Reportagem de O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (12) aponta que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou, por escrito, um pelotão de quase 40 homens do Batalhão da Guarda Presidencial horas antes da invasão às sedes dos Três Poderes por bolsonaristas, no domingo, 8.
Citando fontes do Exército, a publicação diz que todas as providências de segurança para o local foram tomadas apenas após a invasão e início da depredação dos prédios. Nenhuma das fontes, no entanto, revelou por que o GSI, sob responsabilidade do general Marco Edson Gonçalves Dias, nomeado pelo presidente Lula, dispensou o reforço.
Diz o Estadão que, após um pedido protocolado na sexta-feira, 6, em razão da chegada de caravanas ao Distrito Federal, o Batalhão da Guarda Presidencial reforçou a segurança no sábado, 7. Na manhã de domingo, contudo, já não havia mais policiais extras, apenas o efetivo normal, insuficiente para conter a invasão.
“No domingo, o Exército acompanhava a ação na Esplanada por meio de drones – às 14h30, ocorreu o primeiro confronto dos extremistas com a Polícia Militar, perto da catedral de Brasília. Às 15 horas, o general Geraldo Henrique Dutra Menezes, chefe do CMP, enviou uma companhia com 113 homens e equipamento de choque, do Setor Militar Urbano (SMU) para o Palácio”, diz a reportagem.
Que completa:
“O general informou ao GSI o envio da tropa. Era a primeira de três levas despachadas para retomar o lugar das mãos dos vândalos que executaram o que chamaram de “tomada de poder”. Só então o gabinete formalizou o pedido de reforço e ativou o Plano Escudo – que prevê a proteção do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e da Granja do Torto sem que seja necessária decretação de operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO). As duas levas seguintes de reforço – com 93 e 118 militares – foram enviadas após o pedido do GSI.
Todos os militares saíram do SMU. Era ali que o CMP mantinha três subunidades do Exército. Se não fossem elas, não haveria tropa pronta para enfrentar os vândalos. De acordo com os militares consultados pela reportagem, era do GSI a responsabilidade de pedir reforço para a guarda do Palácio do Planalto, assim como acionar o Plano Escudo.
Uma falha das informações de inteligência ou uma omissão de autoridades da Segurança Pública do Distrito Federal fez com que o cenário previsto não incluísse a tomada violenta das sedes dos três Poderes como objetivo dos extremistas que saíram do SMU, às 13 horas, e se dirigiram à Esplanada, escoltados pela PM”.