As dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores que atuam Terminal Rodoviário de São Luís há mais de 30 anos foram relatadas pelo deputado César Pires, durante a sessão remota desta terça-feira (27). Ele criticou o governo estadual por aumentar o valor do aluguel dos boxes ali instalados, e por permitir que os comerciantes sejam ameaçados de despejo em um momento financeiro tão difícil, causado pela pandemia.
Segundo informou o deputado, aluguéis que eram R$ 259,00 ou R$ 275,00, passaram a custar R$ 400,00 e até R$ 500,00, uma majoração superior a 50%. Além disso, com a diminuição de cerca de 60% no volume de passageiros, caíram também as vendas de outros produtos comercializados nos boxes do terminal. Mesmo assim, há uma forte cobrança sobre os comerciantes que estão inadimplentes.
“O que vi na rodoviária de São Luís vai na contramão de tudo que tem sido divulgado pelo Governo Flávio Dino, que afirma estar a favor das pessoas pobres e desamparadas, sobretudo neste momento de pandemia. O que vi ali foi uma majoração absurda do valor dos aluguéis, com pessoas ameaçadas de rescisão contratual e despejo, mesmo tendo mais de 30 anos de trabalho naquele local. Fiquei abismado com as declarações, com o choro de tantas pessoas desamparados pelo Governo do Estado”, relatou César Pires.
O deputado acrescentou que, após anos de abandono, contratou uma empresa da Bahia para administrar o Terminal Rodoviário de São Luís, que não tem qualquer vínculo com o estado e nenhuma consideração com os trabalhadores maranhenses há décadas ali instalados. “São 100 famílias que dali tiram seu sustento, ainda que na precariedade, num ambiente em que há até venda de drogas, sem que haja efetiva ação da polícia. Mas se saírem dali, o que esses trabalhadores vão fazer?”, questionou César Pires.
Ele defendeu a ida dos membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa ao Terminal Rodoviário de São Luís, para ver de perto a situação por ele relatada e cumprir a sua missão social. “Nesse momento, em que a pandemia causa graves problemas de saúde, econômicos e sociais, o governo estadual deve estender a mão aos mais prejudicados, e não ameaçar as pessoas de perderem o seu meio de sustento”, finalizou César Pires.