Edilázio ironiza Flávio Dino: “não sabia que era apreciador de charuto cubano”

O deputado estadual Edilázio Júnior (PV) usou de ironia, na manhã de hoje (18), ao comentar a citação do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), na Operação Lava Jato.

O comunista é acusado por um ex-funcionário da Odebrecht de ter recebido R$ 200 mil, por meio de caixa dois, na campanha de 2010, em troca de apoio ao Projeto de Lei nº 2.279/2007, de interesse da empreiteira, na Câmara dos Deputados.

Ao discursar no grande expediente, Edilázio fez referência ao suposto codinome do governador (Cuba – saiba mais) e à suposta senha utilizada para a entrega do dinheiro por um emissário da empreiteira (charuto – leia aqui).

“Eu era sabedor que o governador Flávio Dino era um grande apreciador de comida, de mesa farta, de grandes banquetes, não sabia que ele era um grande apreciador de charuto cubano”, disse.

“Filme”

Em entrevista a uma cadeia de rádios, formada a partir da transmissão da Timbira, o governador voltou a se defender das acusações hoje.

Disse que “não há prova” de que ele tenha recebido propina em 2010 e que a denúncia envolvendo seu nome “parece coisa de filme”.

“Não há prova. Delação não é prova, e nesse caso é invenção. Esse negócio de senha até parece coisa de filme. Não existe isso, porque o fato não é verdadeiro”, declarou.

7 pensou em “Edilázio ironiza Flávio Dino: “não sabia que era apreciador de charuto cubano”

  1. Não estou aqui para defender “a” ou “b”, até porque se o atual governador fez parte desse esquema, deverá ser punido e pagar pelo que fez.
    Agora, que é bem irônico e beira o cinismo e o ridículo é essa galera ligada a família Sarney ter a cara de pau de ficar querendo serem os justiceiros, os baluartes da moral e dos bons costumes.
    Quem é esse deputado chamado Edilázio Júnior? Qual foi a contribuição, um projeto de lei, emenda, etc que esse cidadão realizou para o Maranhão?
    Parece mais(ou é) um verdadeiro “papagaio” a serviço da família Sarney. Porque ele não usa a tribuna da Assembléia Legislativa para falar os quase 50 anos de atraso que o Maranhão passou sob o domínio desta família, bem como projetos para ajudar a melhorar a economia, a saúde, a segurança, geração de empregos para o Estado?
    Dá licença.

  2. Será se esse Deputadinho filho de corrupros já viu quem o Ministro Fachim arquivou um processo que nunca existiu, podem chorar o consolo é outra grande tava em 2018, AVANTE FLÁVIO DINO o Maranhão é nosso, NUNCA MAIS SARNEYS.

  3. Enquanto Dino gosta de apreciar charuto , este deputado , genro de desembargadora, gosta de achacar prefeitos para apoia-lo em campanhas eleitorais.

  4. Por Vítor Tavares
    O Estado de São Paulo

    Em uma investigação que apura o pagamento de propina em obras da ferrovia Norte-Sul, o ex-presidente José Sarney é apontado por delatores da Odebrecht como beneficiário de repasses que somam quase R$ 800 mil, no que foi identificado até o momento na ‘Planilha da Propina’ da empreiteira. De acordo com o ex-executivo Pedro Carneiro Leão Neto, os pagamentos eram feitos a Ulisses Assad, então diretor da Valec, que se referia ao político do Maranhão como ‘o Grande Chefe’ e ‘Bigode’ para solicitar a propina na obra.

    “Era claro, em minha percepção, que os valores ilícitos eram destinados a José Sarney ou a quem ele viesse a indicar, sendo que Ulisses nunca especificou se e como a vantagem indevida era compartilhada entre os beneficiários”, disse Pedro Carneiro Leão.

    De acordo com os delatores, pessoas ligadas ao ex-presidente receberam entre 2008 e 2009 cerca de 1% sobre o contrato das obras da ferrovia tocadas pela construtora.

