Não se falou de outra coisa nas rádios AM de São Luís na manhã desta segunda-feira (4): a quantidade de homicídios no fim de semana chocou a todos. Foram 12 em três dias. Média de 4 a cada 24h.
Os mais apressados adiantaram-se em dizer que o problema é de segurança pública, que o aparelho policial não está apto a proteger os cidadãos.
Nada a ver.
Taxa de homicídios não serve como parâmetro de mensuração de segurança, simplesmente porque há situações em que não há como o aparato de segurança do estado prever (ou prevenir) ocorrências.
Senão vejamos: o que a SSP poderia fazer no caso do assassinato de Valéria Pereira de Sampaio, 25, morta na noite de sábado (2) pelo marido, o policial militar Daniel Alves Sena?
Há como prever que o marido descobriria uma suposta traição da esposa e a alvejaria com tiros na frente dos filhos, dentro de casa?
A PM teria como prevenir quem uma flanelinha, provavelmente em briga por disputa de vagas com um “concorrente”, acabaria sendo morto a facadas?
A resposta é não.
E seria não em vários outros exemplos, se fossem citados aqui. Nesses casos, por mais que houvesse uma viatura da PM há metros da ocorrência, ainda sim ela aconteceria. O que só comprova que não é a taxa de homicídios que deve ser levada em conta para avaliação da segurança.
Os números que valem para se aferir isso são as taxas de assaltos, furtos, roubos, sequestros. Porque é aí que funciona o trabalho de inteligência, de prevenção do crime. No caso dos assaltos a banco, por exemplo, o número de ocorrências é 80% menor em 2011 que em 2010.
Esse é um dado relevante e gera a chamada sensação de segurança.
No caso dos homicídios, só o que resta é prender os criminosos. E isso também parece estar sendo feito.