Mais impostos, menos empresas

Por Adriano Sarney*

O desenvolvimento do Maranhão se dará quando tivermos uma iniciativa privada mais independente e mais forte do que a máquina governamental. É fácil sentir o tamanho do governo na economia quando, por exemplo, o comércio acorda em dia de pagamento dos salários dos servidores ou quando o mercado é drasticamente afetado se há atraso no repasse de fornecedores de contratos públicos. A constatação é de que, aqui, tudo gira em torno do orçamento estadual.

Não satisfeito com a robustez da máquina pública, o governo vem aumentando os tributos de maneira a sufocar ainda mais o setor produtivo e o cidadão comum.

O executivo estadual divulgou estimativa de aumento em mais de R$ 430 milhões nas receitas oriundas do ICMS para este ano após o início da vigência do reajuste da alíquota. Este é apenas um, entre outros impostos e taxas que tiveram acréscimos.

Quando confrontado com um aumento de tributos, o setor produtivo repassa esse valor ao consumidor final, reduzindo assim o poder de compra da população. Em momento de crise econômica, muitos desses empresários não conseguem repassar todo o valor desses aumentos para o consumidor. Resultado disso, demissões. O desemprego afeta diretamente a renda per capita da população, uma das variáveis utilizadas para medir o tão alardeado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Por essas e outras razoes é que incentivo as entidades empresariais a reagirem contra o aumento da carga tributária em nosso estado. É assim que ocorre no Brasil e é assim que tem que acontecer no Maranhão.

Para agravar a situação, o atual governo piorou o programa de incentivo a empresas. Nenhum empreendimento foi beneficiado por meio do programa Mais Empresas, enquanto o programa anterior, o Pro Maranhão, incentivou mais de 50 indústrias. Ao invés de melhorar, a Secretaria de Indústria e Comércio reduziu em até 10 anos o prazo dos benefícios de empreendimentos como a Roque Indústria Metalúrgica, Temperglobo, BPC-Indústria de Blocos E Pisos De Concretos, Alternativa Agro Industrial, RCL Motors do Brasil, Aço Maranhão Indústria, Rejuntamix Indústria e Comercio de Argamassas do Maranhão, Indústria Sol do Brasil Geração de Vapor, entre outras, no momento em que as migrou do Pro Maranhão para o Mais Empresas, ou será o “Menos Empresas”? Todas essas indústrias são potenciais geradoras de emprego e renda e responsáveis pelo adensamento das cadeias produtivas em nosso estado.

Apesar de o governo claramente não simpatizar com as bandeiras do empresariado, seus principais auxiliares para o setor pecam no quesito conhecimento de causa. Defendem e incentivam, por exemplo, a exportação do boi em pé ao invés da geração de empregos nos frigoríficos e nos curtumes maranhenses, áreas com muito potencial em nosso estado.

 A livre iniciativa privada está sempre em plano inferior, o que parece refletir questões ideológicas ou partidárias de quem comanda atualmente o estado. É importante lembrar, no entanto, que, mesmo regimes declaradamente comunistas ou socialistas não mais adotam modelos econômicos fechados e predominantemente sob o comando do Estado, pelo contrário, incentivam a participação do capital privado para seu crescimento econômico e cada vez mais reduzem a carga tributária. O Maranhão parece estar na contramão dessa tendência.

Ademais, o governo em lugar de tratar a questão de forma técnica e discutir o conceito do que está sendo criticado, se utiliza de fracos argumentos e coloca a culpa na “oligarquia”, retórica que faz questão de manter viva, pois lhe rende desculpas. Contudo, o discurso político falacioso não gera emprego tampouco renda e atrapalha o desenvolvimento do Maranhão. Sem um setor produtivo forte e independente não há progresso.

Adriano Sarney – Deputado Estadual, economista e administrador

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  1. Esse é o deputado que conheço. Parabéns Adriano. Quando se trata um distrito industrial como o nosso ao lado da BR 135, Parece mais um região abandonada pelos nossos governantes, muitos galpões enormes fechados, outros abandonados, as ruas esburacadas. É de se esperar progresso com tamanho abandono do nosso Distrito Industrial?

  2. O príncipe sem trona esqueceu de dar esse conselho de economia para sua titia quando ela desgovernava o estado , colocando-o sempre na rabeta do desenvolvimento socioeconômico do país . Afinal de contas , por onde andava esse ¨economista ¨ que não foi aproveitado pela tia oligárquica, no governo passado .

  3. O governador não tem sensibilidade para defender os interesses do Maranhão, mesmo diante da crise econômica enfrentada em nosso País. A medida implementada pelo governo Flávio Dino não resolve os problemas financeiros do Estado e prejudica ainda mais a competitividade das empresas maranhenses. O governo precisa fazer sua parte, começando a reduzir de tamanho. Além disso, precisa conter gastos. Quanto mais gasta mais tira do setor privado, impedindo-o de se desenvolver prejudicando os investimentos. Infelizmente temos uma péssima gestão governamental, um sistema regulatório complicado e recursos mal aplicados devido à corrupção.

  4. O Brasil inteiro está tecnicamente em recessão econômica desde maio/2014; o Maranhão não seria essa excessão; o que vemos nobre deputado são estados em pré-falencia, desemprego em alta e politicos tentando entender os cenários que virão;daí fica esse guerra de desinformação capaz de colocar o internauta contra o político a ou a favor do político b.
    Com o advento dos blogs ficou mais fácil e simples se informar sobre as verdadeira face da política maranhense, onde o que se escreve nem sempre é o que se quer dizer!

  5. O Deputado tem toda razão, e para piorar a situação do já precário Distrito Industrial, a Secretaria de Indústria e Comércio do atual Governo,vem,permitindo a Invasão da faixa de Domínio Público , no trecho próximo ao Terminal Rodoviário ,em frente ao hospital municipal.
    Área está, Reservada para futuras ampliações da BR 135 , e ampliação da Rua 03 do Distrito, paralela a Br, que conforme projeto original do DI, tem 20mts de largura, possui uma pista de rolamento de apenas 6 metros, ocasionando i bloqueio da via , quando se tem carretas estacionadas aguardando descarregamento, se torna impossível o trânsito de ônibus e carretas em mão dupla. Ou seja, o acostamento da rua 3 do lado da Br, tem 1metro, ou seja, a carreta estacionada ocupa a pista, impossibilitando o trânsito .
    Sugiro ,ao Nobre Deputado, que peça uma investigação para apurar, quem do Governo autorizou estas vendas de terrenos e permitiu as construções ilegais, sendo que qualquer alteração no plano Diretor, deve ser aprovado na Assembléia.
    Em resumo, a área entre a BR 135, e o DI, não e edificáveis por empresa Privadas, , a não ser, em Benefícios da própria População.

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