Depois de abrir uma investigação sobre o caso do vereador de Cândido Mendes Cleverson Pedro Sousa de Jesus, o Sababa Filho (PCdoB), que jogou R$ 250 mil pela janela da Câmara de Vereadores, no dia 4 de agosto – afirmando ter recebido o dinheiro a mando do prefeito da cidade, José Bonifácio Rocha de Jesus (PL), o Facinho, para que renunciasse ao mandato -, o Ministério Público do Maranhão avalia a possibilidade de um pedido de intervenção na administração municipal.
Esse pedido, se for feito, deve ser direcionado ao Judiciário, que decide pela aprovação, ou rejeição. Em caso de aprovação, caberá ao governador Carlos Brandão (PSB) a escolha de um interventor, que deverá, ainda, ser avalizado pela Assembleia Legislativa.
Ouvidos pelo Imirante sob condição de anonimato, membros do MP maranhense admitiram nesta quinta-feira (17) que um possível pedido de intervenção está no radar. “Estamos ouvindo a todos”, disse um dos promotores procurados pela reportagem.
Caos institucional
A justificativa para o pedido, se efetivamente ocorrer, deve ser o caos institucional que se instalou em Cândido Mendes desde o início do ano, com uma série de cassações de mandatos de vereadores na Câmara local – onde já houve, também, a eleição de dois presidentes ao mesmo tempo.
Em junho, o então presidente da Casa, vereador Josenilton do Nascimento, levou a plenário a votação de processos de cassação dos mandatos de adversários para dar posse a suplentes supostamente da sua base política. As cassações acabaram confirmadas por maioria.
Foram cassados Tayron Gabriel Sousa de Jesus, Wadson Jorge Teixeira Almeida, Whebert Barbosa Ascensão, e Nivea Marsônia Pinto Soares, sob alegação de quebra de decoro parlamentar.
Deveriam assumir em seus lugares Haymir Pereira Nishimura, Dadson Silva e Silva, Carlos Rogerio Ferreira Viana e Joana Costa Cunha, mas uma decisão judicial reverteu tanto as cassações, quanto a posse dos suplentes.
Com a recente denúncia de tentativa de suborno de um parlamentar, o MP decidiu instaurar inquérito, que, agora, pode desaguar numa intervenção estadual na gestão municipal.
Apoio
Sob o pretexto de inaugurar uma escola na cidade, o prefeito Facinho reuniu uma série de apoiadores nas ruas da cidade, na última terça-feira (15).
O grupo saiu em passeata pelas ruas do municípios, levando cartazes de apoios a gestão local.
Não há fundamento para tal pedido, as contas da gestão estão em dias, servidores e fornecedores pagos e importantes obras sendo inauguradas. Penalizar o prefeito pelas confusões que o grupo de vereadores tem feito com o intuito desesperado de retirar o atual gestor da disputa eleitoral, inventando cassacões de vereadores aliados e denúncias sem provas, seria por demais injusto. Ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza.