A Câmara Legislativa do Distrito Federal concedeu, na terça-feira, 23, o título de Cidadão Honorário de Brasília ao secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, ex-interventor federal, nomeado para o posto após os ataques golpistas do dia 8 de janeiro.
Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cappelli foi o responsável pela intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal entre os dias 8 e 31 de janeiro de 2023 e trabalhou para retomar a estabilidade institucional nas forças do DF, identificar fatos e reunir os documentos relacionados aos ataques. Um relatório com o resultado desse esforço foi divulgado à sociedade e encaminhado às autoridades que investigam os atos.
Durante sua fala, ao relembrar a capacidade agregadora de seu secretário-executivo, Dino afirmou que Cappelli é merecedor do título de Cidadão Honorário pela “capacidade de unir pessoas diferentes, de unir pessoas de várias origens, unir civis e militares”, característica colocada em prática durante os 23 dias de intervenção.
“Todos que aqui reconhecemos as tuas virtudes e, sobretudo, essa crença férrea no humanismo, no socialismo e na democracia. A democracia que faz com que consigamos resistir até o inesperado, até o inusitado, como foi o dia 8 de janeiro. E é nessa moldura que trafegamos e conseguimos realizar os nossos talentos”, disse o ministro ao parabenizar Cappelli.
O título de Cidadão Honorário de Brasília foi proposto pelo presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado distrital Wellington Luiz (MDB), subscrito pelos deputados distritais João Cardoso (Avante), Gabriel Magno (PT), Max Maciel (PSOL), Doutora Jane (Agir) e Dayse Amarilio (PSB), e aprovado pela unanimidade da Casa. A honraria foi uma homenagem aos serviços prestados durante a intervenção federal.
“Esta homenagem é um tributo à democracia”, disse o deputado Wellington Luiz, que prosseguiu: “O que aconteceu nos envergonha como brasilienses, mas nos levantamos pelas mãos de pessoas como o ministro da Justiça, Flávio Dino, e Ricardo Cappelli, que veio para o DF salvar a democracia, salvar esta cidade”.
Cappelli também interpreta a honraria concedida pela Câmara como um enaltecimento à democracia brasileira. Durante o discurso, compartilhou a homenagem com os dirigentes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Lembrou que os homens e mulheres integrantes dessas forças estiveram ao seu lado “desde o momento em que entrei na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal” e agradeceu o apoio das corporações. Também agradeceu pela confiança do ministro Flávio Dino e do presidente Lula.
“Essa homenagem me honra muito, foi uma missão de muitas mãos, de mãos que não vacilaram. Foram 23 dias de muita intensidade, firmeza e força e também de muita convicção em torno daquilo que era o importante para o país: unir o país. Temos de punir quem cometeu crimes, mas preservar as instituições. Não é possível fazer segurança pública sem as nossas polícias, com desconfiança. Desconfiança com desconfiança jamais vai gerar confiança. Precisamos dar um passo no Brasil, confiar nas instituições e unir o Brasil em torno de um projeto de desenvolvimento”, afirmou o ex-interventor.