COLUNA DO SARNEY: A Baixada: água e história

O Maranhão vive um período áureo de publicação de livros, não mais circunscritos aos estreantes da poesia e ficção, mas também sobre temas de história, o predominante, e de mergulho em nossas realidades, abrangendo problemas sociais e políticos. As Universidades, UFMA e Uema, têm sido a matriz desse movimento. Basta ver a quantidade de livros editados durantes o ano do 4º Centenário de São Luís. A coleção organizada pela Uema, “Maranhão, 400 Anos”, é valiosa e abrangente sobre todos os aspectos da cidade de São Luís, desde a culinária, passando pela educação e aprofundando estudos sobre a história e a sociedade.

BAIXADADentre estas publicações, não só de agora, mas dos últimos anos, quero ressaltar o esforço de pesquisa de Álvaro Melo, cuja devoção à cidade de São Bento é comovente. Ele, com meticulosidade e persistência, acumulou documentos e anotações, garimpados em muitos arquivos e velhos jornais, que dão a sua cidade – nossa, posso dizer, pois tenho grande parte do coração ali – o mais volumoso estudo sobre a história da Baixada Maranhense, que teve a felicidade de ter grandes nomes ali nascidos, como Raimundo Lopes, autor de O Torrão Maranhense, e Dom Felipe Conduru, que escreveu, dentre outros livros, Pai e Mestre, sobre seu progenitor, que contém muitos dados sobre a região. Álvaro Melo, o nosso Vavá, na sua obra em dois volumes, São Bento dos Peris, água e vida, aborda, com abundante apoio de documentos, grande parte da história da região. Na realidade, São Bento foi a porta que abriu aos colonizadores a ocupação daqueles vastos e belos campos, indo na frente a criação de gado. Este ano, em 19 de abril, São Bento comemorou 180 anos de sua elevação à categoria de cidade. Já então era uma localidade com tradição e progresso.

A região prosperou e foi uma das mais dinâmicas do Maranhão. Agora, pela dificuldade de comunicação, com pântanos, campos e sujeita a alagação nos tempos de inverno, foi ficando para trás, com o Maranhão crescendo no continente, à margem dos grandes rios, Itapecuru e Mearim, Grajaú e Pindaré, e depois em torno das estradas.

Fui eu, em 1967, quem primeiro levou o ciclo de abertura de estradas, fundando um distrito do DER em Pinheiro, para abrir as primeiras estradas para São Bento, Santa Helena, Maracaçumé e desencadeando um processo que continua e não parou. Do mesmo modo, criamos a travessia com os ferry-boats, com a ligação Itaqui-Cujupe. Mudou a ocupação e o isolamento da área, de onde antes só se saía de boi, cavalo, barco ou teco-teco.

Agora, com as mudanças climáticas e as agressões à natureza, a Baixada está secando e enfrenta problemas de grandes dificuldades.

Amanhã, vai ao meu Gabinete o ministro do Interior, dr. Fernando Bezerra, para entregar-me o processo dos diques da Baixada, que se destinam a revitalizar a região, pois evitarão o processo de assoreamento dos lagos e campos, e que inclui a construção de dezenas de pequenas barragens. Esse estudo vem desde o tempo em que era ministro do Meio Ambiente o deputado Sarney Filho e agora, com o governo Roseana e o dinamismo do secretário Cláudio Azevedo, está chegando à fase de licitação. É um projeto ambicioso e vai ser uma das grandes obras do estado. Vai mudar a face da região, para ser como Guayaquil, no Equador, que tem uma área quase igual a essa e que foi objeto de um projeto semelhante e hoje é a maior região de desenvolvimento do país. Criação de peixe, camarão, fábricas de produtos de alimentação e muito emprego.

Assim, já temos, com a transformação de Pinheiro em grande centro universitário, irradiando-se por toda a região, e o novo projeto dos diques e barragens, a implantação da verdadeira vocação da Baixada e com ela uma nova era de desenvolvimento.

5 pensou em “COLUNA DO SARNEY: A Baixada: água e história

  1. Explendido! Que maravilha!. Que colosso vai se tornar a eterna esquecida Baixada Maranhense. A mesma e manjada tapiação. Até chegar as proximas eleições vamos ouvir muito lorotas desse tipo. O monarca dono do Maranhão vem dizer do fulgurante desenvolvimento do estado. Sempre a mesma cantilena de que tudo começou com ele e está se consolidando com o “extraordinário” governo da filha, que vai levar nosso patamar ao megadesenvolvimento. É incrivel como pensam que nesse Estado só existem esquecidos idiotas, além de escravos dos seus caprichos. Francamente……..

    • TEM GENTE QUE É CEGA! NÃO VÊ O QUE O GRUPO DO SARNEY JÁ FEZ, DEVE SER CEGA DE MENTE! OU ENTÃO É POLÍTICO INCOMPETENTE.
      DEVIA PESQUISAR, VÊ QUE JÁ FEITO E LUTAR COM INTELIGÊNCIA PARA SER ELEITO E FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO.

  2. Ele esqueceu de dizer que o livro do Vavá foi editado no governo de José Reinaldo pelo então secretario de Cultura Francisco Padilha que é de S. Bento e reconheceu a importância do livro da a história da cidade.
    Mariano

  3. Meu caro Gilberto!Será se um ilustre senador,JOSÉ SARNEY,não se
    lembra do mega-projeto,SALANGÔ e da MA-008,Paulo Ramos-Arame,
    OBRAS,que pelo visto,fazem parte de outro tipo de história,por sinal,
    até hoje,muito mal explicada,né?

  4. A maior obra estruturante da Baixada Ocidental, sobretudo na sua porcao norte, eh a estrada e a ponte sobre o Rio Pericuma, ligando os municipios de Bequimao e Cetral do Maranhao. Os eleitores dessa regiao somente votarao em massa no candidato do governo se essa obra se tornar uma realidade, jah!

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