Maranhão contabiliza mais de 66 mil cirurgias na rede estadual de saúde em 2023

Mais de 66 mil cirurgias já foram realizadas no Maranhão, no ano de 2023, na rede estadual de saúde. Os procedimentos integram as ações do macro programa da gestão do governador Carlos Brandão: o Cuidar de Todos, executado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para promover a melhoria da qualidade de vida da população maranhense.

“Ao longo de todo o ano, temos intensificado as cirurgias, a fim de reduzir a espera de pacientes por um procedimento na rede estadual de saúde. São cirurgias que transformam vidas e devolvem às pessoas a capacidade de voltarem a desenvolver as suas atividades diárias”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.

Foram 66.141 procedimentos hospitalares, de janeiro a setembro, além de 112.745 procedimentos ambulatoriais de janeiro a junho. Os procedimentos hospitalares incluem as cirurgias eletivas e especializadas como em Oncologia, Nefrologia, dos aparelhos Circulatório e Digestivo, além de partos e outros procedimentos de alto risco.

Só na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), por exemplo, foram realizados 3.406 partos em gestantes de alto risco. Já os procedimentos ambulatoriais incluem remoção de cistos e sinais, entre outras pequenas cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa.

As cirurgias são realizadas em 48 unidades de saúde distribuídas pelo Maranhão, entre hospitais regionais e maternidades. Como o Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), unidade de referência para atendimentos de alta complexidade. “Eu fui muito bem atendido, tudo ocorreu muito bem. Internei num dia de tarde e fiz a cirurgia no dia seguinte pela manhã”, contou o técnico de construção civil, Sander Moreira Garcia, de 60 anos, que fez, nesta semana, a retirada de um cálculo renal.

Zé Doca: prefeita ignora MP, que aciona Justiça contra show de Safadão

A promotora de Justiça da Comarca de Zé Doca, Rita de Cássia Pereira Souza, decidiu acionar a Justiça contra a realização de um show de Wesley Safadão como parte dos eventos relacionados ao aniversário da cidade, organizados pela gestão Josinha Cunha (PL).

A decisão veio depois de a Prefeitura Municipal ignorar um recomendação da semana passada para que não fosse utilizado recurso público na maior atração da festa. O show deve custar ao Município R$ 700 mil (saiba mais).

Na ação, a representante do Ministério Público aponta contradição entre o gasto exorbitante, e a recente manifestação de prefeitos por conta da baixa de arrecadação, intitulada “Sem FPM não dá”. Zé Doca participou do movimento.

“No dia 30 de agosto de 2023, o município de Zé Doca paralisou as atividades dos órgãos públicos municipais, inclusive das unidades básicas de saúde, conforme comprovam os documentos, em anexo, em razão da redução dos valores do Fundo Municipal de Participação (FPM), movimento denominado ‘SEM FPM NÃO DÁ'”, diz a promotora na petição inicial.

Titular da 1ª Vara da Comarca de Zé Doca, o juiz Marcelo Moraes Rêgo de Souza concedeu 72h para que o Município se manifeste na ação. O show de Safadão está marcado para o dia 5 de outubro.

Baixe aqui a íntegra do pedido.

TJ mantém suspensão de eleições para o Conselho Tutelar em Coroatá

O Tribunal de Justiça do Maranhão negou pedido de liminar feito em um Agravo de Instrumento proposto pelo Município de Coroatá e manteve a suspensão das eleições para o Conselho Tutelar do município, que aconteceriam neste domingo, 1º de outubro. A suspensão atende a pedido do Ministério Público do Maranhão.

A desembargadora plantonista, Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, afirma ser de suma importância a comprovação da inexistência de irregularidades no procedimento de escolha dos conselheiros tutelares, o que não é viável no momento por ausência de provas suficientes. “Entendo que o risco de dano é inverso, pois permitir a realização da eleição mesmo diante de fundadas suspeitas de inobservância de princípios basilares do direito administrativo, implicaria prejuízo à sociedade em geral”, considerou.

Entenda o caso

O processo de escolha dos conselheiros tutelares em Coroatá foi conduzido pelo Município, por meio do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA). Entre as fases estavam a aplicação de provas objetiva e discursiva, de caráter eliminatório, aplicadas em 18 de julho deste ano.

