Um procurador que, quando está desocupado, decide perseguir… Deus!

Volte e meia, tudo indica, o procurador Jefferson Aparecido Dias, do Ministério Público Federal, fica com síndrome de abstinência dos holofotes e decide, então, inventar uma causa para virar notícia. Aprendeu, com a experiência, que dar uns cascudos em Deus — nada menos — ou na fé de mais de 90% dos brasileiros, que são cristãos, rende-lhe bons dividendos. Eventualmente ele pode juntar o combate à religião a alguma outra causa politicamente correta (já chego lá), e aí tem barulho garantido. E, por óbvio, granjeia o apoio de amplos setores da imprensa, que podem até admirar o lulo-petismo, mas acham que religião é mesmo um atraso… Acham legítima a fé num demiurgo mixuruca, mas não em Deus. Entendo. É uma questão de padrão intelectual.

A mais nova e essencial decisão deste senhor, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, de São Paulo, foi entrar com uma ação civil pública para retirar das notas do real a expressão “Deus seja louvado”. É o mesmo rapaz que de mobilizou para caçar e cassar todos os crucifixos de prédios públicos, lembram-se? Também foi ele que tentou, sem sucesso, levar o pastor Silas Malafaia às barras dos tribunais quando este protestou contra o uso de santos católicos em situações homoeróticas numa parada gay. Referindo-se a ações na Justiça, o pastor afirmou que a Igreja Católica deveria “baixar o porrete” e “entrar de pau” nos organizadores do evento. O contexto deixava claríssimo que se referia a ações na Justiça. O procurador, no entanto, decidiu acusar o religioso de incitamento à violência. Era tal o ridículo da assertiva que a ação foi simplesmente extinta. Eis Jefferson Aparecido Dias! Eu o imagino levando os recortes de jornal para as tias: “Este sou eu…”

Jefferson é um homem destemido. Não tem receio de demonstrar a sua brutal e profunda ignorância. É do tipo que diz bobagens de peito aberto. Depois de gastar dinheiro dos contribuintes com a questão do crucifixo e com a tentativa de ação contra Malafaia, ele agora se volta para as notas do real. E justifica a sua ação com esta boçalidade intelectual:
“A manutenção da expressão ‘Deus seja louvado’ […] configura uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade suprema, fato que, sem dúvida, impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões cultuadas em solo brasileiro (…). Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxóssi’, ‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus não existe’. Com certeza haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus”.

Como se nota, trata-se de uma ignorância cultivada com esmero, com dedicação, com afeto até. Jefferson é do tipo que ama as tolices que diz, o que é demonstrado pelo recurso da enumeração. Trata-se, assim, para ficar no clima destes dias, de uma espécie de continuidade delitiva do argumento.

Vamos ver.

O procurador é o tipo de temperamento que gosta de propor remédios para males que não existem, o que é próprio de certas mentalidades autoritárias. Em que a expressão “Deus seja louvado” impede “a coexistência em condições igualitárias” de todas as religiões? Cadê os confrontos? Onde estão os enfrentamentos? Apontem-me as situações em que as demais religiões, em razão dessa expressão, passaram por um processo de intimidação. Em tempo: Alá é Deus, doutor! Vá estudar!

Não sei que idade tem este senhor, mas sei, com certeza, que ele se formou na era em que o “princípio da igualdade” tem de se sobrepor a qualquer outro, mesmo ao princípio da realidade e da verdade. Ora, “Deus” — sim, o cristão! — tem, para as esmagadora maioria dos brasileiros, uma importância cultural, moral, ética e religiosa que aqueles outros símbolos religiosos não têm. Todos os brasileiros são iguais no direito de expressar a sua fé — e isso está assegurado pelo Inciso VI do Artigo 5º da Constituição, a saber:
“VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Ocorre, doutor Jefferson, que a mesma Constituição que garante essa liberdade — e que assegura a liberdade de expressão, aquela que o senhor tentou cassar do pastor Malafaia — também tem o seguinte preâmbulo:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”

Como é que o doutor Jefferson tem o topete de evocar uma Constituição promulgada “sob a proteção de Deus” para banir das notas do real a expressão “Deus seja louvado”, sustentando que ela “impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões”? Doutor Jefferson é macho o bastante (em sentido figurado, claro, como o emprega o povo) para dar início a um movimento para cassar Deus da Constituição? Ou, acovardado, ele se limita a perseguir crucifixos em repartições públicas e a expressão genérica da fé em cédulas de dinheiro?

