e ninguém no mundo tem dúvida, de que o isolamento social é o melhor caminho. A questão é a seguinte: como é que vai se implementar isso? Pra nós, falar em isolamento social total é muito mais fácil, porque ontem mesmo entrou R$ 25 mil líquidos na nossa conta. Então, a gente se isola na nossa casa, no nosso apartamento, com a centralzinha de ar ligada, o Netflix na frente, o computadorzinho, o laptop, do outro, o controle na mão, celular, acompanhando tudo. Aí é tranquilo para fazer isolamento social”, declarou.
Segundo ele, o debate no Cedei não tinha como foco os membros do MP – nem categorias profissionais que têm o privilégio do home office -, mas trabalhadores que estão passando por dificuldades nesse momento.
“Nós estávamos discutindo o feirante, que vende ali o cheiro verde, a salsinha, a cebolinha, o coentro, que trabalha hoje para comer ontem. Esse povo já tá faminto. Nós poderíamos discutir, também, como operacionalizar isso, como trazer pra vida real isso”, sugeriu.
Bíscaro ainda propôs que os colegas promotores se empenhassem numa campanha de doação: cada um daria R$ 1 mil. Como são 21 os promotores em atuação na região, já seriam R$ 21 mil, igualando a doação feita, segundo ele, por empresários da cidade.
“Os empresários, por exemplo, que muita gente tem criticado, que só olham no econômico, eles já começaram uma arrecadação e já colocaram, de cara, R$ 21 mil, fora os materiais. Nós somos em 21 promotores. Vamos começar, então, com R$ 1 mil cada um. Aí eu acho que nós teríamos mais legitimidade para tratar desse assunto. Porque falar que o isolamento social é importante, não tem nenhuma dúvida. Eu penso isso: que é fundamental”, completou.
Ouça a íntegra.
Está certíssimo. O promotor mostra uma rara sensatez num momento em que se onera demasiadamente, com restrições estatais, os indivíduos comuns que dependem das suas atividades profissionais diárias para comer, ao passo que o funcionalismo público se encontra em situação bastante cômoda e segura. Não há dúvida da necessidade do isolamento, mas infelizmente muitos não são sensíveis à situação do outro nesse cenário atual.
Pergunto: virou crime lesa-pátria um servidor público ter um bom salário?
Permita-me discordar do nobre Promotor de Justiça, afinal o isolamento social não foi estabelecido por quem batalhou na vida para auferir um bom salário, está tem sido a medida mais eficaz para combater a propagação desse vírus!
Mas se ele quiser doar o dele, acho que será bem vindo para ajudar a quem precisa.
Parabens ao Promotor. Agora os políticos, nenhum deles falam em criar um decreto para diminuir a mordonia deles. Ja viu algum deles em um Hospital? O Othelino ja prorrogou as seções mais por mais 15 dias de isolamento, cheios de comidas, seguranças , assim é facil. Povo tem que acordar.
Nem todo funcionário público está em situação cômoda e segura. Eu comando um batalhão da PM e estou à frente das operações, mesmo com mais de 50 anos e hipertensão. Os bandidos e ladrões não estão em isolamento, estão na rua dando trabalho.
Não concordo com a redução de salário de profissionais da segurança pública e da Saúde, que estão querendo implementar.
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