Hospital de Câncer triplica capacidade de atendimento

De O Estado

Anteriormente, o tratamento de câncer no Maranhão se restringia ao Hospital Aldenora Bello e a setores específicos do Hospital Geral, Hospital Universitário e algumas unidades particulares. A qualidade e a quantidade dos atendimentos, porém, eram muito aquém da necessidade. Tanto que as filas para um procedimento cirúrgico às vezes demoravam alguns meses.

Atualmente, com toda a estrutura do antigo Hospital Geral adaptada e revertida para o funcionamento do novo Hospital de Câncer Dr. Tarquinío Lopes Filho tudo isso muda. “Com essa nova estrutura, se formos analisar, temos capacidade para triplicar ou quadruplicar os atendimentos. A satisfação é que a gente vai ter a capacidade de dar um atendimento mais precoce para esse tipo de serviço”, afirmou Luiz Alfredo Guterrez, diretor-geral da unidade.

O centro cirúrgico do Hospital de Câncer Dr Tarquinío Lopes Filho passou a ser exclusivo para atendimento oncológico, e onde antes só podia realizar de 30 a 50 procedimentos por mês será possível até 300 operações. Segundo o diretor do hospital, esse número não pode ser aumentado unicamente por causa do caráter da doença, já que um paciente com câncer tem um tempo maior de tratamento e recuperação.

O Serviço de Pronto Atendimento (SPA) também foi ampliado e agora conta com 16 leitos, dois são para estabilização e cinco poltronas para aplicação de medicação. “Antes, o hospital oferecia todos esses serviços em quantidade bem menor, mas com essa estrutura nós temos capacidade de atender toda a demanda de pacientes que já fazem o tratamento aqui no hospital e de aumentar ainda mais o número de pacientes”, ressaltou o diretor.

O novo salão para aplicação de quimioterapia agora tem 21 poltronas, antes eram somente sete. O paciente tinha de aguardar alguém terminar seu procedimento para então ser medicado. E além desse tratamento no hospital, ainda existe o procedimento domiciliar, em que o paciente recebe uma bomba de fusão e pode ser tratado em casa. “A gente implantou isso numa época em que tinha uma fila de espera muito grande e demanda por espaço físico”, explicou Luiz Alfredo.

Todas essas mudanças zeraram a fila para a realização de um procedimento oncológico no Maranhão. Segundo a direção, antes o estado tinha uma demanda de 80 a 90 pacientes que estavam aguardando por uma cirurgia. Hoje a demanda é espontânea, ou seja, a partir do momento em que o médico solicitar e autorizar uma cirurgia, o paciente já tem condições de ser internado e fazer o procedimento.

Para quem necessita dos serviços, as mudanças foram a melhor coisa que poderiam ter ocorrido na saúde do Maranhão. José Evaristo Soares, de 72 anos, está internado em uma das enfermarias do hospital. Na sala climatizada, há apenas três leitos, atendidos 24 horas por enfermeiras e técnicas, que se revezam no tratamento dos pacientes. Ele, que foi para o hospital por causa de alguns furúnculos e acabou sendo diagnosticado com câncer, disse estar se sentindo muito bem com o tratamento a que vem sendo submetido. E elogiou a qualidade do hospital e dos profissionais. “Estou bem. Bem tratado, tem comida e lanche direitinho. Não tenho do que reclamar. Melhor, só se não estivesse doente”, afirmou o idoso.

Futuro – Apesar de toda a estrutura, o hospital ainda não está equipado com um aparelho de radioterapia, situação que já está sendo solucionada, pois o Maranhão foi contemplado pelo Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) com um acelerador linear e uma máquina de braquiterapia, que vão para o Tarquínio Lopes Filho e serão instalados em uma área de 770 metros quadrados.

Estão abertos os processos de licitação para a construção das instalações, que devem seguir padrões internacionais de segurança. A previsão é de que em 2015 as máquinas estejam em pleno funcionamento e consigam diminuir a demanda corrente hoje no estado. A ala pediátrica é outra que deve entrar em funcionamento no próximo ano, pois o projeto para a construção de uma unidade de tratamento intensivo dedicada apenas ao tratamento de crianças já está sendo analisado pela Secretaria de Saúde.