Assim como em outros estados brasileiros, no Maranhão a situação das lavouras de soja se agrava a cada dia frente à falta de chuvas e as altas temperaturas. Diante desse cenário, os produtores rurais, os presidentes de sindicatos rurais e o secretário de Agricultura e Pecuária do estado, Márcio José Honaiser, se reuniram na manhã desta quarta-feira (30) para debater o assunto.
Durante o encontro, as lideranças decidiram protocolar um pedido de prorrogação da janela de plantio da soja junto ao Ministério da Agricultura. A medida deverá ser posta em prática na próxima semana.
O estado enfrenta uma das piores secas dos últimos anos. Em algumas localidades não chove há mais de 55 dias. No sul maranhense, dos 600 mil hectares previstos para o cultivo do grão, apenas 40% da área foi semeada até o momento, mas as plantações continuam morrendo.
O produtor rural do município de Balsas, Valério Mattei, explica que a janela ideal de semeadura da oleaginosa é de 15 de outubro até 15 de dezembro. “Porém, esse ano enfrentamos uma situação inédita, uma seca nunca vista na região. Deveremos arriscar o plantio da soja até o dia 10 de janeiro, até porque precisamos cumprir alguns contratos”, afirma.
Contudo, os agricultores já estimam uma redução na produtividade das lavouras devido às intempéries climáticas. “Sabemos que depois da virada de ano, mesmo com as chuvas, o rendimento das áreas cai. Normalmente, conseguimos uma produtividade entre 50 sacas a 55 sacas do grão por hectare”, completa.
Mattei ainda ressalta que muitos produtores não sabem o que fazer. “Isso porque as previsões climáticas indicam chuvas, porém, elas não se confirmam. Alguns agricultores avaliam a possibilidade de migrarem para o plantio do milho, mas os custos dessa troca serão elevados”, alerta.