No dia seguinte, foi divulgado o gabarito das provas objetivas e em 21 de julho o resultado final das provas “sem que tenha sido disponibilizado o gabarito (espelho) da prova discursiva, impedindo, assim, que os candidatos inconformados com o resultado da prova subjetiva interpusessem recurso”, explica o promotor de justiça Gustavo de Oliveira Bueno.

Um dos candidatos ingressou na Justiça e foi determinado que a Prefeitura de Coroatá apresentasse o espelho da prova discursiva apresentada aos candidatos, o que não aconteceu. O Ministério Público do Maranhão também requisitou a publicação dos espelhos das provas, mas foi apresentado somente o gabarito da prova objetiva.

“Sem o gabarito da prova discursiva fica sob o critério subjetivo/político do chefe do Executivo aprovar ou reprovar o candidato que bem entender conveniente”, avalia Gustavo Bueno. Ainda para o promotor de justiça, o processo de escolha dos conselheiros tutelares em Coroatá tem se desenvolvido de forma que afronta os princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade, publicidade e transparência.

Diante desta situação, o Ministério Público do Maranhão ingressou com Ação em que pediu a suspensão do processo eleitoral para o Conselho Tutelar de Coroatá, o que foi determinado pela juíza Anelise Nogueira Reginato na última sexta-feira, 29 de setembro.

Na decisão, foi determinado o lacre dos locais de votação e a comunicação à Polícia Militar para que impedisse o acesso de qualquer pessoa às urnas eletrônicas, o que foi confirmado neste domingo pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.

Roberto Costa nega acerto do MDB com Braide para 2024

Imirante

O deputado estadual Roberto Costa, uma das principais lideranças do MDB no Maranhão, negou nesta segunda-feira (2), em contato com o Imirante, que o partido já tenha se decidido pelo apoio à reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD) em São Luís nas eleições de 2024.

O assunto ganhou força nos bastidores na esteira do anúncio da retirada da pré-candidatura do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSDB). Segundo essa tese, os emedebistas indicariam um candidato a vice numa composição com Braide.

De acordo com Costa, o MDB só definirá seu rumo no pleito no início do ano que vem. “Vamos discutir esse assunto só no começo do próximo ano. Até porque estamos no processo de mudança no comando estadual do partido. A ideia é que iremos discutir com todos os pré-candidatos”, destacou.

Na semana passada, o novo presidente do partido, o empresário Marcus Brandão, também comentou o rumo que o partido deve tomar em São Luís.

Ele reafirmou que o partido não tem veto a nenhum dos pré-candidatos postos na disputa – nem mesmo ao prefeito Eduardo Braide (PSD), que elegeu-se em 2020 derrotando candidatos do governo -, mas que uma decisão ainda não foi tomada.

“São Luís é o epicentro da política do Maranhão, então requer mais concentração, mais pensamento, e a coisa ainda está muito se arrumando. A gente ainda não sabe quantos candidatos irão ter, cada um tem um potencial. Então, a gente está avaliando, mas, com certeza, a presença do MDB será decisiva na eleição de São Luís.

Veja lista de conselheiros tutelares eleitos em São Luís

© José Cruz/Agência Brasil

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou na noite de domingo (1°), o balanço sobre a eleição de 2023 dos mais de 30 mil conselheiros tutelares. O pleito foi encerrado às 17h de ontem.

De acordo com as pasta, mais de 56 mil urnas eletrônicas, cedidas pela Justiça Eleitoral, pela primeira vez foram usadas em todo o país.

Em São Luís, foram eleitos 50 conselheiros.

Destes, 7 são de direita – entre 12 candidatos lançados -, o que foi comemorado por conservadores ludovicenses.