    Leão relata em seu depoimento diversos encontros com Assad, incluindo uma vez em que os dois foram até a casa do ex-presidente, em Brasília.

    Segundo o delator, Ulisses não precisava se identificar ‘perante os seguranças que ficavam em frente da residência’, demonstrando intimidade com a família. Assad também costumava reiterar em suas conversas a intimidade com a família Sarney, sem expressar o nome do ex-presidente, mas fazendo gestos como o que imita o bigode do político.

    Os repasses a Assad e a pessoas supostamente ligadas a Sarney eram feitos pelos codinomes ‘Bob Marley’, ‘Trio Elétrico’ e ‘Quatro Queijos’, na planilha da propina da Odebrecht.

    Além dos pagamentos ao grupo de Sarney, outros 3% de propina sobre o contrato seriam destinados ao grupo político do ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR), liderado por José Francisco das Neves, o ‘Juquinha’.

    De acordo com Pedro Leão, a Odebrecht não contava, inicialmente, com esse pagamento de propina nas obras da ferrovia. Segundo ele, na Valec, havia dois grupos políticos, um liderado por Valdemar Costa Neto e outro pelo PMDB do Maranhão, liderado pela figura de José Sarney. “A informação [pagamento de propina] foi uma surpresa, porque não estávamos contando com isso. Eu neguei inicialmente de fazer essa contribuição”, contou o delator, que passou a receber ameaças dos dois grupos políticos, sobre as possíveis dificuldades de tocar a obra.

    As informações dos delatores constam do pedido de abertura de inquérito contra o deputado federal Milton Monti (PR-SP), que tem foro privilegiado no Supremo. Monti também é apontado por atuar ‘na cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht’.

    Os depoimentos dos delatores que envolvem Sarney e Valec serão enviados à Justiça Federal em Goiás, onde já há uma apuração sobre a formação de cartel e outras irregularidades na construção da ferrovia Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.

    Apesar das citações, Sarney não é investigado.

    Obra. O projeto da Ferrovia Norte-Sul, que liga Anápolis (GO) a Palmas (TO), foi iniciada no governo de José Sarney. Mais de 20 anos depois, o projeto foi ampliado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, ele prevê ligar Açailândia, no Maranhão, até Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

    COM A PALAVRA, O ADVOGADO ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO KAKAY, DEFENSOR DE SARNEY

    “O presidente Sarney não é citado diretamente, mas ‘pessoas ligadas a ele’. No meio desta confusão levar em consideração ‘pessoas ligadas’ é quase uma irresponsabilidade. O presidente Sarney não é citado. Na realidade está havendo uma grande injustiça aí. Fala-se em ‘pessoas ligadas’ a ele. Qualquer jurisprudência razoavelmente garantista, não precisa nem ser garantista, entende que ouvir dizer não pode ser motivo sequer de investigação. Essa versão completamente aberta de ‘pessoas ligadas’ não comporta sequer uma investigação sobre o presidente. O sr. João Pacífico é uma pessoa experiente. Se tivesse qualquer coisa contra o presidente Sarney ele teria que ter dito.

    Eu conversei com o presidente, há uma negativa veemente de qualquer tipo de participação. Essa é uma história antiga e, agora, mal requentada na realidade. Porque não é imputado ao presidente nada diretamente. Veja que com todos esses escândalos em que aparecem outros quatro ex-presidentes, o presidente Sarney nunca aparece. Eu insisto em afirmar isso. É uma leviandade afirmar que o nome dele aparece. Quando se diz ‘pessoas ligadas a’, eu pergunto: mas ligadas a quem? Ligadas emocionalmente? Politicamente? Temos que ter muito cuidado nesse momento em que todo mundo está na berlinda. O presidente Sarney, reitero, não é citado nenhuma vez. Zero. Falar simplesmente ‘pessoas ligadas a ele’, sem imputar nada ao presidente e, de alguma forma, trazê-lo para este círculo perigoso, é falta de seriedade da acusação.”

  5. Inclusives esta cadeias de rádio são amilhadas e dependem do governo pra sobreviver

    você sabe muito bem disso

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