Um discurso da deputada Cleide Coutinho (PSB) – esposa do virtual futuro presidente da Assembleia, Humberto Coutinho (PDT) – revelou hoje (10) que a família anda preocupada com a movimentação da base governista visando à eleição de um novo presidente da Assembleia ainda neste ano, com condições de criar alguma dificuldade para a eleição do pedetista em fevereiro deste ano.
Da tribuna, Cleide criticou as articulações dos adversários e insinuou que o atual presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB) está “torcendo” para que a governadora Roseana Sarney (PMDB) saia do governo – na verdade a peemedebista já confirmou a Melo que sai no dia 5 de dezembro (reveja).
O discurso da esposa de Humberto – e as intervenções de Marcelo Tavares (PSB) – confirmam que, se não têm força para ganhar a eleição pela presidência da Casa no ano que vem, os ainda governistas pelo menos criarão algum embaraço aos futuros governistas.
Reação
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo reagiu, ainda durante a sessão, à manifestação pública de Cleide Coutinho.
Melo garantiu que, caso haja renúncia da governadora, ele apenas pedirá licença do cargo de presidente e que não terá direito à aposentadoria de governador.
“Eu sou deputado há 24 anos e jamais torci para que um governador saia do governo para que eu preencha a vaga. Nunca tive a vocação de usurpador nos cargos e mandatos dos outros. Até na disputa eleitoral, quando muito se usa a disputa do voto a voto nos municípios, sou incapaz de procurar a liderança de um companheiro deputado para tentar convencer essa liderança a votar em mim. Não que eu queira ser professor de ética e esteja acima de qualquer coisa, mas é porque eu sempre procurei tratar dessa forma”, assegurou.
Arnaldo Melo informou que a própria governadora está querendo deixar o cargo antes, para tratamento de saúde. “Agora, a decisão da governadora Roseana Sarney de se afastar, que já falou isso comigo há meses antes até da eleição, que ela precisava sair e agora me comunicou que pretende realmente deixar o governo no dia 5 de dezembro por questões pessoais, inclusive, e até para tratamento de saúde”, revelou.
Aposentadoria
Arnaldo Melo esclareceu também que caso venha a assumir, não terá direito a aposentaria como governador, porque não existe mais esse tipo de benefício para quem exerce o cargo por menos de seis meses. “Estão queimando a minha imagem como se eu estivesse pedindo ao governo, armando aqui para nós elegermos um deputado como presidente”, disse.
Outra informação prestada por ele foi como será a sucessão na Assembleia. “Eu estando no governo, na investidura do cargo o deputado Max Barros, que será o meu substituto, dará a posse ao governador eleito, mas no dia 1º como governador eu estarei aqui normalmente. Por que isso? Porque a Constituição diz que terá eleição indireta no trigésimo dia e eu entrando no dia 5, no dia 1º ainda estaremos com vinte e cinco, vinte e seis dias”, afirmou.
Mas isso apenas se não for aprovado o projeto de lei de autoria do deputado Alexandre Almeida (PTN) que garante a posse definitiva de Arnaldo, sem eleição (entenda aqui).
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