É ingenuidade pensar que houve “jogada” dos deputados governistas no episódio desta segunda-feira (4), quando os deputados Tatá Milhomem (DEM) e Manoel Ribeiro (PTB) se desentenderam sobre o posicionamento que a base deveria adotar ao votar o convite aos secretários Luís Bulcão (Cultura) e Tadeu Palácio (Turismo) para tratar dos valores acertados com a Beija Flor.
Tatá invocou um “acordo de lideranças” para garantir que o requerimento, de autoria do deputado Marcelo Tavares (PSB), fosse aprovado. Manoel Ribeiro disse que desconhecia tal acordo.
“É um acordo de lideranças dos blocos, não do governo”, emendou o democrata.
Nada demais.
Na verdade, a lógica de Milhomem foi a mais correta. Ele foi astuto.
Como o requerimento do oposicionista trata apenas de um convite – em que o secretário comparece se quiser -, seria muito mais prejudicial à imagem do governo vetá-lo.
Se a matéria não fosse aprovada, com certeza, amanhã Marcelo Tavares, Rubens Junior (PC do B) e Cia. estariam a postos para criticar a “atitude ditatorial e antidemocrática” do governo e relembrariam, com detalhes, o caso da convocação a Olga Simão.
Com o requerimento aprovado, podem apenas levantar suspeitas sobre um suposto racha na base palaciana.
E Bulcão e Tadeu Palácio continuam desobrigados de ir à AL.
Mas que deveriam ir, ah, deveriam…