Braide ‘erra a mão’ pela primeira vez em embate com a Câmara

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) cometeu seu primeiro erro de estratégia, nesta semana, ao encaminhar um novo projeto de lei para a Câmara acrescentando dispositivos à lei que define o rateio de precatórios do Fundef com professores da rede municipal de ensino.

O assunto havia sido encerrado no dia 31 de outubro, após o vereadores atenderem apelos da própria categoria e manterem, na segunda-feira, 6, vetos do gestor às emendas propostas por eles.

Mas, para surpresa geral, o prefeito mandou na mesma segunda um novo projeto ao Legislativo – e, pasmem, acrescentando tudo aquilo que já havia sido proposto pelos parlamentares nas emendas.

E os professores, que já estão na expectativa para encerrar décadas de espera pelo dinheiro, terão que aguardar mais alguns dias, já que a nova proposta só será votada na semana que vem.

Braide “errou a mão”, como se diz no popular.

O prefeito faz uma boa gestão, e tem apoio popular. Talvez por isso tenha se dado ao luxo de sequer contar com uma bancada consistente na Câmara. Dessa forma, tem sido defendido nas redes pelos próprios seguidores em todos os embates entra contra o Legislativo.

Vinha passando, até agora, como perseguido pelo vereadores.

O episódio dos precatórios do Fundef modificou essa lógica.

A atitude de Braide no caso soou mais como birra. É como se houvesse pensado: “Se foram os vereadores que modificaram meu projeto, eu veto as emendas e apresento outro, com o mesmo teor das emendas. Mas o projeto inteiro precisa ser meu”.

Além disso, ele próprio admite que, desde o dia 7 de outubro – quando de uma audiência com professores, e antes do envio do primeiro projeto à Câmara -, o Município já sabia exatamente como deveria ser o texto. Tanto que assinala isso na mensagem que encaminhou ao Parlamento nesta semana.

Ora, se antes do envio do primeiro projeto o prefeito já sabia da “decisão da categoria” – e se tinha interesse em respeitar essa decisão -, por que encaminhou projeto diverso desse entendimento num primeiro momento?

Por que vetou as emendas que os vereadores propuseram adequando o projeto inicial à “decisão da categoria”?

E, depois de pedir que os vetos fossem mantidos, por que resolveu mandar outro projeto, agora sim, respeitando a “decisão da categoria”?

A resposta óbvia – que pode não ser a correta, admitamos – é que Braide montou uma estratégia para responsabilizar os vereadores por um possível atraso na tramitação de todo o processo. Mas recebeu a bomba de volta em seu colo.

E, agora, caberá a ele desarmá-la…

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