Por Joaquim Haickel
Quem conhece a minha trajetória como deputado, sabe das restrições que fiz sobre alguns posicionamentos políticos, eleitorais e administrativos implementados durante os 14 anos em que Roseana Sarney governou o Estado do Maranhão.
Fui contra alguns posicionamentos políticos e eleitorais desenvolvidos e levados a cabo por pessoas de pouca ou nenhuma visão nestes setores, mas que foram aceitos e implementados em seus anos de governo.
Posicionei-me contra a mudança de nome das Secretarias de Estado, transformadas em gerências, porém não me posicionei de forma contrária a criação das unidades administrativas regionais, as quais também chamou erradamente de gerências, mas de sua forma de operação.
Fui contra a mera extinção de alguns órgãos estatais como o SIOGE, sem que no lugar dele fosse colocado algo mais funcional e eficiente. Discordei peremptoriamente do desmantelo do sistema agropecuário de nosso estado, uma vez que a agroindústria é a maior de nossas vocações empresariais.
Fui contra o fato de Roseana não ter se candidatado a senadora em 2014 e não ter feito de tudo para eleger Luís Fernando em votação na Assembleia Legislativa para sucedê-la no governo e tentar se reeleger governador.
É possível que alguém mal-intencionado diga que, se eu discordava dela em algumas de suas ações, não deveria ter aceitado seu convite para ser secretário de esportes, em seu último mandato. Quem diz isso talvez não saiba que eu não queria aceitar e que de certa forma fui impelido a fazê-lo por pessoas do setor esportivo.
Minhas restrições a alguns atos de Roseana nunca fizeram com que eu não reconhecesse o seu imenso carisma, a sua imensa popularidade, a sua incrível capacidade eleitoral e que fazendo a contabilidade entre os pontos positivos e os pontos que eu considerava negativos de suas ações, o saldo sempre foi positivo e com grande margem a favor dos pontos positivos, pois em seus anos de governo, não houve perseguição a adversários e as instituições funcionaram em plena normalidade, coisa que não aconteceu depois dela.
Mas o motivo de estar falando sobre isso agora se deve ao fato de eu ter acompanhado um grupo de amigos de Belo Horizonte em passeios por São Luís e eu mesmo ter me surpreendido ao mostrar a eles a grande quantidade de obras de infraestrutura e ao comentar os apoios que aconteceram nos governos de Roseana aos setores culturais e esportivos.
Obras como diversos viadutos, as avenidas “Quarto Centenário” e “Via Expressa” e o Espigão da Ponta D’areia, são apenas alguns dos marcos de sua presença administrativa, isso sem contar com o fato de ter sido em seu governo que começou a vigorar as leis de incentivo a cultura e ao esporte, sustentáculos desses setores em nosso Estado. Nesse tocante é importante que se diga que em sua gestão essas leis não eram utilizadas como moeda de troca eleitoral ou com qualquer outra conotação que não fosse a de apoiar exclusivamente as iniciativas culturais e esportivas da sociedade maranhense.
Em cada lugar por onde passei com meus convidados havia uma obra realizada nos governos de Roseana, e o mais extraordinário foi que eu mesmo, que sou daqui, que sei de tudo que foi realizado por ela, fiquei surpreso ao constatar esses feitos. Entendi que o fato de fazer algumas restrições às suas gestões embaçaram a verdadeira visão de suas realizações.
Imagino que o que aconteceu comigo possa ter acontecido com muitas pessoas. Imagino também, que muitas pessoas que não foram capazes de reconhecer o valor de Roseana, possam observar melhor e fazer isso agora, e dar a ela o valor e o respeito que ela merece.
Penso que ainda seja tempo de, mesmo tendo discordado de Roseana em alguns aspectos, declarar o reconhecimento e o agradecimento por tudo de bom que ela fez, não só por São Luís, mas por todo o Maranhão.
PS: Vai aparecer algum energúmeno que diga que eu estou puxando saco de Roseana. Ora, se não puxei o saco dela quando ela era governadora e tinha imenso poder, por que faria isso agora que ela não tem mais a mesma posição? O reconhecimento que faço a ela hoje é resultado da constatação de suas realizações, nem sempre observadas e valorizadas devidamente.
Pois é, Joaquim, esse reconhecimento só te engrandece amigão….te conheço desde jovem e fui adversário de tua família por um tempo, depois descobrir que vocês tinham sido ótimos, voltei atrás e me tornei grande amigo de Zé Antônio e seu..
Reconhecimento é algo que valoriza nossas almas.
Eu também estive passeando por São Luis .
Vi as palafitas
vi as valas de esgoto correndo para o mar
vi as empresas e mansões da Rose e de seus apoiadores
vi o desemprego, a falta de saúde e de educação
vi periferias inteiras com suas quitandas gradeadas
Saindo um pouco, passando pelo campo de Perizes, vi a refinaria premium e o polo de confecções de Rosário.
vi a desesperança na face dos maranhenses que tiveram o infortúnio de serem governados por Joaquins , Roses, Lobos, Dinos e outros “benfeitores”
Apoiado. Se você, em um exercício mental sem muito esforço, subtrair de São Luis do Maranhão as obras e serviços realizados sob a tutela de Roseana Sarney e seus pares, sobra o quê mesmo?
Lembro que quando Sarney derrotou a medíocre oligarquia Vitorino Freire, o Maranhão era um Estado pastoril, sem energia elétrica, sem asfalto, sem porto, sem água e com uma só Indústria: O CUSCUZ IDEAL
É um depoimento que merece ser analisado no divan
Confesso que quase acreditei nos escritos do poeta,mas por um momento,lembrei de como ele comecou os escritos…nos 14 anos de governo,caracas,14 anos??? e so isso que foi feito??? E O RESTO DO ESTADO??mas vou aguardar outra pessoa governar o Estado por 14 anos,pra ver se de fato o poeta tem razão,em suas observações.