Veja a relação por área:

Conselho Tutelar Centro/Alemanha
1° Daniel – 1260
2° Sandra – 885
3° Kaka – 880
4° Rosângela – 726
5° Edilson – 644

Conselho Tutelar Cohab/Cohatrac
1° Carnib – 792
2° Rodrigo – 526
3° Ramires – 481
4° Cleidiane – 476
5° Fernanda – 358

Conselho Tutelar Anil/Bequimão
1° Hilza – 663
2° Samuel – 578
3° Ana karla – 527
4° Letícia – 480
5° Nelio – 419

Conselho Tutelar São Raimundo/São Cristóvão
1° Camila Gama – 699
2° Irmão Bastos – 633
3° Carlos Ericeira – 552
4° Pedro Queiroz – 551
5° Paula Santos – 532

Conselho Tutelar São Francisco/Cohama
1° Artur Serra – 419
2° Michele – 415
3° Leia – 401
4° Fábio Henrique – 354
5° Lucilene -326

Conselho Tutelar Itaqui/Bacanga
1° Brenda – 1041
2° Thalyson – 1009
3° Dallyon – 938
4° Danielle – 744
5° Francinete – 672

Conselho Tutelar Coroadinho/João Paulo
1° Francidalva – 862
2° Francis – 763
3° Regina – 684
4° Alex – 553
5° Wellington do Sacavém – 454

Conselho Tutelar Área Rural
1° Rosana – 706
2° Branca – 464
3° Azul – 462
4° Ailson- 434
5° Rose – 378

Conselho Tutelar Vila Luizão/Turu
1° Elizabeth – 836
2° Brenda – 674
3° Iranelma – 470
4° Lindalva – 433
5° Ruan – 423

Conselho Tutelar Cidade Operária/Cidade Olímpica
1° Keyla Pavao – 1061
2° Carol Meirelles – 948
3° Luís Fernando – 794
4° Clara Farias – 687
5° Samally Bastos – 647

Rui Costa tenta salvar gestão Dino na segurança pública

Alvo de intensas críticas por conta da má-gestão na área de segurança pública, o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ganhará um reforço.

Nas próximas semanas, uma espécie de gabinete de crise na área será comandado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rio Costa (PT).

“Vamos organizar ações com os ministros Dino e Múcio. Ações voltadas ao controle de armas e drogas, nas fronteiras, nos aeroportos e nos portos. A gente não pode permitir que, enquanto nosso adversário, que é o crime organizado, está organizado nacionalmente, nós estejamos desintegrados e desarticulados. Precisa colocar todo mundo junto. Meu papel é mais de articulação e integração”, declarou Costa, em entrevista a O Globo

Ele tentou amenizar, é claro. Mas a medida acaba por diminuir o poder do ministro maranhense, que não tem reagido bem ao que classificou de “injustos ataques“.

E justamente num momento em que se fala dele mais no STF do que no governo.

Paulo Victor desiste de pré-candidatura a prefeito de São Luís

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSDB), desistiu da sua pré-candidatura a prefeito da capital maranhense.

O anúncio oficial foi feito nesta segunda-feira, 2, em sua conta no Twitter.

“Deus sempre nos ensina que há o tempo certo para tudo em nossas vidas. E, depois de muito refletir, ouvir nossas bases e importantes aliados que nos ajudaram até aqui, anuncio que estou retirando minha pré-candidatura a prefeito de São Luís”, afirmou. E completou:

“Seguirei coerente com o que quero para nossa cidade e, para que ela seja gerida com mais sensibilidade, vou continuar sendo uma voz ativa na luta por uma vida mais digna para todos, principalmente para os menos favorecidos”.

Paulo Victor agradeceu o apoio e afirmou que o trabalho no legislativo seguirá sendo a sua prioridade.

“Agradeço o apoio recebido e desejo boa sorte aos que permanecerão nessa jornada. O futuro a Deus pertence, mas no presente, nossa missão legislativa seguirá sendo prioridade, servindo São Luís com ainda mais dedicação, na casa que o povo nos colocou”, finalizou.

Dino reclama de “injustos ataques” e defende polícias

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rebateu críticas feitas contra atuação do governo no combate à criminalidade e afirmou que “injustos ataques políticos” não resolvem problemas. Dino defendeu que o debate seja feito com seriedade e argumentou que em poucos meses o governo tem obtido resultados positivos como a redução do armamentismo, desmonte de garimpo ilegal, apoio a vítimas de violência, entre outros.

Nas últimas semanas, o governo federal tem sido alvo de críticas devido à atuação na área da segurança pública. As queixas aumentaram sobretudo após a crise na Bahia, que já registra mais de 60 mortos durante operações policiais.

