“Vamos recuperar o tempo perdido e, tranquilamente, pegar o trem para Paris, o trem do desenvolvimento sustentável que há anos buscamos”
Por José Reinaldo Tavares
Foi assim que me senti, em despacho com o ministro das Comunicações Juscelino Filho, na última terça-feira (5), em Brasília.
Fui levar para discussão com o ministro um projeto extremamente importante para o desenvolvimento do Maranhão, importantíssimo para atrair empresas de grande porte para a ZPE digital, com a criação de grandes bancos de dados aqui, indispensáveis para todos os tipos de empresas, universidades, governo, permitindo que tenham sempre a mão e disponíveis todos os dados importantes necessários ao funcionamento delas.
Esse projeto estava composto por um cabo submarino, ligando São Luís a Fortaleza e, através dessa ligação, estaríamos nos ligando a todo mundo, por meio de banda larga de altíssima velocidade, atraindo grandes empresas para cá já que, além disso, temos água e energia disponíveis, sem registros de anomalias climáticas severas, terremotos, furacões, tremores de terra. Para isso, necessitaríamos de 700 km de cabo submarino entre as duas capitais nordestinas. O projeto se completaria com uma ligação em fibra ótica entre São Luís e Brasília, com cerca de 2000 km, o que completaria a infraestrutura de desenvolvimento digital do estado.
O ministro foi logo me dizendo que havia um projeto privado apresentado ao Ministério, que faria a ligação entre Fortaleza e a Guiana, em cabo submarino, com tecnologia de ponta, sendo oferecido pelo empresário empreendedor aos estados brasileiros do litoral, localizados entre Fortaleza e a Guiana. Ou seja, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá, que teriam que preparar as bases para receber o cabo submarino. Mas essas obras teriam que ficar prontas antes do cabo submarino passar por esses locais porque, depois de colocado, já não seria possível participar mais. Esse estado ficaria fora, com grande prejuízo ao seu desenvolvimento.
O prejuízo seria enorme, pois o sistema existente no Nordeste é antigo, obsoleto, com enorme latência e falhas constantes, não suportando o tráfego que viria. Ele me falou que o Pará criou uma empresa só para isso e já obteve do BID o apoio necessário para se integrar ao sistema. O governador do Piauí já esteve com o ministro e o BID e está seguindo os mesmos passos.
Foi então que me senti um passageiro do último trem para Paris que, no risco de perdê-lo, estaríamos irremediavelmente presos ao passado, destinados ao atraso e fora das oportunidades do futuro.
Mas, na quarta-feira (6) tínhamos um encontro marcado com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para tratar do projeto Casa de Esperanças, coisa que fizemos logo no início. Lá ficamos sabendo que o nosso pedido de apoio já estava em Washington para a decisão. Portanto, a parceria estava funcionando muito bem. Otimistas com a notícia, entramos na discussão do cabo submarino e as coisas foram ficando menos ameaçadoras, o tempo estava mudando.
Eu e Antônio Nunes – que faz parte da SEDEPE e é dotado de grande experiência, jurídica e administrativa e ajudou muito na formulação da parceria com o BID com a Casa de Esperanças – conseguimos avançar para não perdermos esse trem histórico. Ao final da reunião, ficou acertado um contrato com o BID para formular a solução de nossa participação no projeto, nos mesmos moldes firmados com o Pará e, por intermédio de uma PPP (Parceira Público Privada), que seria realizada pelo BID, escolher uma empresa privada para construir e operar o sistema no Maranhão, garantindo assim o acesso à mais moderna tecnologia de comunicação do mundo, nos conectando globalmente. Essa empresa vencedora da PPP pagaria o trabalho realizado pelo BID, sem nenhum ônus para nós.
Com isso, vamos recuperar o tempo perdido e, tranquilamente, pegar o trem para Paris, o trem do desenvolvimento sustentável que há anos buscamos.
Não ficaremos para trás. São José não falha, meus amigos.
Tivemos também uma audiência muito importante com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, acompanhado de Walter dos Santos, da Comunidade Quilombola do Piqui da Rampa (em Vargem Grande-MA); de Zé Carlos, superintendente do Incra no Maranhão; de Augusto Lobato, responsável pelos assuntos de comunidades na SEDEPE; do Rafael Leitoa, prefeito de Timon e de muitas autoridades do sistema e do Ministério. Apresentamos o projeto desenvolvido pela SEDEPE, Raízes Solares, um projeto piloto que depois será aprimorado e estendido para toda as demais comunidades quilombolas que se organizarem para receber e desenvolvê-lo. O ministro prometeu todos os esforços para que, no primeiro trimestre do próximo ano, o projeto esteja implantado em Piqui da Rampa. Esse projeto tem como base vender a energia produzida por placas fotovoltaicas, em projeto de 2 MW (megawatts). Esses recursos apurados serão aplicados no desenvolvimento da comunidade.
Walter aproveitou o momento para pedir ao ministro Paulo Teixeira que entregasse ao presidente Lula uma carta em que a comunidade solicitava a criação de uma Universidade Quilombola, no Maranhão, a primeira do Brasil, o que muito alegrou o ministro.
Finalmente, depois de muita luta, vamos atender às comunidades quilombolas, na busca pela independência financeira e pela dignidade de suas laboriosas famílias.
Yscariotes, cuspiu no prato que comeu, perdeu o bonde da História.
Hoje, não passa de um esquife político. Parece que ainda não percebeu que, no universo político do Maranhão, não passa do Bufão.
Tu tem q pegar é o TREM do INSS !!!