A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) realizou no último domingo, 27, ação de conscientização sobre a destinação correta dos resíduos gerados na orla de Raposa. A ação contou com a participação da Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria de Turismo da cidade.
Durante os meses de agosto e setembro de 2020, a SEMA vem realizando ações de conscientização e sensibilização dos banhistas, donos de bares e vendedores ambulantes nas praias da região metropolitana de São Luís. As ações, que tiveram como foco a destinação adequada dos resíduos gerados pelos banhistas e donos de bares, aconteceram nas Praias do Araçagy, Praia do Meio e Praia do Olho D’água, Litorânea, Barro Vermelho (Paulino Neves) e contaram com apoio da Secretaria de Meio Ambiente de São José de Ribamar, do Comitê Gestor de Limpeza Urbana de São Luís, da Secretaria de Meio Ambiente de Paulino Neves, Secretaria de Meio Ambiente de Raposa e Secretaria de Turismo de Raposa.
Hayane Araujo, Superintendente de Gestão de Resíduos da SEMA explica que “nosso intuito é estar esclarecendo a esse público que os resíduos possuem uma destinação adequada e que o descarte inadequado gera diversos problemas ambientais, interferindo diretamente em nosso ecossistema, além de configurar um dano ao meio ambiente, sendo, portanto um crime”, pontuou.
O volume de resíduos gerados nas últimas décadas vem crescendo significativamente. Somente no ano de 2018, segundo panorama da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram gerados 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, um aumento de 1% a mais que o ano anterior e com 40,5% descartados de forma inadequada, ou seja, 29,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram a destinação os aterros que não contam com medidas e/ou sistemas adequados para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente.
Para Benayne Moreira, Secretária de Meio Ambiente de Raposa, as ações conjuntas com outras secretarias, a exemplo da Turismo, Pesca e Infraestrutura, tem proporcionado a diminuição da quantidade de resíduos gerados, entretanto isso ainda não é suficiente para resolver a questão do descarte inadequado de resíduos. Benayne afirma que “o trabalho consiste na conscientização da população, banhistas, donos de bares, pescadores e barqueiros que fazem a travessia no município. Nós temos muitas praias e belezas naturais e é isso que temos tentado passar às pessoas de, que além de serem áreas de preservação permanente, são áreas que nós devemos deixar para as futuras gerações”.
A geração de resíduos nas praias também vem aumentando gradativamente. De acordo com um levantamento divulgado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), cerca de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes, embalagens de sorvete e redes de pesca e estima-se que 80% desses resíduos tenham origem terrestre.
O descarte inadequado de resíduos nas praias pode gerar prejuízos ao desenvolvimento de algumas espécies marinhas, acarretando até na ameaça de extinção de algumas delas. Cabe ressaltar que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos (fabricantes, importadores, comerciantes, consumidores e poder público) possuem responsabilidade compartilhada pela vida útil do produto.