Por Adriano Sarney
Quero, mais uma vez, usar esse espaço, para propor modelos de combate à pandemia que deram certo no Brasil e no Mundo. Em Israel, Alemanha, Espanha e alguns estados brasileiros, por exemplo, o aluguel ou requisição dos hotéis (mas também pousadas, escolas, estádios, etc.) para isolamento e acompanhamento dos infectados do Covid-19 tem surtido efeito.
Com a falta de testes no estado, pessoas buscam UPAs e hospitais com falta de ar e pneumonia e, infelizmente, são orientados para voltarem para casa sem medicamentos e com o risco de transmitir a doença para seus familiares. A situação se agrava devido aos pequenos cômodos que formam a maioria dos lares maranhenses. Quando esses pacientes retornam ao sistema de saúde, encontram-se em situação precária. Eles precisam ficar desde os primeiros sintomas graves em isolamento e sob a tutela do estado. No Maranhão não temos muitos leitos hospitalares disponíveis, mas existem aproximadamente 40 mil leitos de hotéis que podem ajudar a salvar vidas.
Em Israel, por exemplo, o coronel da reserva de origem brasileira Michael Gilinsk, coordena 13 hotéis em todo o país para receber pessoas afetadas pela Covid-19 e que precisam de isolamento. “Em cada hotel, a gente coloca uma equipe de 14 pessoas, reservistas, que ficam o tempo inteiro em contato com os órgãos de controle e os hóspedes”, explica o militar.
Na Alemanha, hotéis estão sendo convertidos em hospitais provisórios para pacientes com sintomas mais leves. Assim, as unidades de saúde podem se concentrar em cuidar dos casos mais graves.
Na Espanha, 40 hotéis de Madrid foram preparados para receber cerca de 9 mil casos menos urgentes da doença. Como primeiro atendimento, os enfermos são tratados nos hotéis e, a depender da evolução do quadro, poderão ir para casa ou encaminhados aos hospitais.
No Brasil, a rede Bourbon, com 21 unidades, pôs sua infraestrutura à disposição do governo federal para receber pessoas em recuperação. No vizinho Piauí, a rede Arrey também se voluntariou para abrigar doentes, pessoas em quarentena e profissionais.
Nesse sentido, apresentei um Projeto de Lei na Assembleia (PL 128/2020) que possibilita a utilização dos hotéis e pousadas para esse fim e também para abrigar os profissionais de saúde e outros trabalhadores de serviços essenciais. A ideia também ajuda a manter o setor hoteleiro em pé, salvando centenas de empregos, uma vez que passa por um dos piores períodos de sua história. É claro que a negociação de valores tem que ser razoável e dentro da realidade atual.
Com o sistema de saúde chegando ao seu limite de capacidade, os governos estão sendo forçados a encontrarem alternativas. A impressão é a de que o governo do Maranhão se fecha em uma redoma e reza para que o lockdown reduza a curva (exponencial) de infectados e de óbitos. Precisamos de uma política pública proativa para identificar os focos de contaminação e combatê-los enquanto há tempo.
Que Deus nos proteja, vamos superar essa crise!