A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Oxóssi?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Lord Ganesha?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os ateus?

O nome disso é intolerância. Esse mesmo procurador já tentou processar um outro pastor evangélicos que atacou o ateísmo — ainda que o tenha feito em termos impróprios. Já me ocupei de doutor Jefferson neste blog algumas vezesno passado. Quase invariavelmente, ele comparece ao noticiário tratando de questões dessa natureza, o que, fica evidente, caracteriza uma militância. O que me pergunto é se este senhor, ele sim!, por ser eventualmente ateu (e é um direito seu), não tenta usar uma posição de autoridade que conquistou no estado brasileiro para impor a sua convicção.

Maiorias, minorais e respeito
Nas democracias, prevalece a vontade da maioria na escolha dos mandatários e, frequentemente, no conteúdo das leis. Elas também se fazem presentes nos costumes e nos valores. Mas o regime só será democrático se os direitos das minorias forem garantidos. Haver na cédula do real a expressão “Deus seja louvado” significa, sim, que este é um país em que a esmagadora maioria acredita em Deus, mas não caracteriza, de modo nenhum, supressão dos direitos daqueles que não acreditam em Deus nenhum, que acreditam em vários deuses ou que simplesmente acham a religião uma perda de tempo. Em sociedade, a afirmação positiva de um valor não implica, necessariamente, a cassação da expressão de quem pensa de modo diferente.

Ora, seria mesmo um despropósito, meu senhor, que houvesse, no Brasil, com a história e com o povo que tem, algo como “Lord Ganescha seja louvado” ou “Oxóssi seja louvado” pela simples e óbvia razão de que essas, quando considerada a sociedade brasileira no seu conjunto, são crenças de exceção, que traduzem escolhas e convicções da minoria do povo. O Brasil é uma nação de maioria cristã, o que o doutor não conseguirá mudar. O que se exige é que essa nação resguarde os direitos de quem quer cultuar outras divindades e deuses ou deus nenhum. E isso está garantido pela Constituição Brasileira, promulgada “sob a proteção de Deus”.

Finalmente, o argumento de que o estado é laico — e, felizmente, é mesmo! — não deve servir de pretexto para que se persigam as religiões. Um estado laico não significa um estado ateu, que estivesse empenhado em combater as religiões. A sua laicidade é afirmativa, não negativa; ela assegura a livre expressão da religiosidade, em vez de reprimir a todos igualmente. Entendeu a diferença, doutor?

Sei que a questão parece menor, quase irrelevante. Mas não é, não! Essa é apenas uma das vezes em que supostos iluministas, falando em nome da razão, tentam impor uma espécie de censura da neutralidade ao conjunto da sociedade. Pretendem que escolhas com viés ideológico sejam apenas as alheias, a de seus adversários. Promovem permanentemente uma espécie de guerra cultural contra os valores da maioria para poder acusá-la de autoritária.

Como sabemos, a cada vez que os ingleses cantam “God save our gracious Queen” e se ouve o eco lá naquele “novo continente” — “And this be our motto: ‘In God is our trust’” —, o que se tem é a voz da ditadura cristã dominando o mundo, não é mesmo?

Deveria haver um limite para o ridículo, mas não há! Parece que o que falta ao procurador é serviço!

53 pensou em “Um procurador que, quando está desocupado, decide perseguir… Deus!

  1. ELE FAZ ISSO POR QUE A DEMANDA PROCESSUAL DEVE ESTAR GRANDE O SUFICIENTE PARA FAZER JUS AO SEU SALARIO DE PROCURADOR, ORA BOLAS!

