Por Thiago Bastos
Repórter Jornal O Estado do Maranhão
É preciso dar a mão à palmatória. Nos bolões da vida pré-Copa, quem olhava para o grupo da morte imagina o seguinte: Itália, Inglaterra e Uruguai brigam por duas vagas. E a Costa Rica seria a coadjuvante, ou o “saco de pancada”. Pois é, os tidos analistas de plantão – e eu me incluo entre eles – e os apostadores dos bolões pelas esquinas afora se deram mal. E num é que Los Chicos (expressão dita a plenos pulmões pelos torcedores costarriquenhos nos estádios brasileiros) chegaram onde ninguém imaginava: estão classificados, com uma rodada de antecedência às oitavas-de-final do mundial – e eliminando os poderosos ingleses.
Para entender essa surpresa, é preciso ver a campanha da Costa Rica nas eliminatórias. Tudo bem, é na Concacaf, porém se classificaram com um pé nas costas e desbancaram seleções mais importantes, como Estados Unidos e México. Na Copa, o treinador da Costa Rica, o colombiano Jorge Luis Pinto, adotou o 5-3-2, com variação para 3-5-2. Com forte marcação pelos lados do campo, o treinador deu liberdade para seus atletas mais talentosos – Bryan Ruiz, Bolanos (ponta direita muito bom de bola) e Joel Campbell (jogador do Arsenal da Inglaterra).
Na partida contra os italianos hoje, os costarriquenhos ainda estavam sob os olhares desconfiados da crônica e dos torcedores em geral. E fizeram uso do ótimo condicionamento físico e esquema para conter os ataques italianos e ainda contra-atacar. Numa dessas estocadas, Ruiz fez o gol que selou a classificação histórica.
E aí, faço uso das palavras de Ruiz no fim do jogo, quando perguntado sobre o desempenho de sua seleção num dos grupos mais difíceis do torneio. Disse Ruiz: “Ué, me disseram antes de vir para o Brasil que era o grupo da morte. Pois um já morreu e outro vai morrer na terça-feira. E não seremos nós”. Não sei onde irá chegar a Costa Rica. Não me interessa. Devo sim comemorar por ver a história, mais uma vez, passar pela minha frente.
Os Blues
Inspirados no hino, que finalmente tocou nesta Copa do Mundo, a França simplesmente passou por cima dos suíços. Benzema – um dos melhores atacantes do mundo na atualidade – fez um gol, perdeu pênalti e teve um gol anulado num preciosismo de dar raiva do árbitro. A meu ver, apesar dos dois bons resultados, é preciso esperar para uma avaliação mais precisa dos franceses. Eles ainda não foram testados pra valer no torneio.