O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) usou a tribuna, na sessão desta quinta-feira (11), para se solidarizar com o juiz Marlon Reis quanto à polêmica envolvendo a publicação do livro que se intitula “O Nobre Deputado”, no qual ele faz uma abordagem sobre casos de políticos que são eleitos através da compra de voto. “A leitura chama a atenção para um fato grave e importante. Infelizmente, no Brasil, a corrupção existe na política e precisa, claro, ser combatida”, disse.
Durante o pronunciamento, Othelino criticou o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por ter representado contra o juiz por conta da publicação ao considerar que houve excessos e que a classe política teria sido agredida, insultada, em particular a instituição que ele preside. Segundo o deputado maranhense, o parlamentar tem o direito de se manifestar, mas considera que a ação foi um excesso.
“Embora o livro seja uma generalização, existem bons políticos e maus políticos, como existem bons juízes e maus juízes, bons profissionais nas mais diversas áreas e maus profissionais. Mas daí o fato de entrar com uma representação para pedir punição a alguém que abordou um assunto sensível, porém real, eu considero isso um excesso. Afinal de contas, nós temos que preservar o sagrado direito do cidadão de manifestar as suas opiniões, sem, contudo, ferir a honra dos demais”, disse Othelino Neto.
Para o deputado maranhense, o livro do magistrado Marlon Reis, na realidade, é fruto de uma pesquisa, de observação de episódios ocorridos na República e o direito de opinião que tem o juiz deve ser respeitado. “É um juiz atuante não só na sua comarca, mas foi um dos entusiastas da Lei da Ficha Limpa, um avanço na democracia brasileira. A representação feita pelo presidente da Câmara acabou sendo encaminhada para o Tribunal Regional Eleitoral”, disse.
O deputado defende que seja respeitado o direito à livre opinião de um juiz que milita na área há muito tempo e já deve, inclusive, ter vivenciado situações onde teve que aplicar a lei para punir excessos nos processos eleitorais. “Dessa forma, fica aqui o registro e o apelo para que se evite fazer uma punição a um juiz que tem prestado bons serviços à sociedade maranhense e ao Brasil”, finalizou.