“A insegurança toma conta das pessoas”, diz Sarney em artigo

A violência tem sido uma característica da aventura do homem na face da terra. Na estrutura da natureza predomina a violência.

Mas não se pode negar que o esforço do próprio homem, ao longo da história do pensamento humano, foi sempre considerar a violência uma degradação de conduta e lutar por uma transformação moral de si mesmo, que deve construir a sua paz interior.

O cristianismo teve na pregação da não-violência seu ponto fundamental, quando Cristo chegou dizendo que “todos somos irmãos”, filhos do mesmo Deus, e que devíamos, ao contrário do que pregava a lei mosaica de “olho por olho e dente por dente”, oferecer a outra face.

A paisagem da violência em nosso país está chegando a níveis que ultrapassam a nossa capacidade de silenciar. As milícias e os justiceiros proliferam de norte a sul. Mata-se nas ruas, mata-se nas prisões, mata-se nas casas, nos campos e nas cidades. Mata-se por tudo e por nada. O mandamento de “amai-vos uns aos outros” fica transformado na velha fórmula de “armai-vos uns e outros“.

Em vez de defender o desarmamento, se defende a política de mais armas, com a repetição do argumento americano de que todos devem ter o direito de se defender. Lá o resultado são os ataques em escolas, a ação racista da polícia branca nos Estados Unidos, e números de violência que são o triplo do dos outros países de primeiro mundo.

A insegurança toma conta das pessoas. É difícil, hoje, chegar a uma grande cidade brasileira e falar com qualquer pessoa que não tenha uma história de violência a contar.

Se extrapolarmos nossa visão de violência para o campo internacional, chegamos a uma paisagem de desencanto e revolta. Temos o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, os talibãs no Afeganistão, as lutas meio esquecidas na África e na Ásia.

O que mais caracteriza e afronta na violência política é sua extensão. Como exemplo histórico não podemos esquecer Auschwitz. Quando os russos ali entraram, encontraram sete toneladas de cabelo, para preparação de feltro industrial, que correspondiam aos cabelos de 140 mil mulheres, mortas nas câmaras de gás.

Na guerra da Argélia, De Gaulle exigiu, para iniciar a conversações sobre a paz, um nível de mortes diárias que mostrasse uma “crueldade tolerável”. As fotografias que vimos nos últimos tempos no Brasil nada ficam a dever aos piores tipos de matança. Explica-se? Nada explica. As motivações não contam. Ninguém tem o direito de matar, ainda mais com o agravante da prática da violência do Estado.

A maior graça de Deus é a vida. O homem não tem o direito de ser o algoz do homem, contestador dessa vontade do Criador.

São necessárias, é claro, providências de governo, ações concretas contra a violência. Mas nada disso resolverá, se não criarmos uma consciência contra a violência. Uma cruzada. Pregar, ensinar, educar e dar exemplos de que a violência aproxima o homem do mais primitivo na história da terra. Cervantes execrava, no seu tempo, a invenção da artilharia porque “possibilitava a um covarde e vil matar um homem bom”.

A população indefesa, perplexa, insegura, adere ao jogo da violência. Quer mais violência. Em vez de profilaxia, repressão.

É aquela história dos dois cangaceiros do Nordeste: “Compadre, tá na hora de nós nos acabar!”/ “Por que?”/ “Porque eu sou macho!”/ “Eu também sou”/ “Então, vamos viver.”/ “Vamos!”/ “Manezinho, toca um baião pra dois machos!”

Viva a vida!

José Sarney

7 pensou em ““A insegurança toma conta das pessoas”, diz Sarney em artigo

  1. São as sementes semeadas q germinaram ,cresceram e hoje estamos colhendo os frutos das desastrosas e consecutivas administração do nosso Estado pelos abutres Sarneys, mas q tenho a certeza com o nosso grande ilustre Governador Flavio Dino nós maranhenses vamos dar a voltar por cima de todos esses problemas.

    • Tem que falar dos SARNEY.? Seu Mohamad, essa gente não dá mais ibope. Eu adoro falar mal de políticos, mas os culparam de tudo, de modo que acho melhor falar de mim mesmo.
      A violência se alastra tanto e tão mais rápido do que se pensa e
      que falar de violência hoje é coisa corriqueira. Entendeu?
      Temos que levam a coisa na base da gozação.

  2. Mohamed, pelo nome ja sabemos que e carcamano, e so uma pessoa sem nocao poderia elogiar flavio dino, que a proposito vai ter que viver mais umas tres encarnacoes pra poder tentar se igualar a Jose Sarney. Mais vc tenha certeza de uma coisa, nas proximas eleicoes nos iremos colocar esse governador no devido lugar dele. Aguarde!

  3. Zé boca de inferno te cala seu verme. Isso tudo é consequência do desastre do governo da pilantra da sua filha.

Os comentários estão fechados.