As blitzen da PM, o caso Fábio Macedo e o moralismo de ocasião

A quantidade de blitzen espalhadas por São Luís tem acendido um debate acirrado sobre a necessidade de se pagar impostos, de um lado, e, de outro, a força da mão pesada do Estado sobre as coisas do cidadão.

Eu, particularmente, estou do lado dos que entendem que, se você compra um carro, deve estar ciente de que deve pagar o IPVA e demais taxas que o habilitam a trafegar.

Pensar assim, no entanto, não me faz fechar os olhos para o fato de que existe razoabilidade em alguns questionamentos. O principal deles, o de que o Estado dispõe de meios – que não o confisco de veículos – para cobrar o pagamento de tributos.

Ocorre que, ultimamente, questionar o sanha da gestão Flávio Dino (PCdoB) pela arrecadação de impostos tem sido sinônimo de imoralidade.

Pelo menos na visão de alguns veículos de comunicação ligados ao Palácio dos Leões.

Alegam os comunistas – acertadamente, é bom que se diga – que as blitzen melhoram a segurança, ajudam a salvar vidas.

Mas criticam – equivocadamente – quem de alguma forma questiona o novo modelo de arrecadação estadual.

Pagar IPVA e não dirigir alcoolizado é dever de todo cidadão, volto a repetir.

Mas não dá para concordar com esse moralismo de ocasião de um governo que “arranca o couro” do cidadão médio – sob o argumento de que a lei e para todos -, e nada fez com o deputado Fábio Macedo (PDT), membro da base aliada, que atingiu quatro veículos após sair de um restaurante onde confraternizava com amigos, em São Luís.

Nada fez, não… Fez de tudo para abafar o caso (saiba mais).

Na ocasião, o pedetista, mesmo com sinais de embriaguez, não foi submetido a teste de bafômetro e, pasmem!, foi levado de carona para casa por uma viatura da própria PM (relembre).

Para completar, depois disso Macedo passou alguns dias sem dar as caras na Assembleia, e, para não ter qualquer desconto salarial, pediu abono das faltas, alegando problemas médicos (releia).

É assim que nos querem fazer crer que a lei é para todos…

7 pensou em “As blitzen da PM, o caso Fábio Macedo e o moralismo de ocasião

  1. Na semana passada relatei um fato que presenciei referente a um coronel da reserva, que foi meu aluno na faculdade e que o seu blog não publicou. O citado cidadão completamente alcoolizado, foi liberado numa blitz. Ademais, não se tem notícia de apreensões de táxis clandestinos explorados por policiais, pessoal da prefeitura e outros.

  2. Assim como é obrigação de todo cidadão pagar os impostos, inclusive o IPVA, também é obrigação de todos os governos (estaduais, municipais e federal) cumprir suas obrigações constitucionais em funções do executivo, como pavimentação com asfalto de qualidade em todas as ruas, avenidas e rodovias estaduais e federal, sinalizar adequadamente todas estas vias de trânsito e aumentar a fiscalização com policiamento preparado e qualificado para educação no trânsito e não para lesar o cidadão. Caso uma das partes (cidadãos e governos) não cumpra sua obrigação, caberá à outra parte a busca por ressarcimentos e punições àqueles que não cumprirem com as suas obrigações. Logo, sugiro aos cidadãos que processem, através do MP, os gestores desses governos por improbidade administrativa. Isto é óbvio e claro, basta o MP não fazer vista grossa.

  3. Se eu NÃO pagar o IPTU a prefeitura pode vir derrubar minha casa?
    Se eu não pagar as prestações do meu carro o banco pode arrumar uns jagunços e tomar de volta o meu carro?
    Para tirar o veículo do mau pagador o banco pode prescindir da Justiça para a ação de retomada?
    Para confiscar um bem de alguém, SÓ ATRAVÉS de uma ação judicial, a menos que o credor seja um agiota, ai sim, os métodos são diferentes.

  4. Em todos os casos o Governo tem agido igual aos agiotas, tomando os bens dos devedores de ipva à revelia de decisões de tribunais superiores que já decidiram pela ilegalidade dessa prática. Mas pra esses comunistas , não importa. Se julgam acima da lei. Só em outubri pra mudarmos isso!

  5. Em 2016, do orçamento da Segurança Pública, foram destinados 47% para a Polícia Militar, 31% para a Secretaria de Segurança, 10% para o Corpo de Bombeiros, 8,4% para o Detran e apenas 0,8% para a Polícia Civil.

    Em 2017, esses percentuais foram praticamente mantidos, caindo para 0,7% o destinado à Polícia Civil.

    Como se pode cumprir o papel de polícia investigativa, contando com menos de 1% do orçamento da Segurança Pública?

  6. A idéia desses políticos corruptos meu caro, é justamente essa, enfraquecer a Polícia Civil, reduzindo à zero o orçamento, porque a maioria está envolvido em falcatruas e a investigação dessas falcatruas começa sempre por ela.

Os comentários estão fechados.