Cartórios no MA foram usados para “esquentar” entrada de estrangeiros no Brasil, diz PF

Pelo menos três cartórios localizados no Maranhão foram usados, segundo a Polícia Federal, para “esquentar” documentos e facilitar a entrada de estrangeiros no Brasil.

As serventias maranhenses investigadas na Operação Perfídia são as seguintes:

  • cartório da 1ª Zona de Registro Civil, em São Luís – “Cartório sede das certidões de nascimento supostamente falsas vinculadas a ROMANOS ZAKHIA DOUAIHY”;
  • o cartório do 1º Ofício e Registro de Imóveis de Santa Luzia – “Cartório sede dos assentamentos da FAZENDA MENSAGEM, no Maranhão supostamente vendida com uso de interposição de pessoas”;
  • e um cartório de Imperatriz – “Cartório sede das certidões de nascimento supostamente falsas pertencentes a HANADI DAABOUL e GHADA CHARBAJI”

Segundo a PF, a quadrilha também usou contas falsas da Cemar e da Caema para, “aparentemente”, comprovar “residência em território brasileiro para inidôneas instrução de processo de opção de nacionalidade ou aquisição de passaporte brasileiro”.

“Alcançou êxito ainda a análise do material ora apreendido em identificar 09 (nove) cópias de faturas fiscais de consumo de água e esgotos, todas expedidas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão – CAEMA, numa mesma data – 16/07/2015, e todas referentes ao mesmo mês – agosto de 2015, em nome de diversas pessoas detentoras de nomes de origem árabe. Ocorre que, numa breve análise, todas as contas apresentam exatamente o mesmo conjunto numérico identificador do código de barras – “82600000001-6 94740002111-1 00054676301-2 07201510003-4”, condição impossível, já que trazem as faturas valores diferentes de gastos de água e esgoto, e ainda referência a imóveis distintos”, destaca a PF em relatório encaminhado ao Ministério Púbico Federal (MPF) – veja aqui o documento.

A Operação Perfídia desarticulou uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro internacional, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países.

No total, segundo a PF, a ORCRIM movimentou US$ 5 Bilhões (saiba mais)