  2. Caro Leda
    Sei que colocasse esse texto de outra autoria em seu blog. Pelo visto deve compactuar com a opinião nele expressada.
    Acho que ratificar ditames cristãos com o simples artifício de que é a crença da maioria dos brasileiros me parece, de longe, travestida de enorme simbolismo arcaico, retrógrado e insuficiente.
    O nosso privilegiado constituinte foi esperto ao disciplinar ao Brasil a laicidade do Estado. O “Deus seja louvado” de nossas cédulas é claro que em nada interfere na ordem econômica mas se reveste de um caráter social e ideológico que o país devia de pronto abandonar.
    Somos umbandas, somos judeus, espíritas, cristãos. Somo uma nação plural. E não cabe ao país selar preferência por nenhuma denominação, nem que seja a maior ou a menor. Ao procurador, meus parabéns! Não faz nada além de obedecer a nossa Carta Magna.

    • E pq, então, o procurador não aciona a Justiça para retirar, também, a menção a Deus contida no preâmbulo da Constituição? Poste o texto pq quero levar ao debate o caráter midiático da medida…

      • Embora eu acredite válida a sua posição ela é infinitamente difícil. Primeiro, o preâmbulo da constituição não tem força jurídica, portanto, não comporta efeitos de uma EC. Para que isso fosse possível creio que seria necessária uma nova constituinte, papel que não cabe ao procurador. Porém, o Excelso Pretório reconhece que o preâmbulo reflete o pensamento do Direito. Creio eu, pessoalmente, que, pelo fato de nossa constituição ser dogmática, a palavra Deus não interfere precipuamente no ordenamento jurídico brasileiro. Não deveria estra lá. Mas uma afronta a laicidade.

        • afronta é tanta coisa pra ser resolvida e alguem se preocupar com isso ai! corrupçoes, mortes, trafico, drogas, salarios baixos…seca, falta de oportunidades, educaçao em baixa, saude no chao…isso sim é uma AFRONTA para o cidadao. aconselho ao ilustre procurador se inteirar mais dos VERDADEIROS anceios do pvo brasileiro.,.rapaz!!!

  3. MANDA ESSE PESTE AQUI PRA RAPOSA,AQUI ELE VAI ACHAR MUITO O QUE FAZER. E SO COMECAR A PRENDER O ATUAL PREFEITO POR FURTO,E O ELEITO AGORA POR COMPRA DE VOTO.

  4. Ja estava mais do que na hora, alem do que, a fraze “Deus seja louvado” na nossa atual moeda fere o Art. 19. da Constituição Federal de 1988 onde diz É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

    =====================================================

    senão não cabe tambem ao Muçumano “Ala seja louvado” ou Budda ou Ganesha ou Nataraj e tantos outros q hj eh visto como mitologia e aos de hj que futuramente não passaram de mitologia tabem.

  5. Deixe de ser patético. O Estado é laico e não deve ter suas notas sujas com o nome de nenhuma divindade. Agora largue de ser recalcado e em vez de protestar no blog faça algo para repor a louvação nas cédulas, duvido muito.

    • Se o nobre procurador apenas defende o estado laico, pq não representa, também, contra a referência a Deus no preâmbulo da Constituição?

      • Representar contra a Constituição!?
        Só pode estar brincando…
        Representações tem de se basear em leis, e qualquer um que saiba sequer um pouquinho de direito já ouviu falar que os diferentes trechos da Cosntituição são presumidamente harmônicos, não podendo ser considerados antagônicos.

        Bem, achava trivial, mas acho que isso responde à sua insistente pergunta. Noutras palavras, a supressão da menção à deidade na Carta Magna fica para a próxima.

      • Simples: porque ele não tem atribuição legal para impugnar o preâmbulo da Constituição. Se ele o tivesse, certamente o faria.

  6. Caro Gilberto! Não concordo com com todo esse ataque ao nobre Procurador,
    até porque,quem decidirá é a JUSTIÇA.Quanto ao BLOG, será se ele também
    está procedendo com isenção e imparcialidade o que deve ser o papel de uma
    IMPRENSA livre e independente em uma DEMOCRACIA?

  7. Caro Gilberto! Será se o ideal não seria o MPE proceder da mesma forma
    com referência a tudo que existe com nomes dos “SARNEY’S” no Maranhão
    e acima de tudo,a JUSTIÇA acatasse?Não é o que diz a LEI,é proibido nomes
    de Pessoas VIVAS e coisas Pública? Talvez o que esteja faltando é um Dr.
    Procurador com esse perfil,ou não ?

