O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), adora falar. Sobre qualquer tema.
Desde as picuinhas com adversários ou blogueiros não alinhados na planície da política local, até os temas mais importantes do cenário nacional.
Foi assim quando acusou parte da imprensa maranhense de usar tática de “Chatô” contra ele, ou quando respondeu na lata a críticas feitas pelo ex-governador e hoje deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), seu aliado antigo.
No plano nacional, tentou comandar um movimento de governadores em apoio à presidente Dilma Rousseff (PT), defendeu a volta da CPMF e, sempre que pode, manifestou-se sobre a Operação Lava Jato.
Mas como quem fala demais normalmente dá com a língua nos dentes, Flávio Dino não raro é traído por suas próprias palavras. O que lhe rendeu muito rápido a pecha de incoerente.
É o que ocorre mais uma vez.
Desde ontem (17) ele critica o juiz Sérgio Moro pelo vazamento dos áudios de conversas telefônicas entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.
Diz que as interceptações são ilícitas e que o magistrado ultrapassou “limites legais”.
Há um ano, no entanto, quando a mesma Lava Jato apontava apenas para alguns dos seus adversários no plano local – Sarney e Lobão aí incluídos -, Moro era, nas palavras de Flávio Dino, um homem que fazia “um trabalho acertado e legitimado por critérios técnicos”.
“Conheço o juiz Sérgio Moro, respeito muito sua trajetória e sua atuação em nome da probidade administrativa. Natural e democrático que acusados reajam a decisões que consideram injustas. Claro que não conheço todos os detalhes dos processos judiciais, mas à distância me parece que o juiz Moro tem feito um trabalho acertado e legitimado por critérios técnicos”, disse ele (leia mais aqui).
Agora já não faz mais, não é, Flávio?
Haja incoerência…
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Blog do Linhares: “O acho muito sério”, dizia Flávio Dino sobre Moro
Essa foi no fígado de […]. Como esse governador se contra-diz.
A cada declaração de FD no seu tweeter, mostra o desespero dele e uma ponta de inveja do Moro