Chineses querem investir US$ 170 milhões na fabricação de motos no Maranhão

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Na esteira de uma tendência que já se tornou mundial – qual seja, a expansão da indústria chinesa rumo a novos mercados –, o Maranhão pode se tornar destino de um grupo de empresários orientais interessados em prospectar novas oportunidades de negócios.

Em reunião nesta segunda-feira (27), o presidente do Sanye Group, Ye Gui Shun, apresentou aos secretários Maurício Macêdo (Indústria e Comércio), Cláudio Trinchão (Fazneda) e Hildo Rocha (Articulação Política), além dos deputados Fábio Braga (PMDB) e Gastão Vieira (PMDB), um plano de investimentos para instalação de um parque industrial no Estado.

A intenção é produzir aqui motocicletas elétricas e eletrodomésticos, tanto para o mercado interno, quanto para exportação. No total, os chineses pretendem investir US$ 170 milhões, em quatro etapas, e criar 10 mil empregos.

No encontro desta segunda, os empresários procuraram se inteirar do sistema tributário nacional, uma de suas maiores preocupações, e buscaram garantias do Governo do Estado para que possam se instalar no Maranhão. Eles exigem uma área de 600 hectares, a no máximo 30 km do Porto do Itaqui, para construir o parque industrial e uma vila operária.

Para o secretário Maurício Macêdo, a proposta parece boa, mas precisa ser ainda melhor estudada. Ele propôs a elaboração de um documento a ser enviado aos chineses com as condições do Estado para a instalação do empreendimento. Macêdo também exigiu a assinatura de um protocolo de intenções para que as negociações avancem.

“O Estado não possui uma área de 600 hectares e é preciso um projeto de investimentos mais atrativo do que os U$ 170 milhões propostos. Agora, é claro que temos que pensar, também, na questão dos empregos a serem gerados. Se forem realmente 10 mil, é algo que pode valer a pena”, declarou o secretário.

Terra

Durante a reunião, ficou claro que o maior problema para a instalação da fábrica no Maranhão é a terra. Os chineses querem estar localizados próximos ao Porto do Itaqui, mas o valor venal dos lotes de terrenos nesse entorno está muito alto, o que poderia inviabilizar o investimento.

Uma das opções é a instalação no interior. O prefeito de Vargem Grande, Miguel Fernandes, acompanhou as negociações e se dispôs a ceder a área para os chineses.

“Nós temos terreno para isso, e estamos próximos da linha férrea, o que não seria problema para a escoação da produção. Então, se forem garantidos os empregos, não vejo problema em ceder a área”, afirmou.

Os secretários Maurício Macêdo e Cláudio Trinchão se comprometeram em preparar um documento com detalhes das condições do Governo do Estado para a concretização do negócio, além de deixar a governadora Roseana Sarney (PMDB) a par das conversas. A partir de janeiro, o projeto deve ganhar mais corpo.