  8. O critério que define o que é ou não tolice é se gera ou não incômodo.
    Ora, ao colunista está óbvio que a menção “Deus seja louvado” é mais que palatável, portanto ele o classificará como bobagem. O mesmo ocorre quanto à presença de crucifixos em repartições públicas.

    Pois bem, há quem tenha outros credos e outros valores e, com absoluta certeza, há quem se sinta consideravelmente incomodado ao ver dinheiro público sendo gasto para promover a adoração ao Deus cristão. Ou não está claro que “Deus seja louvado” é um slogan religioso?

    Pequenez, caro colega, é copiar um dístico estrangeiro (In God we trust) em versão piorada de uma cultura que jamais se cruzou historicamente com a nossa, uma cultura caracterizada pela falsidade moral, uma cultura ultra materialista que, talvez por isso mesmo, tenha que falsear o símbolo máximo de seus valores materiais (o dólar americano) com o nome de uma divindade.

    O que muda o argumento de que 90% da população brasileira é cristã (90%? O IBGE apurou isso no censo mais recente!?) Absolutamente nada. O uso de dinheiro do Estado para a expansão de uma fé é coisa dos tempos de Cabral. Este capítulo de nossa história foi encerrado com o esvaziamento dos cofres portugueses sob a coroa de Maria I, a Piedosa, mais conhecida como Maria, a Louca, mãe de D.João VI, que bancava incontáveis procissões para atenuar seu sofrimento pela perda de seu querido marido D.Pedro III. E justamente por tal LOUCURA seu filho, ainda que despreparado, foi nomeado regente.

    Forçosamente foi interpretado aqui que a questão se tratava de omitir a expressão propagandística religiosa das cédulas de real. Ora, ledo engano, ou Léda engano, se preferir; trata-se de não usar um meio de troca, cuja aceitação é garantida por força de lei e cuja produção é custeada por recursos públicos, em panfleto propagandístico de um segmento religioso. Que os crentes no dito Deus propalem sua palavra como bem entenderem, mas às suas próprias expensas e resguardando o direito de pessoas de outros credos não aceitarem seus panfletos. O dístico jamais deveria ter sido incluído.

  9. Ponto para o procurador.
    To com ele. Vamos deixar Deus cuidar das coisas espirituais.
    O ESTADO cuida das coisas práticas….

    • querendo ou nao, somos uma naçao cristã…retirar qq coisa q leve o nome de Deus é de certa forma perder a identidade ou de como somos conhecidos ou a forma de pensarmos…rapaz!!!

  10. O procurador tá corretíssimo!! E Gilberto, não é porque a Constituição faz menção no seu preâmbulo a Deus, que nas cédulas tenha que constar a referência tbm. Aliás, ela própria é que estabelece que o Estado brasileiro é laico, e não há contradição entre o preâmbulo e o corpo da carta magna, primeiro porque as normas constitucionais formam um sistema, e sistemicamente ela deve ser interpretada; e segundo e mais importante, porque a eficácia do preâmbulo como lei já foi discutida no STF e foi decidido que o conteúdo do preâmbulo não possui força normativa, assim, não caberia ao procurador propor a mudança dessa parte da constituição, como vc chegou a questionar em um comentário acima.

  11. desconsidera meu outro comentário (não aceita). queria comentar era o texto ecrito por esse panaca! já corrigi, comentando no comentário dele.

  12. Concordo com a posiçao do presidente do senado, temos de entender ¨o pais é laico¨ mais nao é ATEU

    • Um país laico meu caro, é um país que não se vincula a nenhuma religião. Portanto, vc como cristão, talvez se sentisse desrespeitado se aparecesse numa nota de real escrito: “oxóssi seja louvado”. O engracado eh que a doutrina crista diz que nao se deve dar valor exacerbado a bens materiais, e as pessoas ficam brigando pra colocar o nome de Deus em dinheiro. Lembre-se da passagem em que Deus diz: “a Cesar o que eh de Cesar, e a Deus o que eh de Deus”, tem gente 2 mil anos depois achando que nota de real eh de Deus….

    • Perseguição porque? Não somos um Estado laico??!! Portanto nada mais justa a separação entre religião, Deus e o Estado.

      • Pois é, daqui a pouco vão dizer que foi Deus que colocou seu nome na cédula de Real. No curral eleitoral da família Sarney já devem estar dizendo isso.

