A pedido de Eliziane Gama, comissão debaterá ação do crime organizado em garimpo

A comissão temporária externa do Senado para acompanhar a crise humanitária do povo Yanomami aprovou, nesta terça-feira (23), requerimento da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para a realização de audiência pública com o objetivo de discutir o envolvimento de organizações criminosas com o garimpo ilegal na Terra Indígena, em Roraima.

De acordo com a parlamentar, as denúncias apontam que a atuação de facções criminosas no garimpo ilegal tem sido cada vez mais constante nas Terras Indígenas, com ataques a comunidades indígenas e agentes públicos, além da exploração do comércio, prostituição, e aliciamento de menores e o tráfico de armas.

“Vemos facções e milícias cada vez mais envolvidas no garimpo ilegal, atraídas pela riqueza do ouro e pela facilidade com que ele é utilizado para lavar os ganhos que obtêm nas suas atividades criminosas”, diz Eliziane Gama, ao destacar que as operações de desintrusão na Terra Indígena retiraram a grande maioria dos garimpeiros, mas que os ligados a facções criminosas não só permanecem na área como ‘enfrentam violentamente as forças de segurança e intimidam comunidades’.

“Se não enfrentarmos esses problemas, responsabilizando os que mais se beneficiam do garimpo ilegal e coibindo o esquentamento do ouro, qualquer solução será meramente temporária”, afirma a senadora, ao justificar o pedido de audiência pública.

Convidados

Para a audiência pública ainda a ser marcada, Eliziane Gama sugere que sejam convidados Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, secretário nacional de Segurança Pública; Roney Cruz, chefe da Divisão de Inteligência e Captura do Sistema Prisional de Roraima; Rodrigo Pereira Chagas, professor da Universidade Federal de Roraima; Carolina Yumi de Souza, diretora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado