Abaixo, a íntegra da entrevista do senador Roberto Rocha (PSB) a O Estado, comentando os últimos acontecimentos na sucessão municipal em São Luís.
Os principais pontos de destaque são a confirmação de que o partido vai mesmo apoiar a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), a revelação de que Rocha nunca conversou com Eliziane Gama sobre a possibilidade de aliança PSB/PPS (há controvérsias!) e a afirmação de que ele jura de pés juntos não estar trabalhando, em 2016, de olho nas eleições de 2018.
O Estado: O PSB caminha para o consenso interno com a aliança com Edivaldo Júnior?
Roberto Rocha: O consenso é desejável e terá o meu estímulo. O que não implica, naturalmente, em unanimidade de concordância.
O Estado: Antes mesmo de deixar a vice-prefeitura, o senhor fez críticas à gestão municipal. O apoio a Edivaldo significa que as críticas de antes não cabem mais agora?
Roberto Rocha: Antes de tornar públicas minhas críticas, expus ao próprio prefeito o que pensava. Críticas administrativas são necessárias para oxigenar qualquer governo. Além disso, entendo que são um imperativo moral quando envolvem uma relação de amizade que nunca foi abalada.
O Estado: A ida do PSB para a chapa encabeçada pelo PDT é condicionada à indicação do vice? Quem do seu partido poderia ser o nome para compor a chapa com o prefeito?
Roberto Rocha: Temos vários nomes com capacidade e estatura para compor a chapa com o prefeito. Em política não se deve condicionar as ações, mas buscar confluências que sejam frutíferas para ambas as partes.
O Estado: As articulações de 2012 foram feitas pelo senhor para ter efeitos em 2014 e tiveram. As articulações de agora terão resultados em 2018? Nesses movimentos, como fica seu projeto de disputar as eleições de 2018 no Maranhão?
Roberto Rocha: Na política também vale aquela famosa dualidade da mecânica quântica que diz que os entes físicos podem se comportar como partículas ou como onda, dependendo da maneira de observá-los. As eleições são como partículas, mas a política é como onda. Então, por mais que separemos cada eleição, ela só faz sentido se compreendermos que toda eleição está afetada pela próxima, conforme o curso da onda.
Não existe esse projeto de disputar as eleições de 2018. Interessante que todos os deputados, estaduais e federais, tem projetos de disputar eleições em 2018. Mas só falam em mim, justamente o único que não precisa de um projeto, pois meu mandato ultrapassa essa data. O que eu disse é que, na eleição de 2014, não houve nenhuma cláusula de condicionalidade em relação a 2018. Esse é o cenário, portanto em aberto para qualquer decisão, dependendo da dinâmica da política, que não é controlada por ninguém.
O Estado: No início das articulações para 2016, a deputada Eliziane Gama era com quem mais o senhor conversava para uma aliança com o PSB. Por que o senhor recuou dessas articulações com a deputada?
Roberto Rocha: Eu nunca conversei com a deputada para uma aliança com o PSB. Eu conversei no sentido dela se filiar ao nosso partido, o que seria uma honra para nós. Não houve recuo nenhum de minha parte. A decisão de declinar do convite foi da deputada, o que eu respeito e compreendo.
O Estado: O fato dela não ter ingressado no PSB deixou rusgas na relação política do senhor e da deputada Eliziane Gama?
Roberto Rocha: De maneira alguma. Não há rusgas quando os assuntos são tratados com honestidade e verdade.
O Estado: Voltando ao projeto de 2018, há negociações suas com o grupo Sarney para a disputa pelo governo estadual?
Roberto Rocha: Não há nenhuma negociação minha com qualquer grupo político.
O Estado: Houve realmente conversas com o deputado Wellington do curso para uma aliança em torno da candidatura dele?
Roberto Rocha: Houve a manifestação de interesse de um ou outro dirigente do PP, o que é natural, mas esse cenário de aliança não chegou a se consubstanciar nem mesmo como uma possibilidade.
O Estado: O deputado Bira do Pindaré entrou na justiça para que o PSB cumpra o estatuto da legenda. Há descumprimento do que prever o estatuto?
Roberto Rocha: O Estatuto do partido determina que eleição em capital de estado, como São Luís, quem decide é a direção municipal com a nacional. Em verdade, ele sempre trabalhou com a ideia de que essa decisão era da direção estadual, desprezando a municipal, e assim cometendo um grande equívoco. Agora, parece que leu o estatuto do partido.
O Estado: E essa posição do deputado tem dificultado as relações dentro do PSB?.
Roberto Rocha: Acho que ele dificultou o fácil.
Roberto rocha sabe que apoaiar Edivaldo é mais valido que uma candidatura propria ou apoiar Gama.
Pingback: Edivaldo Jr. um passo à frente após apoio do PSB | Gilberto Léda
Roberto é um grande estrategista politico, não entre em eleição para perder e sabemos que Edivaldo é a melhor opção, mas vamos esperar os próximos passos dele.