  13. Concordo com o G.L.Taliesin. A expressão “Deus seja louvado” é uma clara agressão à laicidade do Estado, assim como essa tal menção na Constituição. Como bem disse o colega acima, o que se questiona é sobretudo o emprego de recursos públicos para promoção de um determinado segmento religioso.

    Reinaldo Azevedo passa praticamente todo o texto justificando a tal “ignorância” do procurador. Entretanto, ele mostra sua profunda (e já conhecida) ignorância a respeito do tema quando eleva ao mesmo patamar o deus cristão ao deus islâmico (ou alá): “Deus seja louvado” impede “a coexistência em condições igualitárias” de todas as religiões? Cadê os confrontos? Onde estão os enfrentamentos? Apontem-me as situações em que as demais religiões, em razão dessa expressão, passaram por um processo de intimidação. Em tempo: Alá é Deus, doutor! Vá estudar!”

    Caso ele seguisse seu próprio conselho e procurasse estudar antes de divulgar sua “mera opinião”, notaria que existem diferenças profundas em relação as duas entidades. Mas a vontade de chamar atenção e expressar sua “mera opinião”, muitas vezes arrogante, e superficial a respeito dos temas em destaque, passam por cima desses “detalhes”.

    Como citado, a Constituição assegura que “Todos os brasileiros são iguais no direito de expressar a sua fé” mas o Estado não pode (ou não poderia) expressar sua preferência por uma ou outra expressão, ou não, de fé. Embora o caso daquele servidor público retirado a força por policiais da Câmara de Piracicaba (SP) revele exatamente o contrário. Ou isso também não é uma expressão da alardeada intolerância pregada por R.A. ? Além desses, há outros casos de intolerância e que vão de encontro a laicidade, como a obrigação das aulas de ensino religioso nas escolas, presença de crucifixos em repartições públicas, entre outros.

    Por fim, será que, se somos hoje um país de maioria cristã foi por nossa livre vontade ou, ao longo da nossa formação histórico-social, fomos obrigados por nossos colonizadores a aceitar e assimilar essa cultura? Será que essa conversão foi passiva e pacífica ou custou o sangue de milhares de colonizados que tiveram suas culturas exterminadas para sempre em prol da adoração de um deus bom e amoroso?

    Essas questões refletem um pouco a importância e os esforços, como desse procurador, para que alcancemos a garantia de um verdadeiro estado laico e não essa farsa que vemos aí. Esforços estes que deveriam ser de todos, independente ou não de crença, que vivem neste país.

  14. “Um estado laico não significa um estado ateu, que estivesse empenhado em combater as religiões. A sua laicidade é afirmativa, não negativa; ela assegura a livre expressão da religiosidade, em vez de reprimir a todos igualmente.”

    O “Deus Seja Louvado” é cultural, não há perseguição a nenhuma outra religião, não há perseguição a adeptos de outras crenças. Querer tirar a mensagem das cédulas é ir de encontro à laicidade do Estado, que garante a livre expressão de crença e não a repressão.

    Dizer o que?

    • Então, na sua opinião, não se deve tirar o dístico das cédulas porque ele é “livre expressão de crença religiosa”. Muito bem, mas seria então crença de quem? Do Presidene Sarney? Porque do Estado não poderia ser, já que como se mencionou à exaustão aqui, o Estado é laico.

      Para quem não sabe, até mesmo o caso do In God we trust, que os próprios americanos fazem pouco dizendo in gold we trust é um lema dos Estados Unidos da America aprovado pelo Congresso. O lema reproduz um dístico surgido na época da Guerra Civil por demanda popular e, novamente, por atos do legislativo, e isto numa época em que bruxas eram caçadas. História um tanto diferente da nossa, não acham???

  15. Sr. Gilberto, Não tenho conhecimentos para discutir coisas de religião, ou constituição sei lá, e nem sei o que significa IN GOD WE TRUST, que lí numa cédula de dolar. Acho que nosso homem da lei devia apelar para a ONU, para mandar tirar essa coisa de GOD pois o dólar é moeda que circula no mundo inteiro.

