O ex-deputado Gastão Vieira (PROS), atual presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fez no fim de semana um duro pronunciamento contra as investidas do senador Roberto Rocha (PSB) – com apoio dos também senadores João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB – pelo comando do órgão federal.

João Alberto, por sinal, até já admitiu publicamente que eles pediram a cabeça do ex-deputado ao presidente Michel Temer (PMDB).

Durante passagem pela cidade de Colinas, onde vistoriou obras bancadas com recursos do FNDE, Gastão bateu forte nos três senadores (veja vídeo abaixo). Mas apontou a artilharia com mais força para o socialista, a quem acusou de ter mentido para o povo para se eleger.

“O que eu lamento é que, depois de uma eleição para o Senado, em que eu não ataquei ninguém, perdi a eleição por menos de 150 mil votos, porque o Flávio [Dino] vendeu a ideia de que ele precisava de um senador de oposição e que ajudasse ele. O senador dele, de oposição, hoje vota com o governo [Michel Temer] e quem ajuda ele [Flávio Dino] sou eu, que trouxe 64 ônibus para o Governo do Estado”, alfinetou.

Segundo ele, os representantes do Maranhão no Senado queriam que se “escondesse os ônibus e não distribuísse, porque o governador era Flávio Dino”.

“E é por isso que, lamentavelmente, os três senadores do Maranhão, seu Roberto Rocha, seu João Alberto e seu Edison Lobão vão para o gabinete do presidente: ‘Olha aqui, presidente, o Gastão com Flávio. O senhor tem que demitir ele daí'”, alegou.

“Eu tenho certeza que eles não vão conseguir me derrubar, porque em qualquer lugar do Maranhão, eu tenho uma escola para inaugurar, uma creche para inaugurar”, completou.

Cansado

Gastão também criticou o fato de Roberto Rocha já estar “muito cansado”, após pouco mais de um ano de trabalho. O senador tirou licença recentemente.

“Eu quero minha vaga de Senado, que me tomaram mentindo para o povo do Maranhão. O senador que elegeram no meu lugar, depois de um ano de trabalho está com quatro meses de licença. Coitado, já está muito cansado, fora do Senado há quatro meses”, ressaltou.

E voltou a reclamar da pressão de Rocha por sua saída do FNDE.

“O mundo tá pegando fogo, o Brasil tá pegando fogo, o cara tá aqui, indo lá pro ministério para pedir minha cabeça e meu lugar”, comentou.

Alfinetada

Em dado ponto do pronunciamento, o presidente do FNDE também alfinetou o deputado federal Weverton Rocha (PDT), que na semana passada foi alvo de uma tomatada quando embarcava no aeroporto de Brasília.

“Eu escolhi na política, gente, ser sério, por isso que eu entro no aeroporto não tem ninguém me jogando pedra, me vaiando, nem me agredindo. E nem vão me agredir, porque eu nunca permiti na minha vida que alguém não me considerasse um homem sério”, afirmou, para em seguida sugerir que governadores precisam de “esquema” para se eleger.

“Por isso que eu nunca fui governador, porque eu não entro em qualquer tipo de esquema para ser governador, para ser isso, para ser aquilo. Eu quero ser o que Deus reservar para mim”, destacou.