Obras do BRT de São Luís correm risco de embargo federal

De O Estado

Orçadas em cerca de R$ 50 milhões, as obras do BRT em São Luís correm o risco de serem embargadas. Imbróglios envolvendo a seccional da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Maranhão e a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) podem resultar na paralisação da obra.

Do ponto de vista legal, as obras na costa de São Luís, e em outras localidades, dependem de autorização do Governo Federal. O titular da SPU no Maranhão, coronel José Monteiro, afirma que o governo “sente dificuldade” de pedir autorização para fazer obras em áreas que pertencem a União.

Segundo Monteiro, não foi pedida qualquer autorização para a realização das obras do BRT pelo Governo do Estado em 2019. O titular da SPU relatou que o Executivo já foi comunicado formalmente sobre o procedimento legal.

“Desde que assumimos ainda não recebemos pedido para que sejam autorizadas obras no local. Cientes disso, e com boa vontade, já advertimos o governo, pelo menos, duas vezes sobre a necessidade”, relatou Monteiro.

Questionado sobre a situação do prolongamento da avenida Litorânea, obra que também é tocada pelo governo, o titular da SPU afirmou que a situação está dentro da normalidade.

“No tocante a esta obra (prolongamento) o governo está cumprindo adequadamente todos os ditames”, disse.

O choque entre União e Governo do Estado não acontece apenas no que diz respeitos às obras do BRT. Segundo a Procuradoria-Geral da União, a Lei estadual 11013/19 editada neste ano pelo governo Flávio Dino usurpou o direito sobre terrenos no entorno do Porto do Itaqui. Antes de deixar o cargo, a procuradora Raquel Dodge protocolou Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADIN) contra a lei em que, entre outras coisas, requer a reintegração de posse da área.

Monteiro relata que os desentendimentos entre governos estadual e federal, no que versa sobre estas situações, começou com a nova gestão. “Esse tipo de situação incômoda não existia com outros governadores ou prefeitos da cidade. O clima era de cordialidade e respeito, mas foi rompido recentemente”, disse.

Segundo a SPU, o primeiro avanço indevido do governo do estado aconteceu em 2018 quando o governo realizou obras na Camboa, mais especificamente na Vila Gorete, sem comunicar a União.

“Foi o primeiro ato que desencadeou uma série de situações arbitrárias que em nada contribuem”, disse Monteiro.

A Advocacia-Geral da União (AGU) já está ciente da situação segundo a SPU. De acordo com José Monteiro, se a MOB não cumprir os protocolos legais, assim que a obra chegar na Avenida Litorânea será feito o pedido de embargo. “É preciso uma análise técnica da situação sob luz da legislação. Uma obra dessa magnitude não pode ser feita à revelia do resto da sociedade e das autoridades”, finalizou.

Outro lado

Sobre o pedido de autorização para a obra do BRT, o presidente da MOB, Lawrence Melo, disse a O Estado que para iniciar as obras foram feitos os pedidos de licença para a União. O primeiro ocorreu julho de 2018 e a licença foi concedida por três meses. Após o período, um pedido de renovação, em outubro, foi feito pela MOB. O pedido expirou 120 dias depois. Depois disto, não houve novo pedido de renovação. O presidente da MOB garante que já está requerendo.

Um comentário em “Obras do BRT de São Luís correm risco de embargo federal

  1. Esse governador comunista pensa que ele está em Cuba, ele tem que saber que o governo federal (SPU), não é a assembléia do Maranhão que lá ele manda e desmanda. Desperta Maranhão, nossa bandeira não é vermelha.

Os comentários estão fechados.