Dino reage a veto na PGR: decisão deve ter “perspectiva institucional”

Do UOL

(Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

Investigado na Lava-Jato, caberá ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), decidir sobre o nome de quem ocupará a cadeira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir do segundo semestre deste ano. Candidato ao posto, Nicolao Dino, vice-procurador eleitoral, diz esperar que Temer não faça uma escolha política.

“[A decisão] deve ser tomada numa perspectiva institucional. Quero crer que seu funcionamento [do processo de escolha] passe pela utilização de mecanismos de índole restritamente republicana”, afirmou ao UOL.

A investigação contra o presidente no STF (Supremo Tribunal Federal) é a demonstração da força das instituições brasileiras, avaliou Dino. “Revela que ninguém está acima da lei. Essa é uma prova inequívoca de que o Estado de Direito está provando que a lei deve ser aplicada.”

A um mês da votação pelos membros do MPF, Dino está entre os favoritos a ficar entre os três primeiros colocados e compor a tríplice lista a ser enviada para Temer. Os subprocuradores Mario Luiz Bosnaglia e Raquel Dodge são os outros mais cotados, conforme apurou o UOL. Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa e Sandra Verônica também estão na lista de aspirantes.

Entretanto, o nome de Nicolau não é bem visto por assessores do Palácio do Planalto. O vice-procurador eleitoral é irmão de Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão e uma das principais vozes de oposição a Temer. “Eu quero crer que isso não interfira, porque nós temos que trabalhar com conceitos de individualidades profissionais distintas, de trajetórias profissionais distintas”, argumentou o candidato.

Pesa contra Dino também o fato de que ele emitiu um parecer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o julgamento da chapa Dilma-Temer, previsto para ser retomado em 6 de junho. O documento enviado ao tribunal no princípio de maio está sob sigilo, mas segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Dino pediu para que a chapa fosse cassada, o que levaria à perda do cargo de Temer.

Dino diz estar “sereno” sobre o xadrez em que está sua candidatura à PGR. “Exerci e exerço a minha função com absoluta conexão com os deveres e as responsabilidades do meu cargo. Atuei nesse caso como atuei em tantos outros na minha vida pública, com a independência que a Constituição me assegura”, analisou.

Um comentário em “Dino reage a veto na PGR: decisão deve ter “perspectiva institucional”

  1. Quem vai confiar nesse senhor no mais alto cargo da procuradoria? haja vista ser irmão de um político afoito para livrar “o companheiro” Lula das garras da justiça, espero que apareça nome melhor, tenho certeza que ele tem capacidade para o cargo, mas senão fosse irmão de Flávio Dino, que também é citado em caixa dois, embora seu processo esteja no STJ, segundo a imprensa.

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