    • Concordo com o artigo, esse procurador deveria procurar algo mais sério para fazer, são paulo está matando uma duzia de policiais por dia (poderiam dizer, isso não é assunto do mpf), mas esse cidadao pago com o meu dinheiro nao pode ficar de brincadeira desse jeito. anotem, a Biblia diz, “Deus nao se deixa escarnecer”, esse cidadao ainda vai implorar a misericordia de Deus…assim foi com Saulo que perseguia Cristo…vamos aguardar. Esse cidadão vai ser um Cristão e ainda vai testemunhar isso junto com Silas Malafaia…

  16. Por falar em Deus, nunca ví tanto comentário para um só assunto, nem tanta imbecilidade juntas; arre égua.

  17. O incrível disso tudo não é ver um procurador de um país como o nosso, que tem tantas coisas mais importantes para se preocupar, se deter a uma ação civil tão infeliz, mas sim ver tantas opiniões de apoio a ele… Só lembrando a estes e tantos outros que a corrupção, os bandidos, a saúde e educação precárias estão ai, para serem debatidas, questionadas e solucionadas!

  18. Gilberto,
    Tenho apreço pelo seu blog, mas da mesma forma que colocaste “Deveria haver um limite para o ridículo, mas não há! Parece que o que falta ao procurador é serviço!”, ando achando que estás sem notícia… Essa reprodução é daquelas típicas para aumentar audiência e discussão, e você, diferente de outros não precisa disso.
    Em tempo, concordo com o procurador. Cada macaco no seu galho. Lugar de Deus, Deuses, Entidades etc não é na moeda, mas na fé da cada um.
    Abs,

    • Pelo contrário… nem imaginava que geraria tanto debate assim, até pq entrei atrasado no tema… republiquei pq li e concordei com os argumentos dos Reinaldo Azevedo… abs

  19. Deixa de ser ignorante (no sentido de burro mesmo), que ele tem todo o direito, e principalmente o Dever de demandar a justiça pra tirar essa frase das notas…isso fere a Constituição da mesma forma que torturar um preso fere tb…e nao me venha com o argumento do preâmbulo, pois ja foi demandado ao STF para que fosse retirado tb, e o STF ja decidiu q nao fere a constituição…entao o procurador nao o fez, pois ja fez coisa julgada no STF.

  20. SE NAO TIVESSEMOS OUTROS ASSUNTOS MAIS URGENTES, LATENTES E IMPACTANTES EM NOSSO PAIS, ACEITARIA ESSA DISCUSSAO, COM TANTAS MORTES, SAUDE EM CAOS, VIOLENCIAS, CORRUPÇOES, ETC, ETC, ETC…DESCULPE MAS É MUITA FALTA DO QUE FAZER SE PREOCUPAR COM O NOME DE DEUS OU SE O ESTADO É LAICO OU SEI LA O Q!!! CARAMBA!!! VAMOS “GASTAR” NOSSA MENTE COM O Q REALMENTE INTERESSA PARA TODOS Q FAZEM O BRASIL…

  21. Se Diógenes fosse vivo e com sua lâmpada viesse ao Brasil, acho que não encontraria um homem, pois a rigor quem acha valor e seriedade no GRANDE procedimento da quele nobre e valoroso PROCURADOR, talvez não passasse no crivo!

  22. Deveríamos criar uma lei federal,para a população que paga o salário desses desocupados,poderem também despedi‐los,se eu pudesse despedia esse otário!!!!!!!!!!!!!Ele tem uma carinha de retardado!

  23. O Brasil é um país de maioria cristã,penso que seja difícil desvincular lei de religião,está tudo muito interligado,está na cultura do povo,preste atenção no nome das cidades,dos estados e das pessoas e verá que é impossível ser totalmente laico,pelo menos no Brasil.E quanto ao termo Deus este pode se referir a qualquer Deus,até o diabo é considerado um Deus,cada um louve seu Deus,para alguns Deus éo sexo,para outros o dinheiro,Oxossi,Alá,Thor,o Sol,cada um adore oque quiser,e louve seu Deus,e esse procurador procure um serviço útil,que tal representar as mães que perdem seus filhos na violencia que afeta o Brasil e essa insegurança que vivemos,que tal ajudar acabar com a corrupção,todos nós pagamos o salários dessas pessoas,espero que façam coisas produtivas OK?Eu respeito a opnião de quem discorda de mim, mas vivemos num país democrático,também tenho a minha!

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