Secretário de Castelo desabafa: “período sofrido”

O secretário de Saúde de São Luís, Santiago Servin, fez um desabafo, nesta segunda-feira (31), seu último dia à frente do comando da Semus.

Em carta à imprensa, ele diz que os quase sete meses que passou na administração João Castelo (PSDB) foi um “período sofrido, difícil, mas com algumas conquistas”.

Servin também dé a entender ter sido vítima de preconceito por ser paraguaio. “Muitos falaram mal da minha pessoa por ser paraguaio ou por ser mais técnico do que político, político não sou mesmo, mas paraguaio sou e com orgulho, mas também sou brasileiro naturalizado há quase 10 anos, sou casado com uma maranhense e tenho uma filha maranhense (sou maranhense de coração, quem me conhece sabe muito bem disso)”, disse.

Leia abaixo o texto completo, sem correção do editor

“Amanhã completo quase sete meses como secretario, período sofrido, difícil, mas com algumas conquistas, conheci muitas pessoas algumas muito preparadas, inteligentes e bem intencionadas, porém subutilizadas por questões políticas, já outras despreparadas para os cargos que exerciam mais ocupando estes por exigência política de outros mais poderosos, realmente uma pena, pois isto dificulta muito o andamento do sistema dentro da secretaria.

Na lista dos meus sonhos a serem realizados nunca esteve o de ser secretario municipal ou de qualquer cargo político, mas aconteceu por vários motivos e principalmente pelo desejo de querer fazer alguma coisa pela saúde, tentar deixar uma marca, algo quase que impossível quando as intenções são boas. Entrei com vontade, querendo tudo para ontem, como bom cirurgião que sou, mas me deparei não com uma muralha e sim com varias de vários tamanhos, algumas muito altas e lógico com bendito período eleitoral, que não permite que se tome praticamente nenhuma medida política ou administrativa de grande porte.

Descobri, assim, que as coisas não são como eu imaginei e logo de inicio encontrei um longo e difícil caminho que em vários momentos me levaram a pensar em desistir, mas me mantive firme apesar das pressões que sofri, apesar da politicagem a qual a saúde é submetida, apesar dos políticos irresponsáveis que só pensam em manter o mandato e não se preocupam com a vida das pessoas. Alem de que eu tinha dado a minha palavra, de que me manteria firme ate o final.

A ajuda dada pela secretaria estadual de saúde foi uma decisão minha, foi um pedido de socorro, pois o risco que corríamos em prejudicar um inocente era grande, alem de levar a culpa por isto. Estávamos sozinhos apagando incêndios que estavam cada vez mais difíceis de serem controlados, os políticos não entendem e nunca vão entender isto, só quem é técnico e trabalha na ponta sabe do que estou falando. O estado demonstrou ser efetivo e preciso, ajudou muita gente necessitada, nós estávamos quase que impossibilitados de resolver os problemas destas pessoas, acredito que a única forma que o governo tem de fazer saúde sem misturar com a política é dar as mãos e trabalhar juntos.

Muitos falaram mal da minha pessoa por ser paraguaio ou por ser mais técnico do que político, político não sou mesmo, mas paraguaio sou e com orgulho, mas também sou brasileiro naturalizado há quase 10 anos, sou casado com uma maranhense e tenho uma filha maranhense (sou maranhense de coração, quem me conhece sabe muito bem disso), formei na UFMA há mais ou menos 18 anos, sou especialista em cirurgia geral pela UFMA e especialista em Coloproctologia, sou cria do Socorrão (adoro emergência); ando pelo socorrão há quase 22 anos, sei de todos os problemas destes hospitais, pena que não tive tempo e nem autonomia de pelo menos tentar resolver alguns deles.

