“Janot resolveu politizar as questões jurídicas”, diz Sarney Filho

Na entrevista que conedeu ao Blog do Gilberto Léda na sexta-feira, (29), o ministro do Meio Ambiente, deputado federal Sarney Filho (PV), também comentou a chegada à Câmara de uma segunda denúncia do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Para ele, o surgimento de “fatos extremamente graves” nas últimas semanas – referia-se aos áudios envolvendo Joesley Batista, Ricardo Saud e o ex-braço direito de Janot, Marcelo Miller – enfraqueceu a nova ação contra o peemedebista.

“Depois que a primeira denúncia passou na Câmara e tendo em vista que ao longo desses meses surgiram fatos extremamente graves, no que diz respeito ao próprio colhimento das denúncia que geraram essa ação, é óbvio que a segunda denúncia vem muito mais fraca do que a primeira e, portanto, muito mais suscetível de ser rejeitada”, avaliou.

Para ele, “Janot resolveu politizar as questões jurídicas” ao buscar condenar, a qualquer custo, “políticos importantes”.

“O que ficou claro foi que o procurador [Rodrigo] Janot resolveu politizar as questões jurídicas. Me parece que ele estava numa corrida para, quanto mais políticos importantes ele envolvesse – e a joia da coroa seria o presidente Temer -, melhor seria. Acho que ele saiu muito desgastado e, portanto, as denúncias saíram enfraquecidas”, completou.

Sarney Filho também não acredita que a atual rejeição ao presidente Michel Temer seja reflexo específico do seu governo – “Existe uma má vontade generalizada”, disse – e disse esperar que o peeemdebista seja reconhecido no futuro pela gestão que fez.

“O governo Michel Temer tem sido muito bem sucedido nos seus objetivos. O primeiro deles era tirar o Brasil da recessão, e isso ele conseguiu. A economia está voltando aos trilhos, as reformas possíveis de ser votadas, foram votadas. Está se pensando, ainda, em votar outras, principalmente a da Previdência. É lógico que as circunstâncias nas quais ele assumiu a Presidência da República geraram, por si só, um determinado desgaste. Mas é evidente, também, que existe uma má vontade generalizada”, ressaltou, citando até o juiz Sérgio Moro.

“Agora mesmo eu vi que até o antes tido como herói Sérgio Moro, que é um juiz sério e competente, está com uma rejeição maior do que a aprovação. Então, há um mau humor geral. E é lógico que o presidente, é o alvo maior desse mau humor, até pelo fato de estar liderando um processo de reformas que atinge uma estrutura corporativista muito antiga. Mas eu diria que a herança e o futuro darão o reconhecimento devido ao governo Michel Temer”, finalizou.