O estado está sob comando do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que sucedeu o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Na semana passada, uma pesquisa do Instituto Atlas mostrou que a segurança pública é a área temática do governo com pior avaliação pelos eleitores.

– Debate sobre Segurança Pública exige prudência, seriedade, responsabilidade. E respeito às leis. Creio que injustos ataques políticos e extremismos mobilizam “torcidas”, mas não resolvem problemas. Tenho a maior atenção com sugestões dos que se declaram especialistas em Segurança Pública. Confio tanto neles que temos dezenas de especialistas na nossa equipe no Ministério da Justiça. Gente que estuda o tema ou é profissional da área há décadas – escreveu Dino no X, antigo Twitter.

Nesta segunda (2), o governo lançará um programa de combate às organizações criminosas. O plano será organizado em cinco eixos principais, que incluem o fortalecimento da fiscalização em portos, integração das informações de inteligência, ampliação da capacidade das polícias, entre outros pontos.

O ministro disse ainda que o governo não concorda com teses “absurdas” que propõem a federalização da segurança pública em todo país. Atualmente, a área é de responsabilidade dos estados, segundo a Constituição Federal.

– Segundo tais “especialistas”, o Governo Federal pode ultrapassar suas competências constitucionais e impor políticas aos governadores, embora ninguém diga como isso funcionaria – rebateu.

Dino defendeu que é preciso atuar na área a partir do “diálogo federativo” e argumentou que tem adotado essa estratégia a partir da consulta aos estados e negou que o governo esteja com atuação tímida na área.

– Sim, o Brasil tem uma Política Nacional que estamos executando desde janeiro, embora alguns ignorem fatos e dados objetivos. Por exemplo, os vários Planos e Programas que lançamos em 2023 foram antecedidos de consultas aos Estados. Eu mesmo visitei, até agora, 21 Estados, fazendo entregas de equipamentos e liberando recursos para a Segurança – escreveu.

De acordo com Dino, a estratégia do governo tem rendido resultados positivos, como agilidade nos repasses de recursos por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública; redução do armamentismo; recorde de bloqueio de bens de quadrilhas; contenção do desmatamento criminoso, entre outros.

– Outra tese estranha é a de culpar as polícias em face do avanço das organizações criminosas nas últimas décadas. É injusto e não é construtivo. Como fazer Segurança Pública sem as polícias? Ou contra as polícias? No atual momento, com o rumo certo que temos adotado, o desafio é de implementação, que demanda pés no chão, serenidade e tempo – defendeu o ministro.

Por fim, Dino comparou sua gestão com momentos anteriores no MJSP:

– Para melhor aquilatar o que isso significa, sugiro comparar com outros momentos do Ministério da Justiça, onde criminosos lá habitavam ou eram lá protegidos. E estamos apenas começando, empunhando sempre a bandeira da Justiça e o escudo da Verdade – concluiu.

De hacker a generais e ex-ministros, CPMI já ouviu 19 depoentes; veja a lista

A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga atos e omissões durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 já colheu 19 depoimentos desde que iniciou seus trabalhos, no final de maio, até esta última semana de setembro. A lista (veja abaixo) inclui hacker, condenados por tentativa de explosão de bomba, oficiais das Forças Armadas, integrantes das polícias (militar, civil, rodoviária e Federal) e até ex-ministros. Restam agora sete semanas para o prazo final de funcionamento, em 20 de novembro.

O 20º depoimento está marcado para terça-feira (3), quando os parlamentares devem inquirir o empresário Argino Bedin, que figurou entre os investigados como possíveis financiadores dos atos golpistas. Na quinta (5), deve ser ouvido o subtenente da PM Beroaldo José de Freitas Júnior. Ele participou da defesa do Palácio do Congresso no dia dos ataques.

O presidente da comissão, deputado federal Arthur Maia (União-BA), e a relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmaram nesta semana que pretendem concluir os trabalhos antes do prazo. O relatório final deve ser apresentado em 17 de outubro.

Eliziane disse que um novo depoimento de Mauro Cid não está descartado e que ela ainda quer ouvir os últimos comandantes militares da gestão do então presidente Jair Bolsonaro.

