O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, decidiu não comparecer à Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19), onde falaria sobre o ataque aos Três Poderes de 8 de janeiro por volta das 14h.
A ausência foi confirmada pela assessoria do deputado Ubiratan Sanderson, presidente da comissão de segurança. Dias apresentou um atestado médico à presidência da comissão. De acordo com o documento, Dias foi atendido pelo Serviço Médico da Coordenação de Saúde às 13h desta quarta-feira, com quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, “devendo ter ausência em compromissos justificadas por motivo de saúde”.
Dias deveria prestar explicações para a Comissão de Segurança Pública sobre a alegação de que o governo federal teria recebido vários alertas quanto ao risco iminente de ataques aos prédios públicos localizados na Praça dos Três Poderes antes dos atos criminosos do início do ano.
A desistência do general ocorre depois que a CNN divulgou imagens exclusivas que mostram Gonçalves Dias dentro do palácio do Planalto durante a invasão do prédio em 8 de janeiro.
Às 16h29, duas câmeras do circuito interno do Palácio do Planalto registraram imagens do ministro caminhando sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Ele tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.
Após alguns minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.
Em seguida, surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.
As imagens exclusivas a que a CNN teve acesso mostram que em vários momentos funcionários do GSI e os invasores circulavam no Palácio do Planalto.
No terceiro andar, onde as câmeras registraram as imagens do ministro, os criminosos quebraram câmeras de segurança, mesas de vidro, o relógio Balthazar Martinot, obra de arte do século 17, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI em 1808, além de revirarem gavetas e móveis.