Amoêdo confirma candidatura do Novo a prefeito de São Luís

Presidente nacional da sigla proferiu palestra na capital sobre reformas; a O Estado, falou com exclusividade sobre os planos do partido, reforma da Previdência e governo Bolsonaro

De O Estado

(Foto: Formiga/Novo)

O presidente nacional do Novo e ex-candidato a presidência da República João Amoêdo confirmou ontem, em entrevista exclusiva a O Estado, que o partido terá mesmo candidato a prefeito em São Luís na eleição de 2020.

A meta para que a sigla lançasse um candidato era ter 150 filiados em seus quadros. Um dia antes da chegada do dirigente partidário ao Maranhão, o Novo anunciou 151 filiados na capital.

Segundo ele, ultrapassada essa primeira etapa, o foco agora é instalar o diretório municipal e trabalhar pela escolha de um bom nome para encarar a disputa.

“O primeiro objetivo era esse: ter um patamar de no mínimo 150 filiados. Agora, dentro das próximas semanas, a gente abrirá um processo seletivo para candidatura a prefeito e o nosso próximo desafio será trazer gente boa, séria, ética, competente, para de fato nos representar na gestão pública”, destacou.

De acordo com o empresário, a sua experiência como candidato a presidente – quando ele não chegou ao segundo turno, mas surpreendeu como o melhor entre os candidatos de pequenos partidos, com 2,6 milhões de votos – serviu de aprendizado para lideranças do Novo que seguiram com o projeto de fortalecer a legenda.

Para ele, em São Luís o exemplo de 2018 pode refletir em melhores resultados no ano que vem.

“Isso é um processo de aprendizado das pessoas. Não tem melhor forma de a gente aprender do que com os erros. Espero que não se repita em 2020, e a gente escolha não o melhor candidato, mas o melhor mandatário. Muitas vezes a gente cai na armadilha de escolher aquele que vai ganhar, ou escolher o que melhor candidato, e quando ele assume você acaba tendo alguma frustração porque, apesar de ser um bom candidato, não necessariamente seria o melhor mandatário. O que o Novo quer trazer é um ótimo candidato, mas o excelente mandatário para a Prefeitura de São Luís”, comentou.

Reformas

Além da pauta intrapartidária, Amoêdo tem viajado o país para debater “as reformas que o Brasil precisa”, como ele batizou a palestra que tem proferido nessas visitas.

De acordo com o presidente do Novo, a reforma da Previdência é a mais urgente, mas não é a única que precisa ser debatida.

“Além da reforma da Previdência, a gente precisa fazer uma reforma do Estado brasileiro, que é muito ineficiente. No Estado brasileiro tem-se muita dificuldade para contratar, existe uma burocracia gigantesca, precisa de mais liberdade econômica. São essas as reformas principais para que você possa de fato colocar o Brasil numa rota de crescimento”, destacou.

Ele criticou, ainda, propostas que apontariam para a exclusão de estados e municípios da reforma. E citou o exemplo de Minas Gerais, estado atualmente administrado por um integrante do Novo, o governador Romeu Zema.

“Os estados e municípios têm que ficar dentro da reforma, porque senão será uma outra discussão, uma outra batalha e vários estados estão inviáveis hoje sem a reforma da Previdência. Um deles, que o Novo administra, é o estado de Minas Gerais, se nada for feito, o buraco da Previdência vai consumir praticamente toda a arrecadação em alguns anos. “Não faz o menor sentido, havendo consciência de que a Previdência é um grande problema do equilíbrio das contas, de não incluir estados e municípios. E essa conta, se não for feita assim, vai sobra de novo para o governo federal que vai acabar tendo que dar algum suporte e não vai conseguir receber os créditos que tem contra estados e municípios”, disse.

“Quero que dê certo”, diz Amoêdo sobre governo Bolsonaro

Apesar de ter votado em Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, João Amoêdo diz que não apoiou o atural presidente da República. “Na verdade eu declarei uma grande aversão ao PT, e como a única alternativa para tirar o PT era ele, meu voto naturalmente foi nele”.

O presidente nacional do Novo também revela posicionamento crítico ao atual governo, sobretudo pelas polêmicas que cria, mas diz que isso não gera frustração – “porque eu não tinha muitas expectativas” – nem o impede de torcer para que a gestão “dê certo”.

“Não diria que tem grande frustração, porque eu não tinha muitas expectativas, dado o histórico de atuação dele no Congresso durante 29 anos. Agora, obviamente, depois que ele assume a Presidência, como brasileiro eu quero que dê certo. E é isso que a gente está fazendo no Congresso: a bancado do Novo está apoiando muito todas as pautas econômicas na linha de equilíbrio fiscal, abertura da economia e a gente vai continuar a fazer isso”, declarou.

Para o empresário, o governo deveria evitar as polêmicas e focar em prioridades mais claras. “A crítica que eu faço é que o governo deveria ter prioridades claras, não criar tantas polêmicas, ter uma equipe que trabalhe em conjunto, tenha unidade, e isso não está acontecendo hoje. Então, as demandas e as ações que tem que ser feitas acabam ficando muito mais demoradas do que a população exige”, commpletou.