— Esses comandantes das Forças Armadas foram citados na delação premiada do Mauro Cid sobre uma possível reunião que se deu no dia 24 de novembro com o então presidente da República. Foi uma reunião grave, que teria planejado uma ação golpista.

O presidente da CPMI considerou essencial que a comissão trate das fontes de financiamento dos ataques antidemocráticos.

— É fundamental que a gente chame aqui os financiadores, aquelas pessoas apontadas como financiadores, porque até agora não ouvimos ninguém a respeito disso.

Veja quem já prestou depoimento à CPMI

20/6 – Silvinei Vasques

Policial rodoviário. No primeiro depoimento à CPMI, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal negou que a instituição tenha concentrado fiscalização no Nordeste nas eleições de 2022 para prejudicar eleitores de Lula. Silvinei, hoje aposentado, estava à frente da PRF quando foram feitas blitz em rodovias no 2º turno. Foi preso em agosto.

22/6 – Leonardo de Castro

Delegado da PCDF. Disse que os condenados pelo malsucedido atentado a bomba perto do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro, também participaram da tentativa de invasão da Polícia Federal, em 12 de dezembro. Diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado, depôs com os peritos Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, responsáveis pelo laudo do atentado.

22/6 – George Washington de Oliveira Sousa

Um dos condenados por planejar a explosão do caminhão-tanque no aeroporto. Cumpre pena de mais de 9 anos de prisão pela tentativa de atentado a bomba. Manteve-se calado na maior parte de seu depoimento à CPMI. Admitiu, porém, que frequentou o acampamento bolsonarista montado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília.

26/6 – Jorge Eduardo Naime

Coronel da PMDF. Comandava o Departamento de Operações da corporação até janeiro deste ano. Foi preso em fevereiro pela Operação Lesa Pátria da PF, que investiga os eventos de 8 de janeiro. O coronel saiu de folga poucos dias antes dos atos golpistas. À CPMI, disse que a Abin avisou, às 10h da manhã, que havia ameaças de invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

27/6 – Jean Lawand Junior

Coronel do Exército. Disse à CPMI que as mensagens trocadas em dezembro passado com o tenente-coronel Mauro Cid não foram um estímulo a um golpe de Estado contra o presidente Lula. No mais, ficou calado.

11/7 – Mauro Cesar Barbosa Cid

Tenente-coronel do Exército. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não respondeu às perguntas na CPMI. Disse que apenas cumpria atividades de assessoramento e secretariado, sem ingerência em decisões. Cid ficou preso 4 meses, acusado de fraudar cartões de vacina, e é suspeito de participar da articulação golpista. Foi solto devido a possível colaboração com a investigação. 

1º/8 – Saulo Moura da Cunha

Oficial de inteligência. Ex-diretor da Abin, disse aos parlamentares que relatórios da agência indicaram “certa organização de grupos extremistas” dias antes dos atos antidemocráticos. Afirmou não saber se os ataques às sedes dos três Poderes foram facilitados pela eventual omissão de autoridades. Disse ainda que o general GDias foi informado sobre o risco de ataques.

8/8 – Anderson Torres

Delegado da Polícia Federal. Ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça. No depoimento à CPMI, disse não ter vínculos com a chamada “minuta do golpe”. Ficou quatro meses preso por ser suspeito de omissão durante os ataques golpistas.

15/8 – Adriano Machado

Repórter fotográfico. Disse à CPMI que apenas cumpriu seu trabalho ao fotografar os ataques dos invasores. Ele estava dentro do Palácio do Planalto e disse ter sido abordado por invasores para apagar imagens da câmera. Também disse que fotografou guardas da Força Nacional no estacionamento do Ministério da Justiça, enquanto os manifestantes se dirigiam ao Planalto.

17/8 – Walter Delgatti Neto

Hacker. Foi preso em agosto, alvo de investigação que apura inserção de dados falsos sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça. A inserção teria sido feita em janeiro, antes dos ataques. Na CPMI, relatou que falou com Bolsonaro sobre urnas eletrônicas a pedido da deputada Carla Zambelli.

24/8 – Luis Marcos dos Reis

Sargento do Exército. Em menos de um ano, teria movimentado mais de R$ 3 milhões, segundo a CPMI. Ele disse que as movimentações financeiras decorriam de uma espécie de consórcio entre militares, gerenciado por ele. O sargento afirmou que outras transações tiveram origem na venda de um carro a Mauro Cid.

