Gastão alerta para situação educacional do Nordeste

Pela primeira vez o Brasil aplicou uma avaliação completa para medir a qualidade da alfabetização dos estudantes e diagnosticar problemas logo no início da vida escolar, até a 3ª série do Ensino Fundamental. Os resultados são alarmantes e mostram que as desigualdades entre as redes pública e privada começam desde cedo.

A prova batizada de ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) foi aplicada pelo movimento Todos Pela Educação, com o Instituto Paulo Montenegro/IBOPE, Fundação Cesgranrio e INEP. Foram avaliados 6.000 alunos de escolas urbanas das capitais, estaduais, municipais e privadas de todas as regiões do país (baixe aqui o resultado completo da avaliação).

Na média nacional do Brasil, a maioria dos estudantes (57,2%) não aprendeu o que era esperado em Matemática, ou seja, nem a metade dos alunos (42,8%) consegue fazer operações simples como contas de adição e subtração com dois algarismos. Em Leitura, 56,1% atingiram o desempenho ideal e na Escrita 53,4% apresentaram as competências mínimas exigidas.

Nordeste

A prova também registrou desigualdades entre as regiões brasileiras. O Sul, o Sudeste e o Centro ficaram acima da média nacional e tiveram percentuais de alunos com desempenho dentro do esperado superiores a 60% em português e próximos de 50% em matemática.

Já o Norte e o Nordeste ficaram abaixo da média e tiveram cerca de 43% dos alunos com nível adequado em Português. Em Matemática o desempenho foi pior: no Nordeste, 32,4% dos estudantes aprenderam o esperado e, no Norte, apenas 28,3% estão no nível adequado.

“No Sul os alunos acertam 64% do conteúdo (leitura e escrita), no Nordeste apenas 42,5%. São 20 pontos de diferença na mesma educação oferecida, entre o Sul e o Nordeste. Em matemática, a situação é muito mais grave. Apenas 28% dos alunos no Norte e Nordeste dominam matemática, enquanto no Sul o percentual está em 55%”, informou Gastão Vieira, que chamou atenção do Governo Federal, nesta quinta-feira (25), para o tratamento que é dado para a Educação no Norte e Nordeste do país.

Para Vieira, é necessário que as autoridades parem para refletir sobre o modelo educacional brasileiro. Ele foi taxativo ao dizer que é necessário mudar o modelo de ensinar. “Temos que encontrar esse aluno brasileiro real, precisamos olhar de forma mais profunda. Nosso modelo de ensino está esgotado”, sentenciou.

O pmdebista é presidente da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação, em análise na Câmara dos Deputados, que definirá as metas educacionais para os próximos dez anos. “O PNE não vai resolver esse problema. O governo Dilma precisa tomar uma ação imediata, urgente, para ajudar quem está pior, não dá mais pra ficar tratando todos igualmente. Não adianta estipular metas, se não temos um modelo de ensino adequado para alcançá-las”, defendeu.

(As informações são da assessoria)