O administrador de empresas e contador Marcos Ziegert – parceiro de negócios de Alberto Youssef – desmentiu, em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 19 de janeiro deste ano e a que o blog teve acesso com exclusividade, a declaração do doleiro sobre a existência de uma mala com dinheiro que teria sido entregue ao ex-secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu.
Também à PF, Youssef disse que a mala continha R$ 1,4 milhão em propina supostamente destinada a membros do Governo do Estado como “comissão” para o pagamento de um precatório da UTC/Constran, no ano passado.
De acordo com Ziegert, o conteúdo era outro.
“[Alberto Youssef] tinha uma mala pessoal, uma mala com documentação de plantas, projetos e outros documentos relativos a negociação com o shopping e uma caixa de vinhos VEGA Sicília”, disse o contador, quando perguntado sobre quantas malas o doleiro havia trazido para o Maranhão quando fora preso, em março do ano passado.
Ziegert declarou na mesma ocasião que chegou ao Maranhão para tratar de negócios relativos à expansão de um shopping e que efetivamente levou os documentos a um encontro com João Abreu.
Mas esta não é a única inconsistência do depoimento de Alberto Youssef apontada pelo próprio companheiro de viagem.
À PF, o doleiro garantiu que havia viajado sozinho ao Maranhão (veja trecho do depoimento abaixo).
As imagens do circuito interno do Hotel Luzeiros, onde ele e seu parceiro se hospedaram, e o termo de declaração de Ziegert também vão de encontro a essa afirmação.
Disse o depoente “QUE no dia 16/03/2014 viajou para a cidade de São Luís no Maranhão na companhia de ALBERTO YOUSSEF” (leia abaixo).
Confusão
Decorre da crença em todo o depoimento do doleiro, também, uma confusão feita nos últimos dias.
Mesmo já tendo conhecimento da presença de Youssef e de Marcos Ziegert juntos no Hotel Luzeiros – fato que foi noticiado até pelo Jornal Nacional, com imagens do estabelecimento, ou pelo Estadão (veja aqui) -, ao ter acesso ao novo depoimento do doleiro, grande parte da imprensa deu toda a mais recente narrativa dos fatos como verdadeira, o que acabou “transformando” Ziegert não em um parceiro de viagem e de negócios de Youssef, mas em um “emissário” de João Abreu, segundo a Folha de S. Paulo (leia aqui); ou em um assessor da Casa Civil, de acordo com O Globo (leia).
Na nova versão apresentada, então, Ziegert não é mais o parceiro que conhece Youssef há 18 anos, mas um enviado de João Abreu ao hotel para receber uma mala com dinheiro e um caixa de vinhos.
Também de acordo com a nova versão dos fatos, Youssef disse à polícia que, já no hotel, foi ele quem entregou essa caixa de vinhos ao companheiro para que esta fosse repassada a João Abreu.
As imagens novamente o desmentem e mostram que é Ziegert quem chega com a caixa sob um dos braços – fato também já destacado em relatório da PF.
Os vinhos até já foram apresentados aos federais. Mas este é assunto para um outro post.
Calma blogueiro , a policia Federal ja tem en posse a filmagem tudo vai ser esclarecido nao adianta Abreu dizer que vai processar o douleiro
KKKKK…..quem te viu, quem te vê…quem era Ledinha nos corredores da Universidade…tome vergonha siô!
Se houve “mala” se não houve, não sei, o que sei é que vou pagar R$3,45 pelo litro da gasolina, tudo porque alguém se sentiu no direito de assaltar os cofres públicos, MAIS UMA VEZ.
quanto a isso não há dúvida
Da Califórnia (EUA), Roseana Sarney contratou os serviços do renomado advogado dos corruptos, Antônio Kakay, desconfiada que será intimada pelo juiz federal Sérgio Moro a prestar esclarecimentos no inquérito que investiga o esquema da Operação Lava Jato. A ex-governadora é acusada por Alberto Youssef, Aderico Negromonte, Meire Poza e Rafael Ângulo de cobrar suborno para negociar o pagamento de dívida antiga à UTC Engenharia.
Documento de um shopping numa mala?
Caraca véi, nunca pensei que shopping construído ou na iminência de ser, demanda uma documentação tão volumosa assim.
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