29/8 – Fábio Augusto Vieira

Coronel da Polícia Militar. Ex-comandante da PM do DF, era o chefe da polícia no dia dos ataques. Ficou em silêncio no depoimento à CPMI, protegido por habeas corpus do ministro do STF Cristiano Zanin. Ele e outros 6 oficiais foram presos porque, segundo a Procuradoria-Geral da República, a cúpula da PMDF foi omissa e deixou de agir para impedir os ataques de 8 de janeiro.

31/8 – Marco Edson Gonçalves Dias

General do Exército. Mais conhecido como GDias, comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques golpistas. Em seu depoimento, o ex-ministro-chefe do GSI disse que a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar do Distrito Federal foram “ineficazes” no enfrentamento aos manifestantes.

12/9 – Marcela da Silva Morais Pinno

Cabo da PM do Distrito Federal. Atuou na repressão aos atos golpistas como soldado do pelotão Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) Alfa da PMDF e sofreu graves agressões físicas em 8 de janeiro. Promovida a cabo por ato de bravura, foi chamada de heroína por membros da CPMI.

14/9 – Gustavo Henrique Dutra de Menezes

General do Exército. Ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP). Em seu depoimento à CPMI, negou ter sido pressionado para manter o acampamento golpista perto do QG do Exército em Brasília ou que tenha impedido ações de desmobilização.

21/9 – Wellington Macedo de Souza

Blogueiro. Ficou em silêncio na CPMI e negou-se a responder às perguntas dos parlamentares. Foi preso recentemente no Paraguai e já está condenado a seis anos de prisão por participar do atentado a bomba no Aeroporto Internacional de Brasília.

26/9 – Augusto Heleno Ribeiro Pereira

General da reserva do Exército. Foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro. Em mais de 9 horas de depoimento na CPMI, general Heleno respondeu poucas perguntas. No entanto, negou ter participado da articulação golpista. Foi defendido por muitos parlamentares da oposição.

APRENDEU COM O CHEFE: Cappelli bloqueia críticos após declarar apoio à Polícia da Bahia

Secretário-geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública e ex-interventor do Distrito Federal, Ricardo Cappelli vem bloqueando críticos no X (antigo Twitter) após ter declarado apoio à Polícia Militar da Bahia, que deixou 68 pessoas mortas só no mês de setembro, de acordo com levantamento do g1.

Cappelli saiu em defesa da polícia baiana, em entrevista à CNN Brasil na semana passada, e afirmou que “não se enfrenta o crime organizado com fuzil com rosas”.

— Não vejo uma desestruturação da Segurança Pública na Bahia. É grave? É. Tem confronto? Tem. Agora, a polícia da Bahia é uma polícia boa. Tem a questão da letalidade? Tem. Mas você não enfrenta o crime organizado com fuzil com rosas. Porém, a letalidade deve ser investigada e combatida — afirmou o secretário-geral.

Após a declaração, Cappelli entrou na mira de comunicadores negros como Thiago Amparo, professor de direito na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), a jornalista Cecília Oliveira e Douglas Belchior, educador e líder da Coalizão Negra por Direitos. Os três foram bloqueados depois das críticas.

“Na melhor tradição autoritária, @RicardoCappelli usa de uma falácia para justificar que crime se combate com fuzil, não rosas. É falácia porque outros estados conseguem combater segurança pública com reducação da letalidade policial (vide SP). É falacioso e autoritário”, escreveu Amparo.

Cecília publicou: “No dicionário do Cappelli crítica é sinônimo de agressão e xingamentos. Acho que já vi esse filme antes… Justificaitiva minúscula para bloquear jornalistas e acadêmicos. PS: ele é tb jornalista rs”. Já Belchior chamou de “bolsonarice racista” a declaração de apoio à polícia e questionou se Cappelli “diria a mesma coisa se quem morresse fossem brancos dos bairros brancos de onde ele veio”. A professora da FGV e advogada em direitos humanos Eloísa Machado reiterou as críticas dos bloqueados pelo secretário e chamou o gesto de “escândalo” e “inadmissível”. (O Globo)