A gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou rebater, nesta quarta-feira, 26, declaração dada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), de que ofereceu apoio federal para ajudar a combater a criminalidade no centro de São Paulo, onde fica a Cracolândia, mas mas que o Município preferiu agir sozinho.
“Telefonei ao prefeito Ricardo Nunes há aproximadamente dois meses e disse que o Governo Federal estaria à disposição para parcerias com a Prefeitura Municipal de São Paulo. Houve lá uma decisão de empreender ações por conta deles”, disse o socialista, no programa “Bom dia. ministro”.
Ao UOL a Prefeitura de São Paulo afirmou, por meio de nota, que aguarda uma proposta formal do ministério. O Executivo informou que, em conversa por telefone, Nunes e Dino acertaram que o governo federal formularia uma “proposta de alteração da legislação sobre as prerrogativas das Guardas Municipais nas Capitais”.
“Além de uma portaria para definir parâmetros do uso de câmeras com reconhecimento facial nos espaços públicos, bem como ações de combate ao tráfico de drogas nas fronteiras, visto que o Brasil não é produtor de entorpecentes”, diz o comunicado.
Em maio, o governo Nunes já havia desmentido Dino nos mesmo termos.
Na ocasião, durante evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, o ministro afirmou que entrou em contato com Nunes, oferecendo efetivo da Força Nacional e da Polícia Federal (PF) para enfrentar o tráfico de drogas na região. Segundo ele, no entanto, “o prefeito ouviu com muita atenção, disse que iria estudar com a sua equipe e responder quanto a essa oferta do governo federal”, mas não teria respondido.
Em nota encaminhada ao Metrópoles, a gestão Nunes já havia informado que os dois conversaram por telefone sobre “possíveis parcerias e trabalhos em conjunto visando o enfrentamento ao tráfico de drogas na região central de São Paulo”, mas que foi o governo federal quem ficou devendo uma resposta.
Segundo a Prefeitura, “ficou acertado que o ministério formularia proposta de alteração da legislação sobre as prerrogativas das Guardas Municipais nas capitais, além de uma portaria para definir parâmetros do uso de câmeras com reconhecimento facial nos espaços públicos, bem como ações de combate ao tráfico de drogas nas fronteiras”. Até o momento, afirma, “as propostas não foram recebidas pela gestão municipal.”