APRENDEU COM O CHEFE: Cappelli bloqueia críticos após declarar apoio à Polícia da Bahia

Secretário-geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública e ex-interventor do Distrito Federal, Ricardo Cappelli vem bloqueando críticos no X (antigo Twitter) após ter declarado apoio à Polícia Militar da Bahia, que deixou 68 pessoas mortas só no mês de setembro, de acordo com levantamento do g1.

Cappelli saiu em defesa da polícia baiana, em entrevista à CNN Brasil na semana passada, e afirmou que “não se enfrenta o crime organizado com fuzil com rosas”.

— Não vejo uma desestruturação da Segurança Pública na Bahia. É grave? É. Tem confronto? Tem. Agora, a polícia da Bahia é uma polícia boa. Tem a questão da letalidade? Tem. Mas você não enfrenta o crime organizado com fuzil com rosas. Porém, a letalidade deve ser investigada e combatida — afirmou o secretário-geral.

Após a declaração, Cappelli entrou na mira de comunicadores negros como Thiago Amparo, professor de direito na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), a jornalista Cecília Oliveira e Douglas Belchior, educador e líder da Coalizão Negra por Direitos. Os três foram bloqueados depois das críticas.

“Na melhor tradição autoritária, @RicardoCappelli usa de uma falácia para justificar que crime se combate com fuzil, não rosas. É falácia porque outros estados conseguem combater segurança pública com reducação da letalidade policial (vide SP). É falacioso e autoritário”, escreveu Amparo.

Cecília publicou: “No dicionário do Cappelli crítica é sinônimo de agressão e xingamentos. Acho que já vi esse filme antes… Justificaitiva minúscula para bloquear jornalistas e acadêmicos. PS: ele é tb jornalista rs”. Já Belchior chamou de “bolsonarice racista” a declaração de apoio à polícia e questionou se Cappelli “diria a mesma coisa se quem morresse fossem brancos dos bairros brancos de onde ele veio”. A professora da FGV e advogada em direitos humanos Eloísa Machado reiterou as críticas dos bloqueados pelo secretário e chamou o gesto de “escândalo” e “inadmissível”. (O Globo)

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