O deputado César Pires (PEN) anunciou, na sessão desta quarta-feira (27), que solicitou a realização de audiência pública, no dia 19, às 15 horas, para tratar de currículos e modelo de contratação de professores. O parlamentar lembrou a luta que trava há quatro mandatos tentando modificar o modelo atual de contração.
“É lamentável que o modelo de escolha de professor ainda seja pelo modelo político. Fiz o inverso quando secretário: escolhi um modelo do seletivo meritório, mas o Maranhão continua escolhendo, às vezes, analfabetos”, garantiu.
César Pires contou que Martin Luther King é o autor da famosa frase, “Eu tenho um sonho”, o sonho de ver negros, brancos e pardos de mãos dadas, mas bem antes de lhe tirarem a vida, ele disse: “O meu sonho só será possível no dia que eu vir qualidade por meio da educação”.
De acordo com o parlamentar, “derrubaram o negro velho, morreu, mas morreu com a esperança de um dia ver seu povo educado, a igualdade a que ele se referia não se esgotava na pele, na mão dada das peles diferentes, mas na educação diferenciada em relação a isso”.
Na avaliação de César Pires, o Maranhão continua padecendo em relação à escolha dos professores, porque no ensino básico, o currículo é o sumário antigo de um livro. “Discute-se a quantidade de pessoas egressas do ensino profissionalizante, mas não há modelo de avaliação para saber se aqueles alunos são bem ou mal formados, se devem ou não devem reparar os currículos ou as metodologias. Trata-se o quantitativo e a análise qualitativa por meio de avaliação? Também não. Por meio de avaliação também não tem. É preciso que se discuta isso para que a gente não sofra a crítica, porque a crítica se observa nos bens materiais e imateriais que é o intelecto, isso não se discute, mas foge-se dele porque às vezes não se tem competência para aprofundar essas discussões metodológicas de conteúdo”, lamentou.
De acordo com o deputado, por isso o Estado fracassaria no Enem. “Eu sei até que se encontra já um modelo no Conselho Estadual de Educação, mas deve ser socializado em audiência pública como é feito em outros estados. O modelo também das pessoas que fazem ensino profissionalizante deve ser discutido, assim como seus currículos. Logo em seguida, deve ser avaliado para saber o impacto dele na sociedade, senão fica apenas questão de ordem numérica e não de ordem qualitativa”, garantiu.
César Pires disse que a matéria mostrada pelo Jornal Nacional, denunciando os descasos nas escolas de Bom Jardim só mostra que o modelo precisa ser repensado para todo Estado. “O Bom Jardim que nós vimos carcomido, destruído, mas mais destruídos são os cérebros que são escolhidos para dar aula, e não é agora não, é historicamente. Fui o único que fiz de ordem diferente, mas destruído também no governo passado e nesse continua a mesma coisa”, lamentou.