Salles não participou de reunião com madeireiras, diz relatório da PF

Diário do Poder

O relatório parcial da Polícia Federal que serve como base para a acusação do Ministério Público Federal contra o ex-ministro e atual deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) por suposta “representação de interesses” do contrabando de madeira ilegal afirma que o paulista não esteve na reunião que é pivô das investigações.

A PF ouviu testemunhas que atestaram poder exercer seus cargos no MMA de forma técnica, sem “qualquer tipo de interferência ou perseguição aos servidores do Ibama”, atesta o relatório.

O encontro com as empresas AIMEX, Confloresta e Tradelink, alvo central da acusação do MP, fazia parte de uma audiência, prevista na agenda oficial do Ministério.

A audiência foi solicitada por associações e deputados estaduais do Pará. Salles teria, no mesmo horário, uma reunião na Câmara dos Deputados, como relataram os depoimentos ouvidos da PF, segundo apuração do Diário do Poder.

O deputado se queixou nas redes sociais de “patrulhamento ideológico” sobre suas ações como ministro e, agora, como relator da CPI do MST.

O Ministério Público entendeu que há relação entre a agenda do ministério e o vazamento de reunião em que o ex-ministro é acusado de incentivar o governo Bolsonaro a adotar o “parecer-caneta” como política oficial de incentivo ao agronegócio. O termo pejorativo ganhou popularidade nas redes sociais, especialmente entre apoiadores de Lula e os chamados “progressistas”.

Ironia

Segundo interlocutores próximos ao deputado, a gestão de Salles à frente do Meio Ambiente chegou a ser alvo da Controladoria Geral da União (CGU) por ser excessivamente rigoroso com a exportação de madeira no Brasil. À época, o Ibama até emitiu nota técnica para responder sobre os critérios adotados pelo ministério.

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