Estes problemas podem ter piorado no ultimo ano, mas sempre existiram e todos sabem quais são (superlotação, falta de autonomia da direção destas unidades, subfinanciamento, manipulação política da emergência, etc.), os políticos parecem não querer ou pode também não ser de interesse deles resolver estes problemas, talvez manter estes pacientes no fio da navalha, seja mais beneficioso politicamente, sinceramente não consigo entender; espero sinceramente que o novo prefeito e a nova equipe da secretaria de saúde (tenho Fé nesta nova equipe) tenham consciência e deixem a política de lado ao cuidar da saúde, elas duas não devem ser misturadas de forma alguma, talvez esta seja uma das soluções para o problema da saúde do município, negociar sem querer tirar vantagem e pensar nas pessoas que precisam destes serviços.

Finalizando queria agradecer as pessoas que me tiveram paciência me apresentaram e ensinaram sobre algumas coisas das quais realmente não tinha nem ideia da sua existência e muito menos como funcionava (SUS, política de saúde, gerenciamento de pessoal, ministério da saúde, conselho municipal de saúde, comissão intergestora regional, CIB, etc.), não é tão difícil quando se tem as pessoas certas do seu lado, praticamente me pegaram pela mão. Não vou citar nomes, pois posso esquecer injustamente alguns. Do fundo do meu coração agradeço a todos com quem trabalhei durante estes sete meses e peço desculpas a quem dei mais trabalho.

Dr. Santiago Servin
Secretario Municipal de Saúde de São Luis
São Luis, 31 de dezembro de 2012.”

9 pensou em “Secretário de Castelo desabafa: “período sofrido”

  1. Só agora, finalizando o periodo, vem dizer que não tinha ideia de como funcionava o SUS?? Que amadorismo na gestão! Humildade somente agora??

  2. gente!!!!
    Acho uma graça isso, so agora ele resolve desabafar. Um pouco tarde ne?
    Mas quero tambem falar, qua acabei de passar no Banco do Brasil e meu salario nao foi depositado. Oh porco imundo, cade meu dinheiro? Quero me encontrar contigo e dar um peido na tua venta pra tu deixar de ser safado.

  3. Parabens ao ex Secretário pela forma competente de como encerrou se trabalho, o Município precisa de gente desta quilate.

    • Corruptos e amadores arruinam o SUS. Este amador deveria ter sido tão humilde assim não aceitando o cargo quando convidado, reconhecendo a sua ignorância sobre o SUS. Descupa de preconceito por ser paraguaio??? Faça-me o favor! Inspirou-se na Roseana dizendo ser vitima de preconceito contra mulher?? Vai te embora!!!!

  4. NÃO ACREDITO NESSE CARA, DEPOIS QUE A CASA CAIU, ELE VEM CUSPIR NO PRATO QUE COMEU. SE CONTAGIOU COM A CARA DE PAU DO CASTELO, DEVERIA TER CARÁTER E TER SAÍDO AO PERCEBER INDÍCIOS DE SUJEIRA.

  5. Infelizmente esse tipo de coisa ocorre bastante, colocam pessoas despreparadas para assumir cargos onde o conhecimento deve ser profundo para realizar bem o trabalho, mas também há situações onde os que sabem pouco podem desenvolver bom trabalho com a ajuda daqueles que sabem, para isso precisa ser inteligente, ser humilde e tal. De qualquer forma poderia ter sido mais fácil ele ter pulado fora antes OU ter tirado férias no período mais crucial como fez o secretário de educação, que quando em uma reunião em junho, se apresentou quase como o Salvador da Pátria e encheu a muitos e nós de ilusão, enquanto ele estava gozando férias as escolas estavam sendo invadidas, depredadas, o trem da alegria com a ampliação da carga horária em pleno desfile e pra terminar, cadê nosso salário de dezembro?

  6. Se para ele foi um período de sofrimento…
    Para nós de felicidade é que não foi.
    Eu sei que Cuba proíbe as pesoas saírem de lá, já que se permitir só fica o MONSTRO Fidel e seus comparsas.
    Mas não estou sabendo que o Paraguai esteja proibindo alguém de retornar para o paraíso paraguaio.
    Indo caminhando você chega lá tranquilamente, paraguaio.
    E ainda se livra desta pança enorme adquirida durante o período de sofrimento em São Luís.
    Castelo, na sua próxima gestão traga um somali.
    Paraguaio é pouco.
    Até porque aqui o “trabalho” é feito no atacado.

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